Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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18 de março de 2012

Porto da Lage em 1763

Para fazer face às despesas da Guerra da Restauração D. João IV cria um imposto sobre 10%  dos  rendimentos da propriedade e do trabalho de cada português – a chamada décima.
Os Livros da Décima, os que ainda restam após a devastação ocorrida com o Terramoto e estão à guarda do Tribunal de Contas, constituem uma fonte preciosa de informação sobre as localidades, quem as habitava, incluindo mulheres e pobres, e que tipos de rendimentos usufruíam.
Eis o que nos dizem aqueles livros sobre  os "contribuintes" de  Porto da Lage em 1763:

Manuel Pereira de Sousa é o maior proprietário possue um prazo ou quinta composta de terra de pão e vinho e azeite que rendem um ano por outro 60300 reis”.  Além desta possui várias outras propriedades e casas, algumas arrendadas, que lhe engrossam os rendimentos e o fazem pagar de imposto  8730 reis.
Segue-se o Doutor Raimundo José de Sousa neste ano Juiz de Fora da Golegã, posteriormente será Desembargador, com “uma quinta com terras de pão, vinhas e olivais” que rende   36600 reis. Possui “mais vários olivais fora dos muros da quinta que rendem um ano por outro cinquenta alqueires de azeite mais 2 000 reis”.Paga de Imposto 2770 reis.
O Estalajadeiro João Rodrigues possui, além do rendimento obtido pelos serviços prestados na sua estalagem, de cujo edifício paga renda ao Doutor Raimundo, uma vinha à Ramalheira, de q paga renda ao Doutor Raimundo Sousa três alqueires de trigo q lhe rende um ano por outro além do dito foro oitocentos e vinte réis. Paga de imposto 254 reis.
Por último João Pereira, Moleiro, além do moinho de que também é foreiro, possue um bocado de terra na ramalheira, um bocado de vinha, uma terra junto as caias dallém e desta paga renda ao Doutor Raimundo. Paga de imposto 171 reis.

Natural de Porto da Lage num desígnio nacional

O Prof. Henrique Carmona da Mota e o Decréscimo da Mortalidade Infantil em Portugal.


                                            

entrevista  aqui