Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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7 de maio de 2013

Recordações da Nossa Aldeia


                                    (continuação)
                                                                                                   III
                                                                                                 Hoje

Hoje Porto da Lage é uma sombra do que foi. Poucos descendentes dos pioneiros aqui ficaram radicados. Os bisnetos há muito que saíram para as cidades do Porto, Lisboa, Coimbra, Setúbal, Leiria, Lousã, África e até E.U.A. Entre eles, há médicos, advogados, engenheiros, comerciantes, professores, economistas. Só um foi para o Seminário mas esteve lá pouco tempo, faleceu nos EUA, lá deixou quatro filhos e não sei quantos netos.

Só uma nota que não quero esquecer. De todas as famílias que por aqui passaram para trabalhar na estação de comboios, ficaram por cá três descendentes de um sr. Sousa, agulheiro, a filha do sr. Vital, empregado menor e o filho de um sr. Santos, factor ou chefe, que era dos Soudos. De resto todos regressaram às suas origens. Já nos tempos mais recentes quando ainda havia guardas de cancelas ficaram aqui radicadas mais três famílias: Baião, Arlindo e Jorge. O primeiro veio do Alentejo, o outro casal de Fungalvaz e o terceiro casal ele do Casal da Fonte e ela de Fungalvaz. Ainda há outra família que veio da Régua com três filhos e por cá quiseram ficar.

Desde 1864 até 2013 muitas décadas se passaram, muita água passou debaixo da ponte. À data mora aqui uma senhora de 82 anos com a irmã de 76 anos, bem como a filha da primeira. São descendentes de Sousa Rosa. Dois irmãos (casados e com filhos) descendentes do Sousa Rosa que foi à guerra em França.  Dos Sousa Rosa a viver em Porto da Lage há um jovem rapaz, mas o pai trocou-lhe o apelido, em vez de continuar o nome do antepassado. Um outro jovem varão, também descendente, já nem usará o Sousa Rosa da avó materna.

Na cidade do Porto há os descendentes de um bisneto do pioneiro Sousa Rosa e o último ocupa o 7.º lugar na ordem das gerações.

Há bisnetos de Motas que aqui têm casas e vêm cá regularmente: uma neta de Manuel Augusto Mota, dois netos de João Mota e duas netas de António Mota.




Eu, que também sou bisneta do pioneiro Sousa Rosa e neta de Francisco Mota, das Sobreiras, cá moro, até quando não sei. (Dulcinda Mota Teixeira)
                                                                          FIM