Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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21 de janeiro de 2015

Arre Burrinho



Carlos Reis, Para a Feira

Arre burrinho
para a feira
José Malhoa, O Aguadeiro
carregadinho 
de madeira


Arre burrinho
para Azeitão
carregadinho
de feijão

Arre burrinho
para Loulé
carregadinho
de água-pé

Arre Burrinho
para Monção
Carregadinho
de sabão

Arre burrinho
arre burrinho
para a feira
de S. Martinho

Para o senhor
capitão
não está em casa
o capitão
larga burrinho
a carga no chão.

(continuação da poesia popular contada pela tia Alice)

Rouxinol que tão bem cantas





José Malhoa, Primavera
 Jardineiras e floreiras
o que andais vós a vender?
vendemos cravos e rosas
raminhos de bem-querer

Indo eu por aqui abaixo
em busca dos meus amores
encontrei uma floresta
carregadinha de flores

Cheguei-me bem junto dela
para o sol não me crestar
era meio-dia em ponto
rouxinol ouvi cantar

Rouxinol que tão bem cantas
onde aprendeste a cantar?
No palácio da rainha
onde el-rei ia caçar

O rei estava na varanda
a rainha no quintal
atiravam um ao outro
as pedrinhas de cristal.


Maria de Lourdes de Mello e Castro, Janela Florida
(continuação da poesia popular contada pela tia Alice)