Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

Si hortum in biblioteca habes deerit nihil
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3 de março de 2015

Discurso (Remarcante)

(continuação)

Mas antes disso, convém explicar o que se conseguiu descobrir, depois de porfiados estudos sobre a outra falsa inauguração!



O outro marco (o da outra falsa inauguração?)
Era uma vez um reino.... (qualquer semelhança com a realidade...) ...
Num dia apareceu à audiência real um delegação do distrito de Santarém e outra do distrito de Leiria (se aqui estiver algum dos delegados, agradeço que se aproxime e que testemunhe) ambas se iam queixar da falta de estradas dignas desse nome nos respectivos distritos.
O rei, ou a rainha, não consegui saber ao certo, chamou o ministro que logo prometeu uma estrada a ligar os dois distritos
No dia seguinte, em todos os jornais: "O governo de Sua Majestade vai construir uma estrada".
Toda a gente percebeu que o governo não ia construir nada, que, quanto muito, ia mandar construir alguma coisa.
Melhor percebeu o secretário que perguntou ao ministro:
-Posso marcar a inauguração?
-Já o devias ter feito! Responde-lhe o ministro.
- Sim, Sr. Ministro! O marco inaugural pode considerar-se feito.

Passados uns dias:

- Sr. Ministro, posso marcar a inauguração da estrada, digo, do marco?
- Podes, e onde vai ficar o dito marco?
- Sr. Ministro, para ligar os distritos de Santarém e de Leiria, e com o orçamento que temos, o melhor mesmo é ficar entre os dois, foi onde o mandei colocar...
- Mas isso não fica muito longe do comboio? Detesto andar pelas estradas esburacadas deste país, e pior ainda, andar pelas estradas desses dois distritos, devem ser péssimas pelo que me disseram na audiência real, manda colocar um marco, mas perto do comboio, em Santarém não passa o comboio?
- Mas sr. Ministro, assim teríamos de fazer a estrada desde Santarém até, pelo menos, a fronteira com Leiria, onde está o marco inaugural (ESTE!).
- Arranja-me então outro sítio, mais perto da confrontação dos distritos, que tenha comboio.
- Em Chão-de -Maçãs passa o comboio, até estamos à espera das aparições de Fátima para lá mandarmos pôr uma placa alusiva,  a estação seguinte é a de Payalvo.
- Gosto mais desse nome, e nem aprecio maçãs, manda fazer outro marco com os dizeres  ERNº... qual é o número livre? e com a inscrição: DE SANTARÉM A LEIRIA, se sobrar espaço, podes mandar pôr a ALTITUDE.
- Pois, à falta de atitude... (mas isto dito baixinho).
- Já agora, manda gravar no outro a distância que eu poupei, quanto foi? Como se chama mesmo essa terra?
E assim ficou: DE PAYALVO 34308,3 M.
Estou convencido de que o secretário foi medir a distância passando por todas as tascas do caminho, mas não o posso garantir.
Se não foi assim, foi o transportador/assentador que inflacionou a distância...
E a estrada? Perguntam os que aqui chegaram.
De estradas não reza esta estória, respondo e assim me calo.
A banda toca uma marcha de despedida.
(Não se canta o hymno nacional por que ninguém sabe o Hymno, mas devo ser muito aplaudido).
E assim termina o sofrimento da minha família por aqui, bem hajam por me terem aturado, boa viagem de regresso a vossas casas, até à descoberta do próximo marco estórico... (lm)


(continua)