Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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16 de agosto de 2016

Com Moscas há 150 anos


Este blog está às moscas já há algum tempo, é verdade. Mas não é para suprir ou penitenciar-me desse vazio, em que as ditas são metáfora na expressão, que por aqui passo hoje. É para me queixar delas, das próprias, em carne e osso, do insecto, que nos trespassa com seu estilete até ao cérebro, nestes dias em que os 40 graus nos deixaram e elas revivesceram, vindas sei eu lá de onde as moscas se escondem, quando a canícula parece ser, também para elas, insuportável. Findos os trópicos, chegadas as moscas! Não há sossego neste Verão incendiário!
Mas como em tudo, até para ouvir sobre ferroadas de moscas, é preferível deixar falar quem sabe, do assunto e da língua portuguesa, calo-me e deixo-vos com o Mestre. Que há precisamente 150 anos, a 16 de Agosto de 1866, sofrendo naquele ardentíssimo mês, do calor e das picadelas das moscas desejava ser elefante para em cada ruga do seu coiro as entalar e esmagar!
Deleitem-se com este belo naco da  maravilhosa prosa de Camilo Castelo Branco, o qual, tal como afirma sobre o Padre Manuel Bernardes, faz da língua portuguesa a mais graciosa do mundo. (MFM)







Uma pequena adenda, em exclusivo para os Mota: no mesmo dia em que Camilo, invectivava as moscas, este nosso avô festejaria o seu oitavo aniversário dando murros e bofetões às ditas que sobrevoavam naqueles tempos o Paço da Comenda?