Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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30 de setembro de 2016

Os Descendentes


Ainda a propósito do grande proprietário de Porto da Lage e arredores, no inicio do sec.XX - Manuel de Sousa Rosa-, publico hoje a lista dos descendentes dos seus sete filhos que mantiveram nas suas mãos, na sua maior parte, as propriedades do avô até aos anos oitenta do século vinte. O facto de dez dos seus netos terem casado entre si, e de alguns terem apenas um ou dois filhos terá impedido a dispersão das propriedades. Uma outra razão seria que, apesar de, dos dezasseis netos varões que atingiram a idade adulta, apenas três se terem dedicado exclusivamente à agricultura, os outros, ocupando-se embora do comércio, industrias, pequenos serviços ou de outras profissões, continuaram a manter as suas terras e a cultivá-las, com excepção, ao que me dizem, dos filhos dos filhos mais novos, João e António,  que, cedo, venderam as suas terras, embora a primos.

É na geração seguinte que tudo se altera. Apesar de nada coesa em termos de idades, a meia centena de bisnetos de Manuel de Sousa Rosa teria/tem  hoje entre 110 e 55 anos, esta geração tem como ponto comum, maioritariamente, o abandono da agricultura. Em suma, dedicam-se a negócios, exercem profissões liberais, são altos cargos da função pública ou de empresas, e, em número considerável, partem para África. É extraordinária esta demanda de África, que extrapola as colónias portuguesas. Ignoro o início desta diáspora mas sei que já se verificava em 1935, data em que o meu avô comprou a casa nos Olivais a uma prima (Gracinda, neta de António Sousa Rosa) que partia com a família para Moçambique.

Situação curiosa é verificar que grande parte dos terrenos que ainda hoje estão na posse de descendentes de Manuel de Sousa Rosa pertencem precisamente aos "africanistas," aqueles que ainda hoje estão em África, foram depois para os Estados Unidos ou outros países ou já voltaram para Portugal! Porque não se desfazem das terras, quando os que estão mais perto o fazem? Talvez eles nos possam dizer.

Quanto à lista, decidi fazê-la, com a ajuda imprescindível da Dulcinda, respondendo às diversas questões de pessoas que sabem ser descendentes de  Manuel de Sousa Rosa, mas não sabem porquê, "a minha avó dizia que a avó dela era da quinta mas não sei como" ou que querem saber como é que são primas ou ainda são primas de ... Espero, por um lado, poder desta forma ajudar  os que me questionaram na busca das origens e dos parentes, e por outro, que os restantes  não considerem intromissiva a divulgação do seu nome e laços familiares. (MFM)