Em termos de política de transportes rodoviários, se assim se pode chamar, era a primeira vez em Portugal que se assistia a uma reflexão desta envergadura.
O decreto de 1793 afirma:
… assim como os rios tornados navegáveis contribuem para o esplendor, e opulência das Províncias, e Cidades, que regam, facilitando assim a comunicação de umas a outras Povoações, e o transporte dos géneros, produções, e mercadorias, da mesma maneira a construção das estradas públicas contribui para o mesmo fim, e dá igualmente a conhecer o estado de Policia, em que se acham os povos, e não é hum dos menores monumentos da grandeza dos Romanos os vestígios, que ainda se encontrão daquelas estradas, que desde as praças da Capital se dirigiam a todos os limites do Império Quis S. Majestade também distinguir o seu Reinado com estas demonstrações da grandeza do seu animo Real; nomeou para Inspector desta grande obra a José Diogo Mascarenhas Neto, e se começou logo com actividade, facilitando-se ao presente a estrada, que de Lisboa conduz até Coimbra; abandonou-se a antiga que pela inundação do Campo da Golegã se fazia muitas vezes impraticável, e para maior cómodo dos viandantes se instituio hum coche de Posta, que em certos, e determinados dias parte de Lisboa, e de Coimbra; Continua-se a mesma estrada, que em breve chegará ao Porto. O decreto de 1793 afirma:
Coche de Posta |
E foi assim que, nos finais do sec.XVIII se deu o primeiro declinio de Porto da Lage, na altura uma quinta e uma estalagem situadas num ponto estratégico e importante, junto à principal estrada real. Após a construção da estrada de Lisboa a Coimbra, passando por Rio Maior e Leiria, a "velha" estrada cai em desuso e com ela as antigas estalagens situadas à sua beira, também a da Golegã, famosa hospedaria que deu origem à vila (pertencia, dizem, a uma galega e daí se teria originado o nome golegã ) entra em declinio. Anos depois, a velha ponte sobre a Ribeira da Beselga cai de todo e a ribeira naquele local só é passável a vau, quando a natureza deixa. Nos anos quarenta do século XIX é reconstruída, depois desaparece novamente, para ressurgir, pela última vez, em 1933. Ainda lá está.(MFM)
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