6 de julho de 2012

Paixões Funestas II - Palavras do Assassino, em rigoroso exclusivo.

Sei o que é uma paixão

Falámos hoje com o criminoso  Francisco Jorge da Silva de 25 anos [filho de Júlio Jorge da Silva e de Maria da Conceição, natural de Paços, concelho de Torres Novas], que nos afirmou que usava a arma, da qual tem a respectiva licença em virtude de andar constantemente ameaçado por um ex-sócio, José Anastácio Henriques, que o Francisco Silva acusa de o ter burlado.
- Esse homem anda sempre armado de pistola, diz a toda a gente que me há-de dar um tiro e mais: - quando me encontra na estrada e vem a cavalo, atravessa o animal no meio do caminho, dirigindo-me os maiores insultos;
"tudo se podia ter evitar, se não fosse a teimosia da mãe da Purificação. Lamento muito o que se passou tanto mais que pertenço a uma família honesta que nunca soube o que era uma cadeia. Quando disparei os tiros fui tomado de uma loucura que não sei nem posso descrever. Quis suicidar-me e lamento bastante que no carregador não tivesse, pelo menos, uma bala, para assim acabar com a vida. Sempre era uma coisa mais limpa. Ao menos dava uma prova que sei o que é uma paixão!...
Eu era provocado até pelo cunhado da Purificação*, que me tinha um ódio de morte, a pontos mesmo de me ter agredido há tempos".

In Diário de Notícias, 8.12.1926, pag.2 (títulos da responsabilidades deste blog)

Capela de S.Silvestre onde Maria da Purificação ouviu missa pela última vez.
*Francisco Rosa, casado com a irmã Maria e também primo, filho de um irmão da mãe, António Sousa Rosa.

Vintenas outra vez

Na sessão de 11 de Abril de 1786, o Juíz-Presidente disse que se deviam eleger para Juízes de Vintenas e Escrivães das  mesmas, das freguesias deste Termo; e todos, uniformemente, votaram nas pessoas seguintes:
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Desenho de Domingos Sequeira (1768, 1837)
Freguesia da Madalena:                                                    
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-Vintena dos Casais
Juíz, Luís António
Escrivão, João Pereira do Caniçal*

- Vintena do Paço
Juíz, Manuel António
Escrivão, António Gonçalves, do Porto da Lage
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* Muito me apraz saber que este meu quinto avô (n. 15.11.1758) sabia escrever.
Viera Portuense (1765,1805), Cena Campestre

Fonte: A.M.T, 1771-1800, pag. 211