2 de julho de 2013

Ao que chegámos

 

Isto é tão degradante  que nem consigo ser cínica.





  Deve chamar-se tristeza                                                         
  Isto que não sei que seja
  Que me inquieta sem surpresa
  Saudade que não deseja.
  Sim, tristeza - mas aquela
  Que nasce de conhecer
  Que ao longe está uma estrela
  E ao perto está não a Ter.

 Seja o que for, é o que tenho.
 Tudo mais é tudo só.
  E eu deixo ir o pó que apanho
  De entre as mãos ricas de pó.

Fernando Pessoa

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