Marques de Oliveira (1853,1927)- Interior (Costureiras Trabalhando), Museu Nacional de Soares dos Reis |
Costureira apaga a luz
apaga-a vai-te deitar
já passa da meia-noite
são horas de descansar.
Costureira, mãos de prata,
faz o ponto miudinho
ainda espero romper
dessas mãos um colarinho.
Costureira, costureira,
tua agulha me picou
não foi nada, não foi nada,
ao coração não chegou.
Costureirinha galega
que estás tu a costurar?
Um lencinho de três pontas
para o nosso general.
Neste século XXI já bem entrado cada vez me lembro mais do XIX. Da infância, das brincadeiras, das cantigas, que vivi através das recordações das avós e das tias velhas. Nas tardes de costura que eu acompanhava, contrariada com os pontos mas esperançosa nas histórias, lenga-lengas e ocorrências várias que eu sabia viriam todas circunstanciadas e eruditas da boca da avó e bem populares e ritmadas da da tia Alice. Como esta Cantiga da Costureira. E outras que virão a seguir. (MFM).
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