6 de janeiro de 2015

Dia de Reis





Dia de Reis, o último dia "do Natal". Desarma-se o presépio, desenfeita-se a árvore e toda a casa de todos os ornamentos da época. Tudo irá hibernar por onze meses.
Não parece, mas, não tarda, tudo recomeçará de novo. Depois do alvorecer da vida e da morte que se segue ao Verão, cá o teremos outra vez.
Entretanto, para a despedida uma fatia de bolo-rei e o tradicional vinho do Porto.
Quando eu era criança só comia a fruta cristalizada do bolo rei. Nem percebia como se podia degustar aquela massa seca. Agora, azares da idade, já gosto, aliás, como já gosto de tudo (que raiva!). Nunca me calhava assim, nem o brinde nem a fava. Tudo isso acabou já, graças à preocupação burocrática de Bruxelas (ou à conta desta que também tem costas largas) com a nossa saúde, não fossemos nós morrer já não sei por causa de quê relacionado com os infelizes defuntos brinde e fava.
O objectivo de retirar da nossa vida todo e qualquer escolho que nos obrigue a viver saudáveis, quer queiramos quer não, é a política do nosso tempo. Há cem anos era outra. Por exemplo, com a implantação da república a denominação de bolo-rei foi proibida, passando o dito a chamar-se bolo-nacional.
Mas, como vemos, o nome não pegou. O senso comum impõe limites ao ridículo. Quero crer que o brinde e a fava ainda verão melhores dias (MFM)

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