Ainda a
propósito do grande proprietário de Porto da Lage e arredores, no inicio do
sec.XX - Manuel de Sousa Rosa-, publico hoje a lista
dos descendentes dos seus sete filhos que mantiveram nas suas mãos, na sua
maior parte, as propriedades do avô até aos anos oitenta do século vinte. O
facto de dez dos seus netos terem casado entre si, e de alguns terem apenas um
ou dois filhos terá impedido a dispersão das propriedades. Uma outra razão
seria que, apesar de, dos dezasseis netos varões que atingiram a idade adulta,
apenas três se terem dedicado exclusivamente à agricultura, os outros, ocupando-se
embora do comércio, industrias, pequenos serviços ou de outras profissões,
continuaram a manter as suas terras e a cultivá-las, com excepção, ao que me
dizem, dos filhos dos filhos mais novos, João e António, que, cedo,
venderam as suas terras, embora a primos.
É na
geração seguinte que tudo se altera. Apesar de nada coesa em termos de idades,
a meia centena de bisnetos de Manuel de Sousa Rosa teria/tem hoje entre
110 e 55 anos, esta geração tem como ponto comum, maioritariamente, o abandono
da agricultura. Em suma, dedicam-se a negócios, exercem profissões liberais,
são altos cargos da função pública ou de empresas, e, em número considerável,
partem para África. É extraordinária esta demanda de África, que extrapola as
colónias portuguesas. Ignoro o início desta diáspora mas sei que já se
verificava em 1935, data em que o meu avô comprou a casa nos Olivais a uma
prima (Gracinda, neta de António Sousa Rosa) que partia com a família para
Moçambique.
Situação
curiosa é verificar que grande parte dos terrenos que ainda hoje estão na posse
de descendentes de Manuel de Sousa Rosa pertencem precisamente aos
"africanistas," aqueles que ainda hoje estão em África, foram depois para
os Estados Unidos ou outros países ou já voltaram para Portugal! Porque não se
desfazem das terras, quando os que estão mais perto o fazem? Talvez eles nos
possam dizer.
Quanto
à lista, decidi fazê-la, com a ajuda imprescindível da Dulcinda, respondendo às
diversas questões de pessoas que sabem ser descendentes de Manuel de
Sousa Rosa, mas não sabem porquê, "a minha avó dizia que a avó dela era da quinta mas não sei como" ou que querem saber como é que são primas ou ainda são primas de ... Espero, por um lado, poder desta
forma ajudar os que me questionaram na busca das origens e dos parentes,
e por outro, que os restantes não considerem intromissiva a divulgação do
seu nome e laços familiares. (MFM)