Quando Ilídio
Mota Teixeira completou
oitenta e dois anos a sua filha Luísa e a neta editaram um pequeno
livro "a
"graça" que lhe resolvemos dar na altura", para distribuição familiar, "livro de histórias compiladas que o convenci
a escrever algures em 2012",
conforme diz a filha. Foi antes, portanto, da sua colaboração no blog, pois,
exclusivamente para este, “fez questão de produzir [outras] pequenas histórias que ele
considerou serem mais apropriadas a quem as iria ler" (palavras
dele, reproduzidas também pela Luísa).
Sorte nossa, ficámos a ganhar. Porque, com toda a generosidade, a
família consentiu que todos nós tivéssemos acesso, agora, a mais umas preciosas pérolas saídas da memória, do talento e da sensibilidade do Ilídio.
Vamos, assim, a partir de hoje, deliciarmos-nos
todos, estou certa, mais uma vez com mais estes apetitosos nacos de prosa
cheios de sabedoria, encanto e amor à terra mãe, cuja qualidade já conhecemos.
Como resposta ao pedido que lhe fiz para
que nos fizesse a apresentação do trabalho do pai, a Luísa mandou-me isto:
"... envio duas fotos dum pequeno e simples
"memorial" que instalámos na pequena propriedade da Serrada, tendo
como mote uma nogueira antiga. Uma última homenagem que quisemos fazer na terra
que o viu nascer: Porto da Lage.
Os
versos que inscrevemos na caldeira da árvore, são da autoria do nosso pai; os
mesmos que ele redigiu no final deste livrinho. E mais não digo, porque me faltam as palavras quando me sobra a
saudade".
E lá está, na margem direita do ribeiro "da quinta", para quem o quiser ver ao vivo, um belo e genuíno tributo ao amor verdadeiro. Felicitações ao Ilídio, pela família que criou.
Ao ribeirinho da minha infância
Ribeirinho das duas pontes
De verdes margens e canaviais
A correr em suave bonança
Ao canto dos grilos entre trigais
Nas tuas águas também brinquei
Com rústica cana, linha e anzol
Barquinhos de
papel também deitei
A navegar balançando ao sol