26 de novembro de 2019

80 Anos!





A inveja é um pecado! Certo!

Mas esta vitalidade, energia e talento são o quê caramba?

hAPPY


Happy Birthday  Tina!

Muitos, muitos mais anos a mostrar esta força a uma humanidade cada vez mais pusilânime!

Rolling on, rolling on the river!  FOREVER!

Tomar


 O portodalagense João Maria de Sousa (1838-1905), autor de Notícia Descriptiva e Histórica da Cidade de Thomar, dá-nos, neste livro, uma visão muito clara e objectiva da cidade de Tomar do seu tempo. 
António da Silva Magalhães (Tomar 1834 -1897) é igualmente um cidadão interveniente na cidade, o seu primeiro fotógrafo (contemporâneo e amigo de Carlos Relvas), editor, proprietário e responsável do jornal “A Verdade” (1880-1916), fotografou a sua terra,  as suas gentes e o seu património.

Os textos de um e os registos fotográficos de outro são uma imprescindível e riquissima fonte de informação sobre Tomar no final do século XIX. 

Ao nascente d’esta parte da cidade corre o rio Nabão e a Levada que a separam do outro bairro; por esta levada deriva a agua que vae servir de motor a uma fabrica de moagens, a antigos lagares de azeite e á turbina que transmite o movimento ao dymnamo para a luz eleclrica




...por esta levada deriva a agua que vae servir de motor a uma fabrica de moagens, a antigos lagares de azeite 





Seguindo a margem do rio para o norte corre uma avenida, denominada Marquez de Thomar, arborisada e ajardinada que vae desembocar na Varzea Pequena; esta obra de construcção moderna alem de aformosear muito a cidade collocou-a em melhores condições hygienicas, fazendo desappárecer d'aquelle local os recantos do rio onde se depositavam lôdos e immundicies que eram prejudiciaes á saude publica.



A ponte, anterior, com " guardas que eram de alvenaria cobertas de lages" ....


 ......recantos do rio onde se depositavam lôdos e immundicies que eram prejudiciaes á saude publica...

....para o norte corre uma avenida, denominada Marquez de Thomar, arborisada e ajardinada que vae desembocar na Varzea Pequena....


Liga-os [ao bairro de além da ponte]uma ponte de pedra não se sabe ao certo se mandada construir se reedificar por D. Manoel, mas ê muito provável que fosse reedificada; [...]; a ponte está realmente bem construida, [...] galga por sobre a Levada e o rio em arcos de cantaria de uma solidez a toda a prova, pois tem sempre resistido sem o menor abalo ao impelo violento de grossas enchentes, que muitas vezes leem saltado por cima dela em escarceus formidáveis sem que d’isso se haja resentido.

Esta ponte soffreu ha alguns annos uma modificação: as guardas que eram de alvenaria cobertas de lages foram substituídas, para lhe dar maior largura, por grades de ferro e n'essa occasião foi removida não sabemos para onde a imagem em pedra de tamanho natural de Santo Estevão que se achava sobre a do lado do sul logo á entrada, vindo de Alem da Ponte; é verdade que ella ameaçava desabar, porque a crença popular de que o pó raspado das pernas do santo curava as sezões. tinha-lhfas por tal forma adelgaçado, que mal podiam já sustentar o tronco


a ponte está realmente bem construida, [...]  em arcos de cantaria de uma solidez a toda a prova, pois tem sempre resistido sem o menor abalo ao impelo violento de grossas enchentes [...]sem que d’isso se haja ressentido


As guardas que eram de alvenaria cobertas de lages foram substituídas, para lhe dar maior largura, por grades de ferro.


Ao norte e de encontro ao primeiro pégão da ponte eleva- se o açude que deriva as aguas para a Levada e quando estas são em maior abnndancia d elle se precipitam formando uma bonita cachoeira, cujo sussurrar monotono e continuo é como um acompanhamento em baixo do trinar agudo dos rouxinoes, que durante a primavera soltam melodiosos cantos pousados nas flexiveis vergonteas dos salgueiros e chorões, que de uma e outra margem se baloiçam sobre o rio, dando áquelle local em noites amenas de maio ou junho um tom de suave melancholia, que altrahe e enleva.


....formando uma bonita cachoeira, cujo sussurrar monotono e continuo é como um acompanhamento em baixo do trinar agudo dos rouxinoes ....



Transpondo esta ponte, do poente para o nascente, entra-se em uma rua denominada Marquez de Pombal (antiga rua Larga)









entra-se em uma rua denominada Marquez de Pombal (antiga rua Larga)
O segundo bairo denominado Alem da Ponte é menos regular que o primeiro, não deixando por isso de ter uma certa belleza; sobe por uma pequena elevação e ramifica se em tres direcções principaes.


              ... sobe por uma pequena elevação e ramifica se em tres direcções principaes.


logo à entrada e à direita estão os restos do antigo convento conhecido hoje pelo Convento de Santa Iria e ainda na muralha, que mergulha no rio, se vê em um nicho de pedra a imagem daquella santa; hoje aquelle convento está transformado, parte em casas de habitação e outra parte em uma fabrica de tecidos de lã; só resta d'elle intacta a capella, notável pelo seu porlico e sobre tudo por um retábulo em alto relevo, de muito valor artístico; .



logo à entrada e à direita estão os restos do antigo convento conhecido hoje pelo Convento de Santa Iria 
Logo adeante desta capella há um arco que ligava o convento antigo com a parte que posteriormente foi construída 

......há um arco que ligava o convento antigo com a parte......


e por debaixo d‘elle passa a estrada, que conduz ao cemiterio e à notável egreja de Santa Maria e vae para S. Pedro;



....a estrada, que conduz ao cemiterio e à notável egreja de Santa Maria. [seta indica o cemitério]













quasi defronte deste arco a rua Marquez de Pombal dá uma ramificação para a esquerda, que é a rua da Fabrica (antiga rua das Poças) e vae terminar na Fabrica de Fiação e Tecidos de Algodão, uma das melhores do nosso paiz;




um pouco adeante, ao subir uma pequena elevação bifurca-se, dando origem á rua de Santo André e á de S. Braz; a primeira assim chamada por ter ao cimo, em uma pequena eminência, uma capella com a invocação d’aquelle santo, a segunda porque tinha logo á entrada, ao lado esquerdo, outra capella dedicada a S. Braz, da qual já não restam vestígios alguns, tendo sido demolida para no seu local se edificarem casas de habitação.

O sentido da rua de Santo André indicado a verde e o da rua de S.Brás a laranja.