9 de janeiro de 2022

Opinião de um Portodalagense I

 


Mortalidade colateral (não-Covid) em 2021 (confirmação) 

H. Carmona da Mota  Janeiro 2022 



Previa-se para 2021 um valor da mortalidade colateral (não-Covid) entre 11040 e 11880; foi de 10751 (97,4% do mínimo). Valores por milhão de habitantes (pM)


FIG 1


Tal como provei, em 2020 a mortalidade colateral (não-Covid) não foi excessiva e, como previ, também tal não aconteceu em 2021; foi mesmo muito inferior à de 2020 e até à de 2019. Os doentes não-Covid sobreviveram e o SNS tem resistido; até agora. 


FIG.2

Nota: A figura 2 (que substituí por demasiado tosca) mostra as curvas dos valores históricos máximos (azul) (R2 = 0,9823) e mínimos (vermelho) (R2=0,9935).


O valor de 2021 foi inferior ao mínimo previsto tanto pela tendência (modelo de regressão quadrática) dos valores dos 13 anos anteriores como também ao que augurei, extrapolando dos valores mínimos históricos e assumindo que a mortalidade de 2021 seria baixa, dado que a de 2020 fora elevada (segunda tese). 

O valor previsto não foi mau mas não suficientemente exacto pelo que houve que reavaliar a validade do raciocínio (a tese), os métodos usados ou os processos de contagem. A atribuição da causa de morte a pessoas susceptíveis (muito velhas e doentes) é difícil – morreram por Covid ou infectadas pelo SARS-Cov2 ? 

Tudo serve de pretexto aos velhos para morrerem e, mesmo assim, dissimulam
Augura Agustina, O Mosteiro. 

Presumo que muitas mortes de velhos em lares (40% do total nos primeiros meses) tenham sido atribuídas à evolução fatal das doenças de base (atribuição muitas vezes feita pelos próprios lares) e que esse processo tenha vindo a ser corrigido. Auguro que provavelmente hipercorrigido com a massificação dos “testes” - mortes atribuídas à Covid por terem “testes” positivos; mortes que sempre teriam ocorrido – qualquer gota de água faz transbordar este co®po. 


FIG.3







FIG.4

 A ser assim, (Fig 3-4) o valor correcto da mortalidade colateral (não-Covid) de 2020 teria sido inferior (↓) ao oficial, aproximando-se do valor médio calculado pelo método da regressão (tendência) (Fig 5) ao passo que o de 2021 teria sido superior (↑), (Fig 4) aproximando-se do limiar previsto pelos dois métodos (Fig 1- 2).


FIG.5

 Por fim, há que ter em conta que estes valores são sempre referidos à população portuguesa cujo número, nos últimos 4 anos tem vindo a aumentar por efeito da naturalização (R2= 0,9564) com uma proporção de velhos muito inferior à portuguesa.


FIG. 6

FIG.7


É a minha terceira tese que prego não na porta da igreja do meu castelo de Wittenberg mas à Porta Férrea da minha Universidade de Coimbra. 

a) ter em conta a projecção da tendência histórica e não a média dos últimos 5 anos.

 b) ter em conta a alternância de anos bons com anos maus. 

c) ter em conta a dificuldade em, por vezes, distinguir causa de coincidência. 


E, afora este mudar-se cada dia, 

Outra mudança faz de mor espanto: 

Que não se muda já como soía. 

Camões



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