tag:blogger.com,1999:blog-53175527352808163382024-03-06T05:08:34.887+00:00Porto da LageEsta água foi nascer/Naquela encosta do monte/Para vir dar de beber/A quem passar pela fonte
Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.comBlogger562125tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-10381451756695021982023-06-19T14:15:00.007+01:002023-06-19T16:34:50.119+01:00Carlos Reis<div style="text-align: justify;"><span style="color: #2b00fe; font-size: x-small;">O autor deste post é descendente de gente de Porto da Lage. Um seu bisavô, Aurélio de Sousa Vasconcellos, natural das Moreiras Grandes casado com Maria José Motta, das Sobreiras, era em 1895 empregado de telégrafo na estação dos caminhos de ferro de Paialvo, tendo este casal tido numerosos filhos portodalegenses de que alguns leitores deste blog, porventura ainda se lembrarão. Mostrou Freire da Paz vontade em publicar neste blog a sua admiração pelo pintor naturalista português Carlos Reis assim como a possibilidade de este estar ligado à sua família. As imagens são também pertença do autor. (MFM)</span></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7H_q9Uoxv4OkPS9LHH54HBoBUfVsn3-eD3oACP9KOGOteub8LMJZW_-_ZO0uxraUPrvuk1EOwlCAAVhv4WCByFrE5ZIjyDfk58meHJR4eYsHpvuypcjg_7DPFXGp8qZa8Z-FZWB6KmI6c55xxELW-3eT-24-s7dhSZYle-KTE9Rjb8By0mG9SwprZXgo/s401/autoretrato%20carlos%20Reis.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="300" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7H_q9Uoxv4OkPS9LHH54HBoBUfVsn3-eD3oACP9KOGOteub8LMJZW_-_ZO0uxraUPrvuk1EOwlCAAVhv4WCByFrE5ZIjyDfk58meHJR4eYsHpvuypcjg_7DPFXGp8qZa8Z-FZWB6KmI6c55xxELW-3eT-24-s7dhSZYle-KTE9Rjb8By0mG9SwprZXgo/s320/autoretrato%20carlos%20Reis.jpg" width="239" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Autoretrato de Carlos Reis</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div style="border: 0px; color: inherit; font: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br aria-hidden="true" /></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsznJunyeCjJyRW9E7ybgCvaFg9Y8OI97egnEl9IzgrevHB14kSU2DRE2QaUJKML1Mp2kkord_Q7i-UJKqu3LCV8viWTNoju4z8OZn95f_6EO_Wp4Rq_XEM6qpgvwWwmCaGaFhRJuu7eMKE85kSBlVJXB5kKjPF8FnvoYnIoQNr6QiFYh9rn0GkKY5pZw/s688/asas%20Carlos%20Reis.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="688" data-original-width="601" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsznJunyeCjJyRW9E7ybgCvaFg9Y8OI97egnEl9IzgrevHB14kSU2DRE2QaUJKML1Mp2kkord_Q7i-UJKqu3LCV8viWTNoju4z8OZn95f_6EO_Wp4Rq_XEM6qpgvwWwmCaGaFhRJuu7eMKE85kSBlVJXB5kKjPF8FnvoYnIoQNr6QiFYh9rn0GkKY5pZw/s320/asas%20Carlos%20Reis.jpg" width="280" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><i>Asas</i>, de Carlos Reis. Exposto no Museu do mesmo <br />em Torres Novas.</span></td></tr></tbody></table><div style="border: 0px; font-feature-settings: inherit; font-kerning: inherit; font-optical-sizing: inherit; font-stretch: inherit; font-variant-alternates: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; font-variation-settings: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Nasceu Carlos António Rodrigues dos Reis a 21 de Fevereiro de 1863 na Vila de Torres-Novas, na casa que seus pais possuíam na calçada do Amparo, que do sul faz esquina para a travessa do Prior, pertencente à freguesia de Santiago, em cuja matriz foi batizado a 9 de Março do mesmo ano, conforme consta do respetivo assento, lavrado sob o n.°23 fls, 12 do livro batismos nº 24.<br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Um dos 8 Filhos, dos quais sobreviveram quatro, entre eles duas mulheres, vindo a ser violinista de renome, D. Elisa Reis, a filha de um deles, do João Reis, oficial do Exército. O mestre em questão, Carlos Reis era filho do conceituado cirurgião do partido municipal, o Dr. João Rodrigues dos Reis, nascido em 1806 e falecido em 12 de julho de 1881 e de sua mulher, D. Maria de Jesus Nazaré Reis, ele natural do lugar da Mata, Santa Eufémia, freguesia de Chancelaria, concelho de Torres Novas e ela do Pedrógão, deste mesmo concelho. Foram seus avós paternos, João Rodrigues Cabeleira e Joana do Carmo dos Reis Cabeleira, maternos o Dr. Carlos António dos Reis Godinho, natural da Chancelaria, também deste concelho, que veio a ser médico em Leiria e muitos anos Diretor do Hospital desta cidade, e D. Maria de Jesus Nazaré.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Verifiquei por curiosidade algumas correspondências que muito provavelmente ligam o bisavô da minha avó materna, a Irene de Sousa Vasconcelos nascida em Nisa concelho de Crato por mera casualidade, devido a seu pai, ter sido chefe de estação dos C.F.P no Alentejo, pois a sua vida até casar veio a ser a terra da sua mãe, Maria José Mota, nas Sobreiras, em Tomar. Ela, a minha avó acompanhou o seu avô em criança até à sua última morada, o seu avô paterno João de Sousa Vasconcelos, que incluía o seio da sua família nestas andanças, e nesta altura por já estar muito debilitado, tendo vindo a ficar sepultado no cemitério de Vale de Peso, concelho do Crato. Ele, “o chinês” como era conhecido em Paialvo e arredores, deve ter falecido próximo da data histórica da nossa implantação da República, pelas minhas contas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fiquei muito feliz dado ser um grande apreciador da obra do Carlos Reis, quando deduzi que ele deve estar ligado na ascendência familiar ao pintor aqui apresentado, pois o meu antepassado teve um avô, o João Rodrigues Doutor nascido na mesma povoação natal do pintor, Mata, Santa Eufémia, Chancelaria, apenas estando separado cerca de três décadas no nascimento, antes do pai do pintor na mesma povoação da Mata e como se vê, ambos João Rodrigues. Pude também constatar, devido às minhas investigações genealógicas que a avó paterna da minha avó, a mulher do “chinês”, a Soledade Laranjeira era também descendente de Maria Ignácia dos Reis que nasceu nas proximidades. <span style="color: #212529; font-family: Poppins, serif, EmojiFont; font-size: 12pt; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; font-variant-ligatures: inherit; font-weight: inherit;"> </span><span style="color: #212529; font-family: Poppins, serif, EmojiFont; font-size: 16px; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; font-variant-ligatures: inherit; font-weight: inherit;">(Renato Paulo Correia Freire da Paz, 17.06.23) </span></div></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX-66cC71iiwMWjaJwYQajmBWN7-azqHa2ER7rfCHOCTMidQ05f-Z5KJsKyjpdz8S-qF0rW8EBPOD11RKdxImkMjomf_XJsqbS3GIWFe4oQ5xG_Wgn_UtfmAMSPvfvewnjvOxCdhw0v9CYqQ-mrIMLeGSj_MCEMoTbe2HIJVJoL02454kq3YC4Z5EfVj4/s145/Chin%C3%AAs%20Joao%20de%20Sousa%20Vasconcelos.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="145" data-original-width="121" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX-66cC71iiwMWjaJwYQajmBWN7-azqHa2ER7rfCHOCTMidQ05f-Z5KJsKyjpdz8S-qF0rW8EBPOD11RKdxImkMjomf_XJsqbS3GIWFe4oQ5xG_Wgn_UtfmAMSPvfvewnjvOxCdhw0v9CYqQ-mrIMLeGSj_MCEMoTbe2HIJVJoL02454kq3YC4Z5EfVj4/w267-h320/Chin%C3%AAs%20Joao%20de%20Sousa%20Vasconcelos.jpg" width="267" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">João de Sousa Vasconcelos, o Chinês</td></tr></tbody></table><div style="border: 0px; color: inherit; font: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiVU0ApX-Eg4CLVOjb-B8y8MbYE6_-6t6_sEMnkgkxwlO8D_5D9LM2bZKSGyr3Ov8myjg3SV5WzBal43fALAGQ73kGxPBpAPJNgO5BTgeujsZFnbImk-Ld3e5YLAWLdjumxNzpaEOlHkp7RAGarfNgR72iiFiKjLp_nI4Nrtx4InpMWXX0sVdhTqfCNSls" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="301" data-original-width="281" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiVU0ApX-Eg4CLVOjb-B8y8MbYE6_-6t6_sEMnkgkxwlO8D_5D9LM2bZKSGyr3Ov8myjg3SV5WzBal43fALAGQ73kGxPBpAPJNgO5BTgeujsZFnbImk-Ld3e5YLAWLdjumxNzpaEOlHkp7RAGarfNgR72iiFiKjLp_nI4Nrtx4InpMWXX0sVdhTqfCNSls=w299-h320" width="299" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Soledade Laranjeira</td></tr></tbody></table></div><div style="border: 0px; color: inherit; font: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /><br aria-hidden="true" style="background-color: white; color: #242424; font-family: "Segoe UI", "Segoe UI Web (West European)", "Segoe UI", -apple-system, BlinkMacSystemFont, Roboto, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 15px;" /></div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-91761491953217479282023-05-18T17:37:00.005+01:002023-06-01T10:34:36.417+01:00Carta de Pura e Irrevogável Venda<p> </p><p><span style="color: #2b00fe; font-size: x-small;">Continuando o assunto do post anterior vejamos agora neste a forma prática da sua aplicação.</span></p><p></p><div style="text-align: justify;"> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCWo_wgn4HDcuq0TpRExBKKqZ_uIcbZQi8QjZe8FuEiMbAk8gwY8unUl_X61WGlbAsrhZWOflc6oNlDc334V8XnLDlgkK2tWz5_xtFx4KxM90CpnGkmD4k8HwzMemgVwydQm11S4LgjmXOzfh-ZA6qgNi2TdHad1loMOaMD3-VpGs_uc4RUzhnaSd1/s720/oliveira.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="482" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCWo_wgn4HDcuq0TpRExBKKqZ_uIcbZQi8QjZe8FuEiMbAk8gwY8unUl_X61WGlbAsrhZWOflc6oNlDc334V8XnLDlgkK2tWz5_xtFx4KxM90CpnGkmD4k8HwzMemgVwydQm11S4LgjmXOzfh-ZA6qgNi2TdHad1loMOaMD3-VpGs_uc4RUzhnaSd1/w268-h400/oliveira.jpg" width="268" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Foto retirada da net.</span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;">Em 10 de Dezembro de 1918 o presidente da República Sidónio Pais, <u>eleito por sufrágio directo</u> (ele não quer que se esqueçam disso, ora leiam abaixo) passa uma <i>Carta de pura e irrevogável venda</i>, carta que ele proprio assina (verdade que de chancela, ainda bem para ele, que se o fizesse por sua mão, a esta e a milhares iguais a esta, a causa da sua morte quatro dias depois talvez fosse outra e muito antes) a António Augusto Mota *, morador em Porto da Lage, que adquirira em 20 de Abril do mesmo ano um lote de oliveiras que tinham pertencido à Confraria de S.Braz da Freguesia da Madalena, Concelho de Tomar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Este lote de "oliveiras em terra" consta de dezoito oliveiras (não afian<span style="text-align: justify;">ço esta minha contagem, aceito correcções) distribuídas por doze proprietários de terras em outros tantos sitios: Ribeira de Porto da Lage, Paço, Venda do Seixo, Bouça, Bica, Serrada de Galegos, Vale de Prisco, Pereiro, Bregil, Outeiro, Fonte do Mocho e Valinho, que foram vendidas por dezanove escudos e quarenta e um centavos (19$41 para quem ainda se lembra) após arrematação. Esta importância foi paga na Agência do Banco de Portugal em Santarém, a que se acrescentaram 1$18 de </span><i style="text-align: justify;">contas de contribuição de registo e emolumentos a serem pagos na tesouraria do indicado Concelho</i><span style="text-align: justify;">, supõe-se que Tomar.</span></div><p></p><p style="text-align: justify;">A Carta determina ainda que se transmite <i>na irrevogável e pura venda toda a posse e domínio que nas referidas oliveiras tinha a Corporação para o arrematante, seus herdeiros e sucessores</i>]?]<i> as gozem, possuam e desfrutem como próprias.</i></p><p style="text-align: justify;">Este negócio do Estado é o exemplo do que acontece quando os regimes mudam e, cheios de "generosidade" retiram bens a quem está, no momento, do lado errado da história. Fora assim em Portugal no Liberalismo com os bens das extintas ordens religiosas, os quais foram vendidos ao desbarato a capitalistas pouco preocupados em cultivar terras, deixando de fora quem efectivamente as cultivava. Foi assim no fim da União Soviética e no início de países ex-colónias onde, alimentada com os despojos do passado, nasceu de imediato uma classe de oligarcas, havendo pouco ou nenhum beníficio para as populações. Em Portugal, à nossa medida quase anã, passou-se o mesmo neste micro-mundo da expropriação dos bens religiosos, sendo exemplo uma pequena freguesia rural com incidência especial nas "oliveiras em terra". </p><p style="text-align: justify;">Senão vejamos, expropriadas que foram as oliveiras, por uma razão ideológica que impedia que um "Culto" detivesse bens materiais (os outros acho que deixava) o que poderia o Estado fazer com elas? A medida que pareceria mais justa seria dá-las aos donos das terras onde estavam plantadas, por um lado porque o mais certo seria as ditas oliveiras lhes terem pertencido algum dia e terem sido oferecidas a um Santo ou Santa em paga de algum milagre e aí o papel do Estado seria o de as restituir ao dono inicial, que fora lesado pela "falsa doutrina" do clero que o enganara, pelo que ajudaria a reparar um erro e ficaria bem visto; por outro lado porque, em boa verdade, o Estado não perdia nada, as oliveiras nunca tinham sido suas e faria uma excelente figura. Esta medida teria sido uma boa forma de propaganda política.</p><p style="text-align: justify;">Mas como é dos livros que o Estado não nasceu para dar nada a ninguém (nem, no caso do nosso, primar pela inteligência), dou de barato que não desse as oliveiras, mas que as vendesse aos mesmos de que falei atrás. Ninguém se escusaria a comprar, ninguém gosta de ter na sua propriedade algo que não é seu, de lá ver entrar quem não quer quando quer, ninguém, enfim, quer ter problemas escusados. <span style="text-align: left;">Seria então criada uma tabela de preços por oliveira a que se juntaria a respectiva e competente </span><i>conta de contribuição de registo e emolumentos, </i>que cada cidadão proprietário de pequenos olivais pagaria todo contente e aliviado<i>. </i>E<i> </i>uma vez que o inventário estava feito, nada disto encareceria o processo, pelo contrário, pois se, suponhamos, fosse fixado 1$50 por oliveira, seriam arracadados na operação 24$00 a que se acrescentariam as taxas, aplicando a cada uma $09, seriam 1$62. O Estado ganharia então 25$62, face ao que ganhou na realidade com a arrematação - 20$59. Multipliquemos agora a diferença por todas as outras "oliveiras em terra" da Freguesia, depois do Concelho, do Pais. Façamos a mesmo exercício para outros bens e produtos análogos..., não, não vale a pena, <i>You got the idea.</i></p><p style="text-align: justify;">Não, o governo da República não tem que me agradecer a assessoria económica e política retroactiva, foi um gosto. Sou uma patriota (republicana até). Mas já não fomos a tempo. A especulação e a ganância já começaram. O Estado tratou de arranjar intermediários que farão o que ele poderia ter feito, mas pelo preço máximo, e perdendo dinheiro com isso.</p><p style="text-align: justify;">Intermediários que fizeram o <span _msthash="0" _mstmutation="1" _msttexthash="180648">raciocínio</span> simples e sensato que eu fiz. Que concretizaram o negócio ideal, um investimento limpo e sem riscos - compra-se sabendo haver clientes certos e dispostos a pagar tudo. Só quem não podia é que não se metia nele, só não via quem não queria - O Estado! Será que não via mesmo? (MFM)</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">PS - E<span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px; text-align: start;">m Junho de 1929 foi publicada a </span><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px; text-align: start;">Portaria n.º 6259 que permitia manifestações públicas do culto católico, com procissões e toques de sinos, o que conduziu a que </span><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px; text-align: start;">o ministro da guerra Júlio Morais Sarmento comandasse protestos anticlericais sendo a portaria anulada em Conselho de Ministros (mesmo depois do 28 de Maio a senha anti-clerical continuou mesmo entre ministros). Perante isto, o ministro da Justiça e dos Cultos, Mário de Figueiredo, que tinha publicado a portaria, demitiu-se no que foi acompanhado por Salazar, então ministro das Finanças. </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px; text-align: start;">Mais tarde, a Constituição de 1933 </span><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px; text-align: left;">mantém a separação entre Estado e Igreja mas </span><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px; text-align: left;">uma revisão constitucional em 1935 já declara que o ensino público fica submetido aos «princípios da doutrina e moral cristãs, tradicionais do País» e no ano seguinte a Lei de Bases do Ensino estabelece que «em todas as escolas públicas do ensino primário infantil e elementar existirá, por detrás e acima da cadeira do professor, um crucifixo, como símbolo da educação cristã determinada pela Constituição».</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px; text-align: left;">Em 1937 o próprio Salazar começa a negociar a Concordata com a Santa Sé, que será assinada em 7 de Maio de 1940,</span><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px; text-align: left;"> </span><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px; text-align: left;">recusando então que </span><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px; text-align: left;">os bens da Igreja que tinham sido nacionalizados em 1911 lhe viessem a ser devolvidos ou que fosse paga qualquer indemnização pela sua nacionalização. Esta concordata vigorou na íntegra até 2004, com excepção da alteração feita em 1975 sobre a possibilidade do divórcio civil em casamentos católicos. </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px; text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSLoAd_I0dxwj83iIkzc4_1x8W7jJc19HpkTXyHq1nHXWQpW_hbmDYjn3olrY4Wvt1tZhW5VXZN9-B3cWytvi-XSowEOh3Ta9177eoMt7ohw1ptzzDIIoPaHUp3fO4dgCi_a5va79lNiQzI1yHH992hIgnbjD0AWS3PTW2dICqZciW4vUiRvGkOSPc/s1280/thumbnail_IMG_8144.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="847" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSLoAd_I0dxwj83iIkzc4_1x8W7jJc19HpkTXyHq1nHXWQpW_hbmDYjn3olrY4Wvt1tZhW5VXZN9-B3cWytvi-XSowEOh3Ta9177eoMt7ohw1ptzzDIIoPaHUp3fO4dgCi_a5va79lNiQzI1yHH992hIgnbjD0AWS3PTW2dICqZciW4vUiRvGkOSPc/w265-h400/thumbnail_IMG_8144.jpg" width="265" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMVRuZu4uino_uVTgD3dMlHAJiP4AHncxgRO4Y8nKe30mPwxCcZxT8IU5jYCsCbpf_eJ4RlHF83RkGFiVxxUQ4vr91r0Kj1kpIMuB9oYjkvuPy02oyhb_tdcqGzU3DALXATUlgHSq_-8AuV09Ld-7_17NO2RuhyZj3Qu3MgrjUYPQtTz6A5FkqNRwb/s1280/thumbnail_IMG_8145.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="816" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMVRuZu4uino_uVTgD3dMlHAJiP4AHncxgRO4Y8nKe30mPwxCcZxT8IU5jYCsCbpf_eJ4RlHF83RkGFiVxxUQ4vr91r0Kj1kpIMuB9oYjkvuPy02oyhb_tdcqGzU3DALXATUlgHSq_-8AuV09Ld-7_17NO2RuhyZj3Qu3MgrjUYPQtTz6A5FkqNRwb/s320/thumbnail_IMG_8145.jpg" width="204" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSEBOSY0MnBpAzqmFWyHFol2f_9S0a6Q-G-ZSOVshSnuaS06n_NtB4u65ss2qGjTRehICHBORxMWusV8e70WBi-oNEGZJkSptyKbSn9_0YV0qh2hvwwhNfOV78tUUa-a0GfqfgrrZdM5y8wgpcnq-sDHYTYcTDa7-ui7b-MLXbF8xJnn1GYpMj3IVU/s1280/thumbnail_IMG_8146.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="832" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSEBOSY0MnBpAzqmFWyHFol2f_9S0a6Q-G-ZSOVshSnuaS06n_NtB4u65ss2qGjTRehICHBORxMWusV8e70WBi-oNEGZJkSptyKbSn9_0YV0qh2hvwwhNfOV78tUUa-a0GfqfgrrZdM5y8wgpcnq-sDHYTYcTDa7-ui7b-MLXbF8xJnn1GYpMj3IVU/s320/thumbnail_IMG_8146.jpg" width="208" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">*António Augusto Mota nasceu em Porto da Lage em 25 de Junho de 1897 filho de Augusto Pereira da Mota e Maria José de Sousa Rosa, de quem já temos falado neste blog. Foi uma figura social e economicamente proeminente em Porto da Lage, destacando-se a sua ligação à fábrica de Alcool.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">Nota: Agradeço a H.C.M. a disponibilização dos documentos acima.</span></p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-5814660870717404492023-05-13T18:16:00.092+01:002023-05-18T11:40:25.190+01:00O Artigo 62.º na Freguesia da Madalena<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;">Nota prévia: A 24 de Dezembro último o Pai Natal (eu, o menino Jesus da minha infância não me atrevo a chamar aqui) pôs </span><a href="https://purl.sgmf.gov.pt/148848/1/148848_master/148848_PDF/148848.pdf" style="font-family: arial; font-size: x-small;">uma prenda</a><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"> no sapatinho deste blog (por meio de </span><a href="https://portodalage.blogspot.com/2022/06/segredos-sanguineos.html?showComment=1671910923975#c6445463970369733728" style="font-family: arial; font-size: x-small;">um comentário</a><span style="font-family: arial; font-size: x-small;">) a qual, depois de devidamente desembrulhada, ainda não tinha tido, até hoje, oportunidade de ser mostrada. Cá vai agora, espero que o resultado agrade e aí chegue, à Lapónia ouço dizer, em condições.(MFM)</span></div><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br /></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: arial;">A 21 de Abril de 1911 o Governo Provisório da República Portuguesa publica a <a href="https://files.dre.pt/1s/1911/04/09200/16191624.pdf">Lei da Separação do Estado e das Igrejas</a>. Definia </span><span style="font-family: arial;">esta</span><span style="font-family: arial;"> </span><span style="font-family: arial;">nos seus primeiros artigos </span><span style="font-family: arial;">os principios da liberdade de consciência e liberdade religiosa para todos os cidadãos, determinava o fim do Catolicismo como religião oficial do Estado, explicitando que "A República não reconhece, não subsidia nem custeia culto algum" colocando em pé de igualdade todos os credos e todas as igrejas. Apartava, deste modo, a organização do Estado e a política do campo de atuação próprio das organizações religiosas, quaisquer que elas fossem. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: arial;"> Os louváveis avanços civilizacionais preconizados nos principios da Lei acabaram </span><span style="font-family: arial;">por não ter os significado e resultado relevantes que mereceriam devido ao restanto articulado daquela e, sobretudo, à sua execução, que conduziram à despropositada, selvagem e carnicenta perseguição de que a Igreja Católica foi alvo depois.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span><span><span style="background-color: white;">Pois que e</span>sta medida de Afonso Costa, suportada no Republicanismo anti-clerical que <span style="background-color: white;"> culpava a influência da Igreja Católica de todos os males da vida social portuguesa, visando</span></span><span> assim </span><span style="background-color: white;">restringi-la, acabou por não trazer nenhum bem nem à República nem, como é costume, a Portugal.</span><span> A proibição do ensino religioso a um povo maioritariamente católico assim como das ordens religiosas, que na época se dedicavam sobretudo à providência social a um povo também faminto, a fiscalização do culto religioso (o culto público necessitava de prévia autorização, foram</span></span><span style="background-color: white; color: #202122; text-align: left;"> proibidos o uso de hábitos ou vestes talares fora dos templos, bem como as </span><span style="background-color: white; color: #202122; text-align: left;">procissões religiosas e o toque de sinos nas igrejas),</span><span><span> </span></span>a nacionalização de todos os bens e rendimentos da Igreja <span style="background-color: white;">deram origem ao descontentamento de grande parte do país. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="background-color: white; font-family: arial;">A esta decisão peregrina </span><span style="font-family: arial;">o partido no poder</span><span style="font-family: arial;"> </span><span style="background-color: white; font-family: arial;"> </span><span style="font-family: arial;">juntou outras duas de igual vulto, mandar milhares de jovens camponeses analfabetos serem assassinados na Flandres e não atender as reivindicações e reprimir violentamente as lutas do operariado urbano. Foram estas, em suma, cumulativamente, as três principais razões que levaram o movimento republicano a perder toda a sua base de apoio e a tornar bem vindo o regime que lhe sucedeu.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Mas não é para discutir a bondade ou falta dela da primeira República que este post se destina. Desculpem o desvio da conversa. Voltemos à Lei da Separação do Estado e das Igrejas e a um artigo da mesma <span style="text-align: justify;">que está relacionado, </span><span style="text-align: justify;">já adivinharam claro, </span><span style="text-align: justify;">com o que a dita <a href="https://purl.sgmf.gov.pt/148848/1/148848_master/148848_PDF/148848.pdf">prenda</a> nos trouxe. Trata-se do famoso artigo 62.º que determinava que todos os bens até aí afectos à Igreja Católica passariam a ser pertença do Estado e como tal deveriam ser arrolados e inventariados, </span>sem necessidade de avaliação <span style="text-align: justify;">remetendo-se os bens móveis de valor "cujo extravio se recear" ou às Juntas da Paróquia ou a museus. Com vista a essa inventariação o diploma prevê a criação </span>em cada Concelho de uma Comissão Concelhia de Inventário.</span></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p><span style="font-size: medium;"> </span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuD2J6TjAA5gtvTK2LsXAOqotVvqxCLpCA6xogdHwzo9_UWZyPdFX20X1kDq2iFUUWD4Xmn4vjUnP8anAFHkL8xMw6HaE6DMSJRgewU2G5njsyeXrmj7sRApkMR5kYb9Zl2stVGd1RUDMqTNx-5WwnDvzg445mYlyyJXO09_qScU9BT0iZ_mJF13T2/s2040/artigo%2062.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="2040" data-original-width="1530" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuD2J6TjAA5gtvTK2LsXAOqotVvqxCLpCA6xogdHwzo9_UWZyPdFX20X1kDq2iFUUWD4Xmn4vjUnP8anAFHkL8xMw6HaE6DMSJRgewU2G5njsyeXrmj7sRApkMR5kYb9Zl2stVGd1RUDMqTNx-5WwnDvzg445mYlyyJXO09_qScU9BT0iZ_mJF13T2/w480-h640/artigo%2062.jpg" width="480" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Artigo 62.º da Lei da Separação do Estado e das Igrejas</span></td></tr></tbody></table><span style="font-size: medium;"><br /><div style="text-align: justify;">E chegamos finalmente ao momento, que já tarda, de abrirmos a nossa prenda. Consiste esta nos documentos que comprovam o inventário e arrolamento feitos ao abrigo do dito Artigo 62.º na freguesia da Madalena.</div></span><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Referem aqueles que a 13 de Outubro de 1911, os cidadãos António Mathias de Araújo, administrador do Concelho de Tomar, José Gomes dos Santos Regueira membro da Junta da Paróquia e José da Silva Pereira d'Albuquerque, Secretário da Comissão Concelhia de Inventário para os fins previstos no Artigo 62.º, compareceram "nos edificios denominados" Igreja de Santa Maria Madalena, Capela de Santa Marta e Capela de Santa Margarida, principiaram e arrolaram "o inventário da forma seguinte" ...</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"> Descrevem depois todos os bens móveis existentes dentro dos tais "edifícios" e que constam das imagens abaixo (a abertura do link proporciona melhor leitura).</span></p><p><span style="font-size: medium;"> </span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8bHHdmPVFo7kPS9Pmip0etwWobZHnhNw1KMjeFmiB_vAp9o-MbgtCvSYWQeN-lsJ7-k-0c-4iICf1MtDTULwDbrWZb4pW9LKBBoS75hqI_gh4L2Qr1wWJvec-Zj_QbcELNHMB9cHhKl1Mq3wHG6gSGGA-Nw8qhYyp9SEZmSwT_Pf7H-OjuM00Knio/s1440/madalena.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1440" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8bHHdmPVFo7kPS9Pmip0etwWobZHnhNw1KMjeFmiB_vAp9o-MbgtCvSYWQeN-lsJ7-k-0c-4iICf1MtDTULwDbrWZb4pW9LKBBoS75hqI_gh4L2Qr1wWJvec-Zj_QbcELNHMB9cHhKl1Mq3wHG6gSGGA-Nw8qhYyp9SEZmSwT_Pf7H-OjuM00Knio/s320/madalena.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Igreja da Madalena<br /><br /></span></td></tr></tbody></table><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhVQipsROLsOfycvxOWhlKSJ92oZgzZGH5DwL44gfyf0i0t2QXFDrQAhASaoH1lfqi7ubkE5wXQXLN5LPjEOsTq9-na4G0oD9QaGY8jM8ktq3K-M8zDy3MyQ6cGeRlA9b1QsBpwqmjQm2dWwPKs-wRvEbiifZU9-oOj7EeIvBB_d0vpq270aQ7NqRX/s2040/re.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2040" data-original-width="1530" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhVQipsROLsOfycvxOWhlKSJ92oZgzZGH5DwL44gfyf0i0t2QXFDrQAhASaoH1lfqi7ubkE5wXQXLN5LPjEOsTq9-na4G0oD9QaGY8jM8ktq3K-M8zDy3MyQ6cGeRlA9b1QsBpwqmjQm2dWwPKs-wRvEbiifZU9-oOj7EeIvBB_d0vpq270aQ7NqRX/w480-h640/re.jpg" width="480" /></a></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmKTLzKwZdQ-miAGJDn06L2HpFGBLwI46_6EHYixRxcjjOxcV5axPzfOMFGiZwBnffrOeIVJ_FsPIpFAWrfiz4xSPQgNvrZKAG1ezVp7oS9sb9s1T1E4i3d8hubsYZglPH2vTS4Rbr5iKsDKbnFxXOl3k83wtVhVbzjce24QhPjxyKFp8uGs48S6HN/s2040/re3.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2040" data-original-width="1530" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmKTLzKwZdQ-miAGJDn06L2HpFGBLwI46_6EHYixRxcjjOxcV5axPzfOMFGiZwBnffrOeIVJ_FsPIpFAWrfiz4xSPQgNvrZKAG1ezVp7oS9sb9s1T1E4i3d8hubsYZglPH2vTS4Rbr5iKsDKbnFxXOl3k83wtVhVbzjce24QhPjxyKFp8uGs48S6HN/w480-h640/re3.jpg" width="480" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB08c1AbNGSRt-hcr8HxA-uPkc1wHAGMFrP-tRn9BVDTs1nVOnacHeeP5Uy9EXpTp7fBYuWSPzpGmMQnFiRpWvHjWNGQ-42VrmCbRLMz8ChWjghRkySwJFXfaDEV-GpK3WvhFOCmPw17XI1NrTsQDKCRNjdfu9H2fUjy-s3qckbizZeV8S2J3Bnt1m/s2040/re4.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2040" data-original-width="1530" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB08c1AbNGSRt-hcr8HxA-uPkc1wHAGMFrP-tRn9BVDTs1nVOnacHeeP5Uy9EXpTp7fBYuWSPzpGmMQnFiRpWvHjWNGQ-42VrmCbRLMz8ChWjghRkySwJFXfaDEV-GpK3WvhFOCmPw17XI1NrTsQDKCRNjdfu9H2fUjy-s3qckbizZeV8S2J3Bnt1m/w480-h640/re4.jpg" width="480" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both; font-size: 12px; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7MzZS7e0VDWZ_p5zUsjE_8l7AjwWuzPvyBqFctD9e-lR-0qMxH2bsKIkDrx88FY6w02-ZAC20y6Mjv0FMnH2Dw-8LLpV5cUuU2qfwLzJXl0eGi5Q_rjxUdrJWwxDFF2Y6k9xlefp7Ry_CSpcQ7hU2nstFt97KoFG0HRy5yxJ9XTHkBwjIoO9aohF7/s1122/santa%20marta%20marmeleiro.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" data-original-height="1122" data-original-width="843" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7MzZS7e0VDWZ_p5zUsjE_8l7AjwWuzPvyBqFctD9e-lR-0qMxH2bsKIkDrx88FY6w02-ZAC20y6Mjv0FMnH2Dw-8LLpV5cUuU2qfwLzJXl0eGi5Q_rjxUdrJWwxDFF2Y6k9xlefp7Ry_CSpcQ7hU2nstFt97KoFG0HRy5yxJ9XTHkBwjIoO9aohF7/s320/santa%20marta%20marmeleiro.jpg" width="240" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Capela de Santa Marta - Marmeleiro</span></td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia-uj8HGs-9M-mx_xff8y1Acwmo95D5fkJh2KfM8GdAQDYVrtkuU2vL3f-p10lpzkZDG0BcXynF-5rGJbZUjwqK_T-szJbCbRc1AAV7jnErLewZi4zvQaW9KZWGlSz4DV20Sa8ue13YH-Nl4D23gM2eEI2cTgNGxVTGSQTc_f-2mY5V6DmU4eeP354/s2040/re2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2040" data-original-width="1530" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia-uj8HGs-9M-mx_xff8y1Acwmo95D5fkJh2KfM8GdAQDYVrtkuU2vL3f-p10lpzkZDG0BcXynF-5rGJbZUjwqK_T-szJbCbRc1AAV7jnErLewZi4zvQaW9KZWGlSz4DV20Sa8ue13YH-Nl4D23gM2eEI2cTgNGxVTGSQTc_f-2mY5V6DmU4eeP354/w480-h640/re2.jpg" width="480" /></a><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDyKC7U2v2FAy6M8TUCGhRmS2qOfXwrjI6rVbbYrgrjWCvR-cRdnkKkhPz6StpdHS05CrVIft6ZgWxyI4xWmz47Nti7apJK-XDBdbEGxgUo7Tu20v7KrspD6uWxR97DB0TvzUXG9r6UJ8mtmeJ7KjDKcp-rLkGC6IJptzmPD46HBCfNvwOEMWhw1cE/s2560/CAM00875.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2560" data-original-width="1920" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDyKC7U2v2FAy6M8TUCGhRmS2qOfXwrjI6rVbbYrgrjWCvR-cRdnkKkhPz6StpdHS05CrVIft6ZgWxyI4xWmz47Nti7apJK-XDBdbEGxgUo7Tu20v7KrspD6uWxR97DB0TvzUXG9r6UJ8mtmeJ7KjDKcp-rLkGC6IJptzmPD46HBCfNvwOEMWhw1cE/s320/CAM00875.jpg" width="240" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Imagem de Sta Margarida.</span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdDc99nakiNbYex-GX396ttJticdqVxMGmJ8SWJUdKStLuumdB0pmYkhaZyK-fK4loas7ma6-HjgAB7VAkKeUuiekEv-iBC6v5k8JLf2f0dDq2koOYGMDbDKne2QqOX_mimQN1Ey9GqrHLpyL7yvw5bi8k3YCJLb1JlWmDniHf3M8jsKF78_0hpbnQ/s2040/re1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2040" data-original-width="1530" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdDc99nakiNbYex-GX396ttJticdqVxMGmJ8SWJUdKStLuumdB0pmYkhaZyK-fK4loas7ma6-HjgAB7VAkKeUuiekEv-iBC6v5k8JLf2f0dDq2koOYGMDbDKne2QqOX_mimQN1Ey9GqrHLpyL7yvw5bi8k3YCJLb1JlWmDniHf3M8jsKF78_0hpbnQ/w480-h640/re1.jpg" width="480" /></a><br /><br /><br /><div style="text-align: justify;">Como podem ler, do inventário consta além do edificio de cada templo com as respectivas confrontações, todos os bens supostamente encontrados no interior, sendo naturalmente os da igreja matriz em maior número, e que variam desde as imagens dos santos, aos quadros com pinturas sem autor, até aos paramentos clericais, casulas, alvas e estolas, etc. passando pelas 17 copas da irmandade e acabando nos panos môscas de cobrir os santos. Tudo foi arrolado, pelos vistos bem guardado e conservado a ponto de ser impecavelmente devolvido em 28 de Agosto do ano da Graça de Nosso Senhor de 1942. Afinal tudo acabou em bem, embora pela minhas contas um pouco tarde. Não acham? 1942, só? O homem era mesmo cuidadoso, safa!!</div><div style="text-align: justify;">Esta devolução deve ter sido formal pois a própria Lei deixava, salvo excepções, à guarda de Confrarias, Irmandades, Fábricas da Igreja, quer os templos usados em culto quer o que constava no interior.</div><div style="text-align: justify;">O Inventário faz ainda menção aos rendimentos da Igreja católica provenientes da freguesia: terrenos arrendados ou aforados, os quais são depois vendidos, sendo-o também alguns foros, e às "oliveiras em terra", distribuídas por 196 parcelas de terra de particulares, numa média de uma a três oliveiras por parcela. Estas oliveiras serão também vendidas por grosso em hasta pública. "Puxando a brasa à nossa sardinha" verifiquei que Porto da Lage é mencionada através de dois proprietários, Augusto Pereira da Motta que tinha sete oliveiras nas suas terras que teriam pertencido anteriormente à Igreja, uma no Casal dos Pretos, três na Fonte do Picoto, duas no Casal do Negro e uma em Porto da Lage, enquanto que a viúva de Manuel de Sousa Rosa, também moradora em Porto da Lage, tinha três em Porto da Lage e uma na Ribeira (?). </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div>Por último, tenho de referir ainda a estranheza por não fazerem parte deste inventário as capelas de Cem Soldos e de Porto Mendo. Ou houve extravio dos respectivos documentos ou seriam capelas cuja propriedade não era do patriarcado de Lisboa (então a autoridade eclesiastica local), situação que o artigo 62.º excepcionava da nacionalização. (MFM)</div><div><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigpT0zIBzP5tFNfxPR65mAGviJeVB6Iq2vexW8chEYxb9y_qDpcbxP2-_3OxitP0-6LGVXWq0qpLGRhDt6PfZp6mQ9koPKKsNlhjXpsAdAiJyaj5CXQ1DsX2eM5ngF2LFHBZFgd7EDYpF7U2_Anny3WkSLriplfNQoQFTKIxMOcnhFU5ATJuAKC0ID/s1812/Capela%20S%20Sebasti%C3%A3o,Cem%20Soldos.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1019" data-original-width="1812" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigpT0zIBzP5tFNfxPR65mAGviJeVB6Iq2vexW8chEYxb9y_qDpcbxP2-_3OxitP0-6LGVXWq0qpLGRhDt6PfZp6mQ9koPKKsNlhjXpsAdAiJyaj5CXQ1DsX2eM5ngF2LFHBZFgd7EDYpF7U2_Anny3WkSLriplfNQoQFTKIxMOcnhFU5ATJuAKC0ID/s320/Capela%20S%20Sebasti%C3%A3o,Cem%20Soldos.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Capela de S.Sebastião, Cem Soldos</span></td></tr></tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5WSAomNTYDu0ozcXlC2dgVKyOiGrU4dQyeDRIeWB7SgTYAHHqv16GxXVkB3Q3xn4wpazsN_TkdikULPIkUj4lBMMP3g8B3qdOaJoXzDqdV9UuK2y2KSefjpnk46Uspy_rVTf-TrkDpMKfSTk6hGMrpUl3ya4YDK8mCyM8ejEcBIstxRI0EWzsFmA8/s2048/porto%20mendo.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5WSAomNTYDu0ozcXlC2dgVKyOiGrU4dQyeDRIeWB7SgTYAHHqv16GxXVkB3Q3xn4wpazsN_TkdikULPIkUj4lBMMP3g8B3qdOaJoXzDqdV9UuK2y2KSefjpnk46Uspy_rVTf-TrkDpMKfSTk6hGMrpUl3ya4YDK8mCyM8ejEcBIstxRI0EWzsFmA8/w200-h150/porto%20mendo.jpg" width="200" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Capela da Senhora da Saúde - Porto Mendo</span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-size: xx-small;"> <br /></span></div><p></p></div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-11958562491279594982023-04-18T15:41:00.000+01:002023-04-18T15:41:48.541+01:00Para Memória Futura<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgO5_3eLsia_rgBPIuDCK8eFI9ZiCYLiIgfOY1gGa-zcA8a2gVPWQUfEZTXedrmjO8vKbknLOrYyeZv6rPJ1FwbyIipPXrSeA-8yLla16M6lGlh2zEFhOqBSRm23HQfqIhy2I_Mh8BHbnGcZEBnaEysMLkwCswMoVA4VB4RIhakrbuAjKiayHxcxMYo" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgO5_3eLsia_rgBPIuDCK8eFI9ZiCYLiIgfOY1gGa-zcA8a2gVPWQUfEZTXedrmjO8vKbknLOrYyeZv6rPJ1FwbyIipPXrSeA-8yLla16M6lGlh2zEFhOqBSRm23HQfqIhy2I_Mh8BHbnGcZEBnaEysMLkwCswMoVA4VB4RIhakrbuAjKiayHxcxMYo=w640-h480" width="640" /></a></div><br /><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg1CrAiS6Rc-X83Pn5vNlmAD9TM2Wpc9RzkYPAWxlrVHvSB-LZ0B5i55ctp3wMu8Wfc0XNYAB3qbdmaj3VHmru0BRsFxhSF9Zr7Jl1zuYoQOjSiuebK_-1nqTE0Z6Nl6psuF9NFP23rXrC370i8n2mp65ZlpzBIxZIWohf0SsgAq-Dw0UXrcCCacvJ2" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="299" data-original-width="382" height="501" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg1CrAiS6Rc-X83Pn5vNlmAD9TM2Wpc9RzkYPAWxlrVHvSB-LZ0B5i55ctp3wMu8Wfc0XNYAB3qbdmaj3VHmru0BRsFxhSF9Zr7Jl1zuYoQOjSiuebK_-1nqTE0Z6Nl6psuF9NFP23rXrC370i8n2mp65ZlpzBIxZIWohf0SsgAq-Dw0UXrcCCacvJ2=w640-h501" width="640" /></a></div><br /><br /><p></p><p style="text-align: justify;">Aqui ficam para registo histórico os arcos da Ponte de Pedra de Porto da Lage. Eu nunca os tinha visto e não acredito que o volte a fazer. O lado a montante já não está muito visivel (é certo que a fotografia feita com telemóvel também não ajuda) tal a velocidade a que a vegetação cresce, não permitindo chegar mais perto, para voltar a tudo tapar. (MFM)</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><br /><br /><p></p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-74560294780965564942023-02-05T11:38:00.008+00:002023-02-06T10:22:46.374+00:00Outra vez Hoje, Há Cem Anos<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC5i9kSzt7hfbEHdi9_8mvSC-pKXZRukdp5RGY_drXFSk_K43IBVmRvtw8bTU5b5OQn5erf6r7iWFvtkN7VhzzJzhpsYPT0GhspZVMgmxT5Y3rmoILLn_lV-yMj4_lckP3Z4FXgXzGD2J0q0hz8zF1jsxR2EzGUChddbM8afGX8pqQMgRK6E1Rj0QV/s660/pai1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="660" data-original-width="609" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC5i9kSzt7hfbEHdi9_8mvSC-pKXZRukdp5RGY_drXFSk_K43IBVmRvtw8bTU5b5OQn5erf6r7iWFvtkN7VhzzJzhpsYPT0GhspZVMgmxT5Y3rmoILLn_lV-yMj4_lckP3Z4FXgXzGD2J0q0hz8zF1jsxR2EzGUChddbM8afGX8pqQMgRK6E1Rj0QV/w369-h400/pai1.jpg" width="369" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">5.02.1923 - 24.07.1984</span></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTx9vwkjuDNk2gLRPVIqpKenZ4FXBJTvMChCJ4qBSHKOCW8RREcORlfGuk4gx6M5O48TjfeH3UogkBSxHeuQwwtZJC0Kbc16ER4Eq6pmqmnClsLEtjXpiPNdRbl7pMtaSn0pg04FerJEjcJhDovpzurFmPadAu749uaeUSHxjoJSIdiGoOjZJ3JwuX/s1280/certid%C3%A3o.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTx9vwkjuDNk2gLRPVIqpKenZ4FXBJTvMChCJ4qBSHKOCW8RREcORlfGuk4gx6M5O48TjfeH3UogkBSxHeuQwwtZJC0Kbc16ER4Eq6pmqmnClsLEtjXpiPNdRbl7pMtaSn0pg04FerJEjcJhDovpzurFmPadAu749uaeUSHxjoJSIdiGoOjZJ3JwuX/s320/certid%C3%A3o.jpg" width="320" /></a></div><br /></div>Um beijo pai, até um dia. MF<p></p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-66389356593692529112023-01-13T16:29:00.004+00:002023-01-13T16:30:00.079+00:00Hoje, há Cem anos<p><br /><br /> <b>A Estrada de Paialvo e o Castelo lá ao fundo.<br /></b><br /><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji0wVY_3FHAISO5yjoMTs-9ZgW7FlZfqeuUPislTZG4ptZ8oqIk9xAqiBjkyrjDeAdbQ5zDPVQ3cQiiTU_JDEJb0DZKFIyh5TWom9hRqTbMZQYUUpEUrFSY-0I68-ChBC7_-ubjRHD5_rHjQXkqBl_2YAuy0byzBldGXBbSq6KFcVNPSB55louSTLz/s1526/tomar.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1526" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji0wVY_3FHAISO5yjoMTs-9ZgW7FlZfqeuUPislTZG4ptZ8oqIk9xAqiBjkyrjDeAdbQ5zDPVQ3cQiiTU_JDEJb0DZKFIyh5TWom9hRqTbMZQYUUpEUrFSY-0I68-ChBC7_-ubjRHD5_rHjQXkqBl_2YAuy0byzBldGXBbSq6KFcVNPSB55louSTLz/w421-h640/tomar.jpg" width="421" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Publicação de 13 de Janeiro de 1923</td></tr></tbody></table><br /> <p></p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-67505023684250386962022-11-21T19:08:00.033+00:002022-12-09T19:43:38.909+00:00República dos Costa<p> </p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1wgEAgLmOjc0pQKJkoFREuWTXe768dvc_GebJNohtQ2wx9E2s3Q2mqa3SwkiONDmVRlLmcBhpzU68nzWNT4lrrqPdg5sSE9yrmIluAiUiIJ03BXjR0KdAXsm0Y9VqlY2jUJd8WD6qqFd7Y3XGMxuj7qpBfCvb0SqeR-S49JMFdfnCsmPDpi1v_64K/s711/costa.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="711" data-original-width="474" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1wgEAgLmOjc0pQKJkoFREuWTXe768dvc_GebJNohtQ2wx9E2s3Q2mqa3SwkiONDmVRlLmcBhpzU68nzWNT4lrrqPdg5sSE9yrmIluAiUiIJ03BXjR0KdAXsm0Y9VqlY2jUJd8WD6qqFd7Y3XGMxuj7qpBfCvb0SqeR-S49JMFdfnCsmPDpi1v_64K/s320/costa.jpg" width="213" /></a></div><div style="text-align: justify;">Costa é um nome comum em Portugal (consta ser o sexto apelido mais usado, depois de Silva, Ferreira, Pereira, Oliveira e Santos) e muito antigo também, pois já o era de D.Gonçalo da Costa, do solar da Quinta da Costa, Guimarães, senhor do Couto de Mancelos, cavaleiro de D. Afonso Henriques.</div><br /><div style="text-align: justify;">Talvez já então D.Gonçalo usasse o curioso brasão dos Costa que hoje conhecemos. Aquele que, ao primeiro olhar, parece ter costelas firmadas sobre o escudo vermelho. O que até viria a propósito dado que "Costa" em latim significa "costela lateral". Mas os heraldistas não não estão de acordo com esta visão tão simplista, segundo eles o que está representado não são costelas mas sim seis facas de sapateiro com lâmina curva e sem ponta, que tinham precisamente o nome de “costas”, e eram usadas, naturalmente, por quem tinha aquele ofício.</div><br /><div style="text-align: justify;">A ser assim, talvez D.Gonçalo não gostasse muito de divulgar esta versão da sua linhagem e tivesse antes querido que se soubesse que tinha costelas no peito em vez de sovelas de sapateiro ou lá o que é que era aquilo. No que teria razão. Eu, por mim, também preferiria.</div><br /><div style="text-align: justify;">Já o mesmo não digo dos Costa destes nossos últimos séculos, os quais com certeza, exultarão e terão toda a honra nos seus antepassados artesãos, sejam eles os confectores da bota alta do nobre e do sapatinho da burguesa, os das meias-solas de vão-de-escada ou, mais ainda, os sofridos e revolucionários operários das grandes fábricas de calçado. Refiro-me aos Costa da quadra abaixo e aos que lhes seguiram, muito nossos conhecidos, muito interveniente nas coisas cá do burgo, e, ao que se tem visto nas últimas semanas, muito amigos uns dos outros. Se dão ou não "cabo da gente" a doutrina divide-se. (MFM)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><span style="font-family: arial; font-size: large;"><b>Um Costa matou o Rei <br /> Outro Costa o Presidente<br /> E um Costa que eu cá sei<br /> Foi quem deu cabo da gente</b></span><br /><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">(A quadra acima apareceu espichada nas paredes de Lisboa na manhã sequinte a 14 de Dezembro de 1918, dia do assassinato de Sidónio Pais. Os Costas aludidos eram Alfredo Luís Costa e José Júlio da Costa, respectivamente assassinos do rei D. Carlos e do Presidente Sidónio, e Afonso Costa visto como o inspirador daqueles actos).</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">Nota: Á Wikipedia e quejandos da net, os meus agradecimentos pelas informações facultadas para a elaboração deste post.</span></div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-42045783881705582762022-10-04T12:11:00.002+01:002022-10-04T16:33:11.653+01:00É Pena<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjod3iTlxN7hzxW3XYxdjoOyw5_5IhiMQdf6y_HoGr53mGq-ZkNcNENWHLn3uyzjb5Po5eNmwWBcy2wwz_DLtCCpbg-ANNr7yPkXff5DpT8ylCYy-x_VCDv1t8OlOeIeMTcHpjDvn_-A2fSQUgMUpGpPjoRcf6vAd85YEm_WbccCXrH5jtwNAUnkfPs/s1280/thumbnail_IMG_20221003_183222_resized_20221004_115846931.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjod3iTlxN7hzxW3XYxdjoOyw5_5IhiMQdf6y_HoGr53mGq-ZkNcNENWHLn3uyzjb5Po5eNmwWBcy2wwz_DLtCCpbg-ANNr7yPkXff5DpT8ylCYy-x_VCDv1t8OlOeIeMTcHpjDvn_-A2fSQUgMUpGpPjoRcf6vAd85YEm_WbccCXrH5jtwNAUnkfPs/w640-h480/thumbnail_IMG_20221003_183222_resized_20221004_115846931.jpg" width="640" /></a></div><br /> Em Porto da Lage, no passado, podia ler-se num painel de azulejos o que consta neste velho prato de Alcobaça. Agora já não se pode. É pena. (MFM)<p></p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-23053224187722593652022-09-20T11:11:00.015+01:002022-09-20T17:48:22.688+01:00E Não É que Agora me Morre a Rainha?<p> </p><p><b>Só me faltava esta!</b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF7WcVNnUB-JnnNCiA0OobKSItKtZF6KBDU69l8ipqa3rsxVg2FCvmLqXS-V4Lw7wDPi-fkhNkh7JaoEO_6Sa_hilWyif2g4ymBvPZ2-WpTPvUwJFFtRWdpA3yWyA5d3CYHc1saTSvvFggTWQ9cs_JiBeFKuK_YMWSNTAuSS23JoOHqD9xZXypxGJv/s976/rainha1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="549" data-original-width="976" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF7WcVNnUB-JnnNCiA0OobKSItKtZF6KBDU69l8ipqa3rsxVg2FCvmLqXS-V4Lw7wDPi-fkhNkh7JaoEO_6Sa_hilWyif2g4ymBvPZ2-WpTPvUwJFFtRWdpA3yWyA5d3CYHc1saTSvvFggTWQ9cs_JiBeFKuK_YMWSNTAuSS23JoOHqD9xZXypxGJv/s320/rainha1.jpg" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p><p></p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Neste mundo, que cada vez é menos o meu, vejo cair a toda a hora a esperança da criação de um mundo de liberdade, bem estar, justiça social e tolerância, o que na minha juventude parecia estar a construir-se porque as pessoas ansiavam e lutavam por isso. Esse mundo esvaiu-se. Hoje, ao hedonismo junta-se o radicalismo de que são exemplos a defesa de únicos e exclusivos oprimidos, de hoje e de ontem, e a famigerada teoria de género, que só conduzem à tribalização e à promoçáo do ódio constante ao outro. A essência da democracia foi-se, agora resume-se a eleições, impera a ditadura da "única verdade", que não aceita a discussão muito menos oposição, e o controlo da linguagem como exercício de poder.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Durante décadas ignorei a existência da rainha, depois passei a associá-la às revistas cor-de-rosa, últimamente dei por mim a pensar nela como exemplo de missão e de sacríficio de vida por uma causa. Mas, apesar de tudo, soube sempre dentro de mim que ela lá estava, lá estava quando nasci, lá continuava e continuaria a estar. Como as rochas que só se alteram levemente pela força dos elementos e que são eternas. Afinal enganei-me. A surpresa da notícia atordoou-me primeiro, entristeceu-me depois e não percebi logo porquê. Depois vi que era o meu lamento pela perda de um símbolo, o do mundo que se está a acabar. Estou com muita pena de mim!(MFM)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>..... Também Javier Márias partiu por estes dias. Um grande escritor que eu admirava e que dizia não se sentir bem neste "mundo de maluquinhos".<p></p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-58046595720479792882022-06-14T19:52:00.159+01:002023-05-09T15:07:18.469+01:00Segredos Sanguíneos<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">~</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">O público em geral que me desculpe que isto não vos interessa nada, mas não resisti a pôr aqui este segredo familiar. Pelo facto peço a vossa compreensão e, já agora, discrição (isto que conto era dantes, agora já toda a gente é como nós). (MFM)</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A minha avó paterna contava que não fora por falta de informes (avisos?) da sogra que deixara de tomar conhecimento das idiossincrasias da família daqueles a quem uma e outra tinham ligado os seus destinos. Segundo aquela minha bisavó, tratava-se de gente não totalmente "pura" da cabeça, que era dada à melancolia (cismadores descomedidos), à fantasia e à obstinação, três ingredientes que, quando juntos em grandes proporções, produziam entes (alguns saídos das suas próprias entranhas, ela reconhecia-o) aluados, pouco amigos da verdade ou do trabalho, ambiciosos (antigamente era defeito), inconscientes e muito, terrivelmente, desconfiados e teimosos. Seria para perguntar por que ponta, escolhendo dentro de tal sortido de pechas, é que elas lhes teriam pegado. Pois parece que foi por isso tudo, a mistura era supostamente irresistivel. Pena que tal tenha perdido efeito nas gerações seguintes! Desse legado não nos teriamos queixado. </div><div style="text-align: justify;">Eram aquelas e outras mais coisas que as senhoras em causa, as duas de que já falei a que se veio juntar depois a minha mãe que também se deixou prender por um, apontavam como estando no "sangue", aquela substância terrível e única que escorre das feridas abertas, dos M. Mas mais não digo até porque herdei uma outra falta que lhes era bastamente assinalada, "eles" nunca, por nunca ser, falavam "mal uns dos outros", "encobriam-se", diziam. E assim me calo, corre-me no sangue, é mais forte do que eu.</div><div style="text-align: justify;">Mas vá lá, até para tudo isto faça sentido sempre vos conto de uma frase que ouvi muitas vezes lá em casa quando um de nós, éramos todos <i>low-profile</i>, inesperadamente e com toda a calma se saía, de dentro dos seus silêncio e invisibilidade habituais, com uma novidade estrondosa ou dava uma réplica ainda mais estrondosa a uma suposta novidade "<i>é mesmo M. uma gente que nunca pergunta nada mas sabe sempre tudo</i> ". (MFM)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz3v84cx2DQZiNU_RdfTwPCAs-hJt4YKjusVpUg-qm9FbiITyiE5kCJmlQJGUqarUUwaropj0auYuYvT4NXzN7nMG9dqzsUL9fnEJ3JMgixE1Ys_pqHjEzdK7tYXA9NigYtebo8c3RTwwPAxulg-Lo7B2FQPbeA6uWorQyxmsZiJkX0Fc_i61FKdb8/s1024/287813873_5501570336542775_492708452250847632_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="768" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz3v84cx2DQZiNU_RdfTwPCAs-hJt4YKjusVpUg-qm9FbiITyiE5kCJmlQJGUqarUUwaropj0auYuYvT4NXzN7nMG9dqzsUL9fnEJ3JMgixE1Ys_pqHjEzdK7tYXA9NigYtebo8c3RTwwPAxulg-Lo7B2FQPbeA6uWorQyxmsZiJkX0Fc_i61FKdb8/w300-h400/287813873_5501570336542775_492708452250847632_n.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Foto tirada num alojamento de turismo rural algures em Itália, <br />local onde ninguém soube dizer nada sobre os livros, bem <br />fechados num armário envidraçado.</span></td></tr></tbody></table> <p></p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-74239155078035173402022-05-10T12:37:00.013+01:002022-05-10T20:55:33.338+01:00Aviso aos Médicos<p style="text-align: justify;"> Em <span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px;">1580 </span><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px;">Garcia da Orta foi julgado e condenado à </span><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px;">fogueira por judaísmo. O já estar morto e enterrado desde 1568 não constituiu obstáculo à execucão da sentença. Foi-se à </span><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px;">Sé de Goa, exumaram-se-lhe </span><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px;">os restos mortais e ateou-se-lhes o fogo. Que, quando o exemplo urge e é preciso queimar a raiz, que ela arda e se purifique!</span></p><p style="text-align: justify;"><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px;">Lembrei-me deste facto, antigo de mais de 400 anos, ao ver a reacção que as fotos abaixo suscitaram numa publicação num site de velharias. Ardeu Tróia meus senhores! Os comentários foram de fazer gelar o sangue de uma boa pessoa, que era eu. Que, quanto aos outros, ardeu-lhes aquele líquido vermelho em cadeia ascensorial, </span><span style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px;">cada vez mais fervente </span><span style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px;">de comentário para comentário, em invenções de torturas retroactivas de todas as espécies contra os médicos que, em algum tempo, se atreveram a exercer "o trabalho de responsabilidade" de cigarro em punho. Uma comissão, já!, para apurar quem praticou tão nefandos crimes! E penas exemplares (muitos defendem antes, outros depois do apuramento dos factos) com lavaredas bem vivas que aqueçam e regozigem a alma de quem sofre com tamanhas iniquidades!</span></p><p style="text-align: justify;"><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px;">E depois de ler isto srs. drs. fiquei preocupada convosco e temerosa com o perigo que correis. Tende cuidado, eles "andem", "andem" mesmo aí! (MFM)</span></p><p style="text-align: justify;"><span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122; font-size: 14px;"><br /></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiorx-mKxb7L14ZaAVQYQqAqtGZT7_-ihYQ2GVK7lngjFYEwJV3hXQj7YQiNaL7IrMWuwF0bHvhV9X_rztVfHOmZIcfUm6TM17at3GiyUfGKoLRBEtvcUCDfnyyyTqtYwpqNQCx1da8mIJDmosYzM3n0Mu7EnwV89GE2tie0cOzcuGGB8pTGBlWHf_5/s2048/cigarros.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiorx-mKxb7L14ZaAVQYQqAqtGZT7_-ihYQ2GVK7lngjFYEwJV3hXQj7YQiNaL7IrMWuwF0bHvhV9X_rztVfHOmZIcfUm6TM17at3GiyUfGKoLRBEtvcUCDfnyyyTqtYwpqNQCx1da8mIJDmosYzM3n0Mu7EnwV89GE2tie0cOzcuGGB8pTGBlWHf_5/w300-h400/cigarros.jpg" width="300" /></a></div><p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFx7S8TdmShyo96usjQlR70wl0RAJMZYTaUYiFMllnig31vjgf2kt2aMldWoCEXbKjfSngZKjJY8S_n8WYeoi0hEAsMISQyYsQ3qBHGIHYuL1qJlFaoRoET62GT0flLiMLCZQsBaZRdv1jnocUl7eDW9H-izyHk-5B9rb1JoR6qibJIuhAiH_HSWCr/s744/cigarros%201.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="744" data-original-width="580" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFx7S8TdmShyo96usjQlR70wl0RAJMZYTaUYiFMllnig31vjgf2kt2aMldWoCEXbKjfSngZKjJY8S_n8WYeoi0hEAsMISQyYsQ3qBHGIHYuL1qJlFaoRoET62GT0flLiMLCZQsBaZRdv1jnocUl7eDW9H-izyHk-5B9rb1JoR6qibJIuhAiH_HSWCr/w311-h400/cigarros%201.jpg" width="311" /></a></div><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">Declaração de interesses: Eu não fumo nem nunca fumei. Não o digo hoje com orgulho, assim como não o disse no passado! Deus sabe o que custou à vida social da minha juventude não o fazer, ainda guardo cicatrizes da ferida profunda infligida no meu ego à conta disso! É preciso ser-se da minha geração para se compreender o quanto ficava mal, em certos meios, uma rapariga não traçar a perna, pôr o cigarro entre o indicador e o médio e, sofisticadamente, deixar o fumo desprender-se sobre o ombro e a cabeleira. Quem é que queria passar pela vergonha de não exibir esta prova seminal de libertação feminina, quiçá sexual, neste país de opereta!? Eu lá querer não queria, mas a repugnância pôde mais do que eu e, embora me garantissem que, com o tempo, me havia de habituar, o meu comodismo natural pouco dado a sacrificios, que aqui além de físicos eram financeiros, venceu! E então, por parte das minhas companheiras, da fama d</span><span style="font-size: x-small;">e antiquada menina recatada não me livrei! Mas, ao contrário do que aquelas minhas ingénuas contemporâneas fumadoras julgavam, a vida rolava independente dos rolos do fumo de cigarro e brevemente elas mudaram de opinião ... p<i>ois, fumar ela não fuma, mas .</i>.. E da fama de sonsa não me livrei! (MFM)</span></div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-53262899654176604562022-04-13T18:50:00.000+01:002022-04-13T18:50:00.163+01:00Páscoa sem Fé<div class="separator"><div style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"> </div><div style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><br /></div><div style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"> <br /><img border="0" height="349" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAFOSgF7xQf4P82X_K6SdH1kvUE59ejgRVHsaytwIOw5D7gfOMEdj_BFX4ut2kbgKX59gy4_68HVzXKGeLqZbctu4FfhzRHJsghwgXBcxpmTDWOiIVMvtiW06w5V_VkMv7H3KC4bU0BEnbhXdrfMoNlhrC7W38Nf-B4pKBjygIE8PYMgtIwFoyPPNu/w400-h349/Gustav_Klimt_-_Death_and_Life_-_Google_Art_Project%20(1).jpg" width="400" /><br />Gustav Klint, Death and Life<br /><br /></div></div><p> </p><div><br /></div><br /><br /><div style="text-align: justify;"><span style="color: #ff00fe;">Eu bem sei que a Pascoa é a compreensão da Ressurreição depois da morte. Que ela quer dizer que depois do desamparado caminho da cruz se segue a irupção da vida. Sei que os hoje mercantis ternos coelhinhos e os coloridos ovos de chocolate são, afinal, símbolos bem antigos da fertilidade e do ressurgimento da vida após um longo Inverno. Sei, mas não estou convencida. Os tempos que vivemos só me deixam ver </span><span style="color: #ff00fe;">longo caminho do calvário estendido </span><span style="color: #ff00fe;">à nossa frente, não consigo crer, muito menos festejar a esperança da Redenção. Mas para os que ainda conseguem Boa Páscoa. (MFM)</span></div><div><span style="color: #ff00fe;"> <br /></span><div style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-size: 16px; line-height: 30px;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-size: 16px; line-height: 30px;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-size: 16px; line-height: 30px;"><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div style="box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 30px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>A um Crucifixo</b></span></div><div style="box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 30px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-size: medium;">Há mil anos, bom Cristo, ergueste os magros braços</span></div><div><span style="font-size: medium;">E clamaste da cruz: há Deus! e olhaste, ó crente,</span></div><div><span style="font-size: medium;">O horizonte futuro e viste, em tua mente,<br />Um alvor ideal banhar esses espaços!<br /><br />Por que morreu sem eco, o eco de teus passos,<br />E de tua palavra (ó Verbo!) o som fremente?<br />Morreste... ah! dorme em paz! não volvas, que descrente<br />Arrojaras de novo à campa os membros lassos...<br /><br />Agora, como então, na mesma terra erma,<br />A mesma humanidade é sempre a mesma enferma,<br />Sob o mesmo ermo céu, frio como um sudário...<br /><br />E agora, como então, viras o mundo exangue,<br />E ouviras perguntar — de que serviu o sangue<br />Com que regaste, ó Cristo, as urzes do Calvário? </span><div style="box-sizing: border-box; line-height: 30px;"><span style="color: #333333; font-size: 16px;"><br /></span></div><div style="box-sizing: border-box; line-height: 30px;"><span style="color: #333333; font-size: 16px;"> </span><span style="font-size: x-small;">Antero do Quental 1842-1881, Sonetos Completos,</span><span style="font-size: small;"> Publicações europa-américa, 1984.</span></div><div style="box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 30px;"><br /></div></div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-35771852944454596132022-04-10T17:56:00.003+01:002022-04-11T12:26:07.707+01:00Hora H<p> </p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhZQtaOBlv2kBd2NVG4hVdpZBNQ7lvv5qv5AQAFqfWTadYS_cRUTYZMfKoTqT_lbFwFTBU49ZBCrb0HGaoeguBhJPzB8QwX05dIkpOLZ2T5Zvivu4upLEO3Q78a859LG-yC1V_ewS5bL6chminBgFs1PpG6DxKVxZY9fJUjtaDLxVaL3DNUmVWAHuHU=s520" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="351" data-original-width="520" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhZQtaOBlv2kBd2NVG4hVdpZBNQ7lvv5qv5AQAFqfWTadYS_cRUTYZMfKoTqT_lbFwFTBU49ZBCrb0HGaoeguBhJPzB8QwX05dIkpOLZ2T5Zvivu4upLEO3Q78a859LG-yC1V_ewS5bL6chminBgFs1PpG6DxKVxZY9fJUjtaDLxVaL3DNUmVWAHuHU=w400-h270" width="400" /></a></div><br /><p></p><p><br /></p><div id="scroller-anchor" style="background-color: white; color: #1a1a1a; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; padding: 0px;"></div><div class="tonefuse_top" id="tonefuse_container1" style="background-color: white; color: #1a1a1a; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; padding: 0px; width: 527.781px; z-index: 1000;"><div id="amplified_100000969" style="margin: 0px 0px 20px; padding: 0px;"></div></div><div id="song-body" style="background-color: white; color: #1a1a1a; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; padding: 0px;"><div class="ltf" style="line-height: 23.4px; margin: 0px; padding: 0px;"><div class="par" style="margin: 0.5em 0px 1.2em; padding: 0px;"><div class="ll-0-1" style="margin: 0px; padding: 0px;">A Primavera cheira a laranjas.</div><div class="ll-0-2" style="margin: 0px; padding: 0px;">(Há umas granadas de mão, redondas e pequenas, a que chamam laranjas.)</div><div class="ll-0-3" style="margin: 0px; padding: 0px;">O cheiro das laranjas enche a noite luarenta de mistérios.</div><div class="ll-0-4" style="margin: 0px; padding: 0px;">(Dizem que as noites de luar são as melhores para bombardeamentos aéreos.)</div></div></div></div><p> <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: georgia; font-size: 13.2px;">António Gedeão,1906-1997, </span><i style="color: #222222; font-family: georgia; font-size: 13.2px;">Poesias Completas</i><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: georgia; font-size: 13.2px;"> (1956-1967)</span></p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-22134596588002386722022-04-07T19:03:00.002+01:002022-04-07T19:11:16.199+01:00Questão "em estrangeiro" para ficar claro<p> </p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOT9_fZuQZ_eMEy0Jzj6f8qMDv0RhUzI3D1iIUfR4pvTgZICHUprdaCfguZefbRP4Nuve1eqSHoVroji_rk0t7nB2Din_ZW_OYEl0XWnnz8-dhlNoDZTtYDlxioZHXyQRSqlatquckvT1zigcnjmO_-tvLMA-77OfpAUf3_AFSSS2jt-1dH4HEUwjU/s246/ar1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="107" data-original-width="246" height="139" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOT9_fZuQZ_eMEy0Jzj6f8qMDv0RhUzI3D1iIUfR4pvTgZICHUprdaCfguZefbRP4Nuve1eqSHoVroji_rk0t7nB2Din_ZW_OYEl0XWnnz8-dhlNoDZTtYDlxioZHXyQRSqlatquckvT1zigcnjmO_-tvLMA-77OfpAUf3_AFSSS2jt-1dH4HEUwjU/w320-h139/ar1.jpg" width="320" /></a></div><br /></div><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><span><span style="font-size: large;">"</span></span><span style="font-family: times; font-size: medium;"><i>Ci chiediamo se il prezzo del gas possa essere scambiato con la pace. Cosa preferiamo? La pace, o star tranquilli con l'aria condizionata accesa tutta l'estate? Questa è la domanda da porsi</i>"</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #262626; font-family: times; font-size: 17px; text-align: left;"> </span><span style="color: #262626; font-family: times; text-align: left;">Draghi sobre o embargo ao gás russo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #333333; letter-spacing: 1px; text-align: left;"><span style="font-family: times;">"<i>In peace nothing so becomes a man as modest stillness and humility; but when the blast of war blows in our ears, then imitate the action of the tiger; stiffen the sinews, disguise fair nature with hard favoured rage…"</i></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #20124d; font-family: arial; font-size: small;"><em style="border: 0px rgb(225, 225, 225); box-sizing: border-box; color: #333333; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">Henry V, </em> </span><span style="color: #20124d; font-family: arial; font-size: small;">William Shakespeare</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><span style="color: #20124d;"><br /></span></span></div><div>"<span style="font-family: times;">Cowards die many times before their deaths; the valiant never taste death but once.</span>"</div><div><em style="border: 0px rgb(225, 225, 225); box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Julio César, </em><span style="color: #20124d; font-family: arial; font-size: small; text-align: justify;">William Shakespeare</span></div><div><span style="color: #20124d; font-family: arial; font-size: small; text-align: justify;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEtdgX157wDPjB5C4yW142KYmnQh4OGEHxKk1wRiWXuIyLrqWCpU0WKCTF15QUCs0BtsJBXPQLfSUaLyjp5IiSc5E5TsEqxwOIF4GVsAE6jUnIl2YHyOgm5wVSj_Sem3FunsUBQdiuXKYZ3AxBuyz9H6ei0da5aP5sjQcEfl9S1MzuWwA6oFCPhyyd/s900/medieval-warrior-02-andrea-mazzocchetti.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="680" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEtdgX157wDPjB5C4yW142KYmnQh4OGEHxKk1wRiWXuIyLrqWCpU0WKCTF15QUCs0BtsJBXPQLfSUaLyjp5IiSc5E5TsEqxwOIF4GVsAE6jUnIl2YHyOgm5wVSj_Sem3FunsUBQdiuXKYZ3AxBuyz9H6ei0da5aP5sjQcEfl9S1MzuWwA6oFCPhyyd/w151-h200/medieval-warrior-02-andrea-mazzocchetti.jpg" width="151" /></a></div><br />Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-27464359658840069502022-03-28T15:16:00.008+01:002022-04-04T10:49:28.866+01:00Os Lusíadas - 450 anos da sua Publicação<p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGKbh_W44ldxVRHsEJ_8LixH-lHdBEgikQAFsO2EysN6a7XZIb7z4K4iMkYP8SfQSInXxTfFF3wmEv4FZ_fpnSMSgaQc3B4yf2gvAqpK8ZY10KeRpqesrPszRch7mounREIEDIZmCs8AEOR0NJnU9qYaGm5Pvo--1wVj_1U6KqrCpdpWdAjdbUXeLK/s479/OIP.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="479" data-original-width="474" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGKbh_W44ldxVRHsEJ_8LixH-lHdBEgikQAFsO2EysN6a7XZIb7z4K4iMkYP8SfQSInXxTfFF3wmEv4FZ_fpnSMSgaQc3B4yf2gvAqpK8ZY10KeRpqesrPszRch7mounREIEDIZmCs8AEOR0NJnU9qYaGm5Pvo--1wVj_1U6KqrCpdpWdAjdbUXeLK/s320/OIP.jpg" width="317" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Moeda de 50$00 em prata editada em 1972</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu não consegui, ainda (pode ser que lá chegue), ver qualquer beneficio na velhice. A minha geração e a anterior vêm nisso muita, muita "coisa positiva", falamos assim, sentem-se lindamente na sua, deles, pele, agora é que se sentem eles próprios, nunca estiveram melhor, bla, bla, bla, mas cá para mim, coitados, isso é maleita que lhes deu, assim como lhes dão outras trazidas pela idade, mas que a mim, graças à minha proverbial ruindade filha da minha lucidez, não me atacou.</div><div style="text-align: justify;">Uma das famigeradas e proclamadas vantagens é a sempiterna sabedoria, que será superior nos mais velhos, o que, aparentemente, não merece contestação pois que até a simples aritmética está com ela. Se adquirimos uns tantos conhecimentos por ano, assim como adquirimos quilos, rugas, rendimentos ou não rendimentos, pontos para subir na carreira, etc. ,etc.,contas feitas, quem mais anos tem, mais conhecimentos abriga (de abrigar, dentro da cabeça). Até aí concedo. Mas terão também de conceder que se o dito abrigo (o continente) falha, como diabo fica e se publicita o conteúdo? Ah pois é, e estes continentes não costumam ser muito de fiar com o passar dos anos.</div><div style="text-align: justify;">Isto tudo para dizer que eu sabia, ora se sabia, que em Março deste ano se assinalavam os 450 anos da publicação de Os Lusíadas. Sabia mas esqueci-me. O que só prova a minha tese, pelo menos quanto à minha pessoa ela está certa. Tenho conhecimentos mas não me lembro deles, coisa que à humanidade se torna muito útil. Adiante, também não é preciso juntar a neura à deslembrança.</div><div style="text-align: justify;">E, como sempre sucede nestes casos, se não me lembrei do que se passaria amanhã recordo-me lindamente do que aconteceu há cinquenta anos. Nos 400 anos da publicação, nos idos de 1972, não se falou de outra coisa. Houve até uma <i>Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de Os Lusíadas</i>, a imprensa, a rádio, a <a href="https://arquivos.rtp.pt/conteudos/conversa-em-familia-15/">televisão única</a>, para já não falar em <a href="https://arquivos.rtp.pt/conteudos/exposicao-camoniana-em-bissau/">multiplas </a><a href="http://www.luisdecamoes.pt/2022/01/exposicao-bibliografica-iconografica-e.html">comemorações</a> <a href="https://arquivos.rtp.pt/conteudos/4o-centenario-de-os-lusiadas/">culturais</a>, encarregaram-se de dar a conhecer, ou lembrar, aos portugueses quem era Camões, o seu poema épico e do que tratava. E foi tão vivo e intenso o acontecimento que ninguém dividava que no exame nacional de português desse ano sairiam Os Lusíadas. E assim foi. Lá estava um Canto para a gente identificar, as estrofes para interpretar porque, não, não havia só orações para dividir, embora a gramática fosse exigente dizer isso é (era) desculpa para quem não sabia nem queria saber nada sobre as intervenções dos deuses do Olimpo nas desgraças e prazeres da viagem, da admiração do poeta pelo povo português e da forma poetica de conhecer a História.</div><div style="text-align: justify;">Este ano, sinal dos tempos, o que aconteceu, se aconteceu, quanto a celebrações, foi nos nichos habituais de gente que troca o que investiga e publica entre si sem se preocupar em divulgar para o grande público ou sem que os meios de comunicação os façam chegar ao grande público.</div><div style="text-align: justify;">De uma dessas situações tive conhecimento através de Francisco José Viegas no seu blog <a href="https://origemdasespecies.blogs.sapo.pt/">A Origem das Espécies (sapo.pt)</a>, que dá conta da tradução para indonésio de Os Lusíadas e de um prodigioso (digo eu!) congresso sobre o tema realizado nas Molucas! (MFM)</div><p style="text-align: justify;"><i>"Os Lusíadas em Jacarta </i></p><p style="text-align: justify;"><i> Por FJV, em 14.03.22</i></p><p style="text-align: justify;"><i><span style="background-color: white; color: #433d37; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 16px;">U</span></i><i><span style="background-color: white; color: #433d37; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 16px;">ma das razões por que gosto de </span><span style="background-color: white; color: #433d37; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 16px;">Os Lusíadas</span><span style="background-color: white; color: #433d37; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 16px;"> tem a ver com o halo de doidice que percorre o poema épico. O que ali está é um grupo de estouvados que vai pelo mundo fora a desafiar os deuses, os Elementos e a ordem das coisas – o que irrita muito as pessoas que deve irritar. Como poema, é uma construção quase perfeita; como leitura do mundo, é de um atrevimento notável. No sábado passado assinalámos os 450 anos sobre aquele momento em que o impressor António Gonçalves, a 12 de março 1572, em Lisboa, deve ter folheado o primeiro exemplar. Não abriu nenhum telejornal, claro, mas hoje gostava de vos falar de Danny Susanto (professor na Universitas Indonesia, em Jacarta) que falou de Camões e de </span><span style="background-color: white; color: #433d37; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 16px;">Os Lusíadas</span><span style="background-color: white; color: #433d37; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 16px;"> num congresso sobre o tema; tudo online, organizado na Ásia, mas virtualmente em Ternate, no arquipélago das Molucas, lugar essencial dos roteiros camonianos – onde Camões teria começado (ninguém garante) o poema. Foi um belo dia para Danny Susanto: cumpriu um dos objectivos da sua vida – traduzir </span><span style="background-color: white; color: #433d37; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 16px;">Os Lusíadas</span><span style="background-color: white; color: #433d37; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 16px;"> para indonésio. Saiu agora e está disponível. Um abraço para Jacarta."</span></i></p><p><span style="background-color: white; color: #433d37; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 16px;"> Francisco José Viegas </span><span style="background-color: white; color: #433d37; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 10.6667px;">Da coluna diária do </span><a href="https://www.cmjornal.pt/opiniao/colunistas/francisco-jose-viegas?ref=colunistas_TodosColunistas" rel="noopener" style="background-color: white; color: #a90000; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 10.6667px;">CM</a><span style="background-color: white; color: #433d37; font-family: Georgia, "Times New Roman", Times, serif; font-size: 10.6667px;">. em 14.03.2022</span></p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-86323494007919370152022-03-25T17:10:00.001+00:002022-03-26T12:17:46.339+00:00Paciência<p> </p><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin3dkdE-Vr0YrU3yXcOf4FJnicuKmePr6a4ZWVrlkGJ-aKlqf-Gq5g29GBCIucs167SsRXas6UqzAuf-AFpDQ2KigYHhLXu49gy9ssXehuWVEPZI9QykKzZPmnu4gn65sMx_4XvvXihwlbviyAIAravB3ceCbTY__kZX-0Q5HN3v1OWZlhXHfa0A0n/s1146/Museum_Casa_de_Malhoa,_Marques_de_Oliveira,_girl_at_the_beach.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="899" data-original-width="1146" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin3dkdE-Vr0YrU3yXcOf4FJnicuKmePr6a4ZWVrlkGJ-aKlqf-Gq5g29GBCIucs167SsRXas6UqzAuf-AFpDQ2KigYHhLXu49gy9ssXehuWVEPZI9QykKzZPmnu4gn65sMx_4XvvXihwlbviyAIAravB3ceCbTY__kZX-0Q5HN3v1OWZlhXHfa0A0n/s320/Museum_Casa_de_Malhoa,_Marques_de_Oliveira,_girl_at_the_beach.JPG" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Marques de Oliveira, <i>Rapariga na Praia</i></td></tr></tbody></table><br /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; font-variant-ligatures: inherit; font-weight: inherit;"><br /></span><p></p><p><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: inherit; font-size: medium; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; font-variant-ligatures: inherit; font-weight: inherit;">"O povo não costuma perder a paciência, porque ela é o seu único bem".</span></p><p><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; font-variant-ligatures: inherit; font-weight: inherit;"> Carlos Drummond de Andrade </span></p><p><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; font-variant-ligatures: inherit; font-weight: inherit;"><br /></span></p><p><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; font-variant-ligatures: inherit; font-weight: inherit;">Deve ser por isso que aceita sem mais:</span></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- <b>Os pivots da televisão</b> que, hoje na guerra como ontem na pandemia entendem que faz parte das nossas obrigações de espectadores aturarmos os seus estados de alma. Parece que pretendem com isso mostrar que são humanos e que sofrem com as noticias. Olhem que choradeira insanável (e útil!) não seria se nos hospitais, locais onde se recebem os mortos e feridos, campos de refugiados, etc., etc., o pessoal que lá trabalha também "fosse humano" como eles. Ganhem juízo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- <b>O nosso presidente (</b>por quem ainda sinto um bosquejo finissimo da dita porque acredito que tem, ao contrário de outros governantes passados presentes e futuros, um genuino amor e interesse por este triste povo) pela sua verborreia incessante que atingiu mais uma vez os píncaros da respeitável sublime cretinice ao vislumbrar na actual guerra grandes vantagens turisticas para Portugal, <i>à semelhança do que sucedeu na 2.ª Guerra Mundial </i>(sic). Valha-o Deus.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- <b>Quem manda nos bombeiros de Tomar</b> que decidiu acabar com a sirene que, quem viveu nesta cidade e é vivo sempre se lembra de ouvir tocar ao meio-dia, para não perturbar os refugiados aqui acolhidos. Eu só espero que o autor da ideia (que continua de saúde, prova de que o ridiculo não mata) não tenha tido outra que a supera em estupidez: a de a fazer saber aos infelizes ucranianos como prova da sua preocupação com eles. Seria juntar o insulto à ignomínia. Perdoai-lhe Senhor. (MFM)</div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-37409919917824212512022-03-20T18:58:00.002+00:002022-03-20T18:58:30.669+00:00Primavera<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="PT" style="background: white; color: #2c2c2c; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi;">O equinócio da Primavera
ocorreu, em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, hoje, 20 de
março às 15:33 horas (menos 1 hora nos Açores), instante que marcou o início da
Primavera no hemisfério Norte. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="PT" style="background: white; color: #2c2c2c; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi;"><br /></span></p><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in; margin-top: 0in; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 8.0pt; mso-margin-top-alt: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="font-size: medium;"><span style="color: #ffa400;">Ah, que
bela manhã de Primavera!</span><span style="color: red;"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in; margin-top: 0in; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 8.0pt; mso-margin-top-alt: 0in; text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in; margin-top: 0in; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 8.0pt; mso-margin-top-alt: 0in; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhMWxi384L8A3HhgW1MLTpgYy8nkBjWTX_SlpNfk1LeGTq0XmjZlR172gwJEyu4XkvfMwc5wQB6kXk-9acmHY44rmy2eDbIND8eOmEGZlQXZjNC8Tef_yxdEPjDYOE5nveOn8bj7Yo_sLUw9i9TK0Lw53EKchYwrgX5tZJAL_vQc8FiN_nSVOa25L9V=s661" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="661" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhMWxi384L8A3HhgW1MLTpgYy8nkBjWTX_SlpNfk1LeGTq0XmjZlR172gwJEyu4XkvfMwc5wQB6kXk-9acmHY44rmy2eDbIND8eOmEGZlQXZjNC8Tef_yxdEPjDYOE5nveOn8bj7Yo_sLUw9i9TK0Lw53EKchYwrgX5tZJAL_vQc8FiN_nSVOa25L9V=w400-h280" width="400" /></a></div><span lang="PT"><span style="font-size: medium;"><p class="MsoNormal" style="color: red; line-height: normal; margin-bottom: 0in; margin-top: 0in; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 8.0pt; mso-margin-top-alt: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: red; font-size: medium;"><br /></span></span></p><span style="color: #ffa400;">Abram ao sol as portas, as janelas!</span></span></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in; margin-top: 0in; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 8.0pt; mso-margin-top-alt: 0in; text-align: justify;"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">Cheira a café
com leite,</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in; margin-top: 0in; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 8.0pt; mso-margin-top-alt: 0in; text-align: justify;"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">a sabonete,</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in; margin-top: 0in; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 8.0pt; mso-margin-top-alt: 0in; text-align: justify;"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">a goivos, a
sol novo, a vida nova!</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in; margin-top: 0in; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 8.0pt; mso-margin-top-alt: 0in; text-align: justify;"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">A Rua canta!…
sinos e pregões,</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in; margin-top: 0in; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 8.0pt; mso-margin-top-alt: 0in; text-align: justify;"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">apitos e
buzinas, vozes claras.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in; margin-top: 0in; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 8.0pt; mso-margin-top-alt: 0in; text-align: justify;"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">- “Gostas de
mim?”</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in; margin-top: 0in; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 8.0pt; mso-margin-top-alt: 0in; text-align: justify;"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">- “Gosto de ti” </span></p><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">e o céu cobre a Cidade com seu manto azul.</span><div><span style="color: #ffa400;"><span style="font-size: medium;"><br /><br />Ah, que bela manhã de Primaver</span><span style="font-size: medium;">a</span></span><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;"> .....</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: left;"><span style="font-size: medium;"> </span><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">Os eléctricos voam, transbordantes,</span></div>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> a tilintar, a rir nas campainhas,<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> e os automóveis, como borboletas,<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> circulam, tontos, nas ruas sonoras.</span></span></p></blockquote><p> </p><div>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"><span lang="PT" style="text-align: center;"> </span><span style="text-align: center;">No Tejo, os vaporzinhos de Cacilhas</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span style="text-align: right;"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> brincam aos barcos grandes, às viagens,</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> e o pequeno comboio vai e vem,</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 12pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> como um brinquedo de menino rico.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 12pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> Confundem-se nas árvores, ao sol,<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 12pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> folhas e asas, pássaros e flores.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 12pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> É festa em cada rua. Em cada casa,<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 12pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> um canário a cantar, uma cortina,<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 12pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> um craveiro florido na janela.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 12pt; margin-bottom: 0in; text-align: justify;"><span style="text-align: center;"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> Despejaram-se armários e gavetas,</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> frasquinhos de perfume…Toda a gente<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> foi para a rua de vestido novo,<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> de fato novo, de gravata nova,<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> e tudo canta, a Rua é uma canção.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> Ah, que bela manhã de Primavera!<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">–“Gostas de mim?” — é o tema da canção.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">–“Gostas de mim?” — pergunta-lhe ele a ela.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">–“Gostas de mim?” — pergunta à flor o vento<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">e a flor ao rouxinol… — “Gostas de mim?”<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">–“Gostas de mim?”, “Gostas de mim?”<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;">Cheira a goivos, a sol, a vida nova…<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="PT"><span style="color: #ffa400; font-size: medium;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 12pt; margin-bottom: 0in; text-align: center;">
</p><p class="MsoNormal"><span lang="PT"><span style="font-size: medium;"><span style="color: #ffa400;">Ah, que bela
manhã de Primavera!</span><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT"><span style="font-size: medium;"> </span></span></p><div><br /></div><div><p> (Fernanda de Castro 1900-1994, in "Asa no Espaço", 1956)</p><p><br /></p></div></div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-52797441064869750912022-03-17T17:59:00.001+00:002022-03-17T18:04:04.439+00:00Melhor do que nós<p> </p><p>Porque há pessoas que dizem o que pensamos das coisas melhor do que nós, do que eu de certeza.</p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhabV0l8SjvFDy_mz98tCRubIjwnDq1aFpBFvWDujJpYKIKgFkfEb_PtYrVnefO9cxwgAwgaxvs8Dh92djwdFaXtS8aG5Fv5ncLs9XQlfU7gN0BAL0fEr6plqh_GG6niqjvAET2JhRH16EoRC-IXQiboj9ZcPIcmcVuDySMRWB7TPi1c9FWG0Okburx=s600" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="522" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhabV0l8SjvFDy_mz98tCRubIjwnDq1aFpBFvWDujJpYKIKgFkfEb_PtYrVnefO9cxwgAwgaxvs8Dh92djwdFaXtS8aG5Fv5ncLs9XQlfU7gN0BAL0fEr6plqh_GG6niqjvAET2JhRH16EoRC-IXQiboj9ZcPIcmcVuDySMRWB7TPi1c9FWG0Okburx=w557-h640" width="557" /></a></div><br /><p></p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-69488637664577772752022-03-12T16:45:00.001+00:002022-03-12T16:45:58.992+00:00Apocalipse<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjZ7W4lA8ZZ9QxFgxYOx4ZTeeD6OrJHGOBCV5JDLnNZCjbWxuB2Q8vMd71Rt5r2Mev4j4alnCVOhuCYlsvm4UJ9447HrFvUI3XRa5hkNaZ_P29RRtfGgKyCNhdtOtbKeLYyRWpmlCKf6TRIFZD9jht20ib7dcEcLGexuMVQQg4m1aiuHZn6UPX-fHfr=s640" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="640" height="466" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjZ7W4lA8ZZ9QxFgxYOx4ZTeeD6OrJHGOBCV5JDLnNZCjbWxuB2Q8vMd71Rt5r2Mev4j4alnCVOhuCYlsvm4UJ9447HrFvUI3XRa5hkNaZ_P29RRtfGgKyCNhdtOtbKeLYyRWpmlCKf6TRIFZD9jht20ib7dcEcLGexuMVQQg4m1aiuHZn6UPX-fHfr=w640-h466" width="640" /></a></div><br /><p><br /></p><div style="text-align: justify;"><i>" Peste, Guerra, Fome e Morte. O livro de São João de Patmos, “Apocalipse”, descreve-os por esta ordem, após quebrados quatro dos sete selos do pergaminho de Deus. Já Daniel havia profetizado o mesmo, e tudo se conjuga para um local, o Armagedão, onde as forças do bem e do mal têm a batalha final. Bem sei que pode parecer que acredito nesta história de forma literal. Mas não deixa de ser curioso que esta guerra se segue e sobrepõe à peste (covid). Embora, ....., eu seja pessimisticamente otimista sobre o desfecho da guerra, a sua continuação levará, sem dúvida, à escassez e à fome; falta a morte, para completar o quarteto fúnebre. E essa já por aí anda, com a peste e os bombardeamentos. Só não se perfilou ainda um Armagedão metafórico para a triagem entre justos e injustos."</i></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> Henrique Monteiro- Expresso 11.03.2022</div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-55957698444154862082022-03-11T12:05:00.022+00:002022-03-11T12:12:25.294+00:00A Memória<span style="color: #cc0000; font-size: medium;"><i>A memória, afinal é a sensação do passado… e toda sensação é uma ilusão.</i></span><div><span style="color: #cc0000; font-size: small;">Fernando Pessoa</span><p><span style="color: #333333;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span></span></p><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEihY8JJM8s6GU72necj8pXi2y33B-fjHjH5ZsRdQI4z9A9l_iSTVeomqpyf8GWpWXrkyWb3-bXzrHqywvJ2rypU-kOFPvx0mVhSDXwWXl0rOnISmdI_PqzgSu1nGyBiEBs6uzkUT6b-bTyYlbpyF8zI8hTzgOM1z2915q5MycItnx-m--sxPhHzQmXe=s840" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="338" data-original-width="840" height="161" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEihY8JJM8s6GU72necj8pXi2y33B-fjHjH5ZsRdQI4z9A9l_iSTVeomqpyf8GWpWXrkyWb3-bXzrHqywvJ2rypU-kOFPvx0mVhSDXwWXl0rOnISmdI_PqzgSu1nGyBiEBs6uzkUT6b-bTyYlbpyF8zI8hTzgOM1z2915q5MycItnx-m--sxPhHzQmXe=w400-h161" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;">Eram assim os talheres em Porto da Lage!<br />E eu tinha-me esquecido! Como é possível?</span></td></tr></tbody></table><span style="font-size: medium;"><br /></span><span style="color: #cc0000; font-size: medium;"><i>Não há nada mais relapso do que a memória. Atrevo-me mesmo a dizer que a memória é uma vigarista, uma emérita falsificadora de factos e de figuras.</i></span></div><div><span style="color: #cc0000;">Nelson Rodrigues</span></div><div><span class="autor" face="Helvetica, Arial, sans-serif" style="box-sizing: border-box; color: #333333; display: block; font-size: 0.75rem; margin-bottom: 15px; margin-top: 10px; padding-left: 25px;"><span class="autor" style="box-sizing: border-box; display: block; font-size: 0.75rem; margin-bottom: 15px; margin-top: 10px; padding-left: 25px;"><span class="autor" style="box-sizing: border-box; display: block; font-size: 0.75rem; margin-bottom: 15px; margin-top: 10px; padding-left: 25px;"><div class="entry excerpt entry-summary" style="background-color: white; border: 0px; color: #444444; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.6em; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><blockquote style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 20px; padding: 0px 0px 0px 50px; position: relative; quotes: none; vertical-align: baseline;"><p style="border: 0px; font: inherit; margin-bottom: inherit; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></p></blockquote></div></span></span></span></div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-72694117855898995352022-03-07T16:56:00.000+00:002022-03-07T16:56:13.105+00:00Poema da Morte Aparente<p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi3JBwqK39nSWwjiqbZaHTkHCQg7HymaLbM_6ny0y7mOAs0dIiQjC4ybpWl8pxGAhnQMhix7CHSZWMrDuon_RYQgu0nBR5cW7dlQkZtSv3Ctq-BjrfqA3DVrhXUMAMGK-vvsC4ZA4Dpq4-eGZZwCyv9bHX1GebVc2uhqk3kqosVEbNv6e4Soh5GUY2l=s500" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="395" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi3JBwqK39nSWwjiqbZaHTkHCQg7HymaLbM_6ny0y7mOAs0dIiQjC4ybpWl8pxGAhnQMhix7CHSZWMrDuon_RYQgu0nBR5cW7dlQkZtSv3Ctq-BjrfqA3DVrhXUMAMGK-vvsC4ZA4Dpq4-eGZZwCyv9bHX1GebVc2uhqk3kqosVEbNv6e4Soh5GUY2l=w316-h400" width="316" /></a></div><br /><p></p><br />Nos tempos em que acontecia o que está acontecendo agora,<br />e os homens pasmavam de isso ainda acontecer no tempo deles,<br />parecia-lhes a vida podre e reles<br />e suspiravam por viver agora.<br /> <br />A suspirar e a protestar morreram.<br />E agora, quando se abrem as covas,<br />encontram-se às vezes os dentes com que rangeram,<br />tão brancos como se as dentaduras fossem novas.<div><br /></div><div> (António Gedeão,1906-1997)</div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-10297053793133107432022-03-05T16:11:00.018+00:002022-03-10T11:47:56.435+00:00 Perplexidade<div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg2gcR2ILkz7qdf1mo34KzJugnEUkIAAyFup6S6CCdIhWX8kAvniNYwmUalTZYQXLgLeO5iUcECLD5WHcUDXyW2xfXv33Unx3vrSstVUEAc_VQF_9nHbmG1haV_k8ZXmFqLi_lQfsSeS-4cWdWy1EqeUDLX0siT8Q2kTCMtUcTk8qNNUTUDij_G_b4X=s1000" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="578" data-original-width="1000" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg2gcR2ILkz7qdf1mo34KzJugnEUkIAAyFup6S6CCdIhWX8kAvniNYwmUalTZYQXLgLeO5iUcECLD5WHcUDXyW2xfXv33Unx3vrSstVUEAc_VQF_9nHbmG1haV_k8ZXmFqLi_lQfsSeS-4cWdWy1EqeUDLX0siT8Q2kTCMtUcTk8qNNUTUDij_G_b4X=w400-h231" width="400" /></a></div></div><b>O</b>h Laurindinha,<div> vem à janela.<div>Ver o teu amor,</div><div>que ele vai p'ra guerra.<div><div><div><br /></div><div><span face="Arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #444444;"><b style="font-size: 19px;">S</b>e</span> ele vai pra guerra, <br />deixá-lo ir.<br />Ele é rapaz novo, <br />ele torna a vir.</div><div><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 19px;" /> (Popular)</div></div></div></div></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 13.5pt; line-height: 107%;">Durante séculos, todos os séculos que nos
precederam excepto os últimos setenta e cinco anos, a guerra fez parte da vida
dos europeus ocidentais - era uma coisa tão real como qualquer outra que
existia entre o nascimento e a morte de cada ser humano. Contavam com ela,
preparavam-se para ela, preveniam-se dela, rezavam para que não começasse, para
que se mantivesse longe, para que acabasse. </span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 13.5pt; line-height: 107%;">Depois, deixámo-nos disso, a paz
passou a ser um direito, direito inquestionável como todos os que nos
habituámos a desfrutar e todos aqueles que nos preparávamos para inventar. </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 13.5pt;">Passámos a ser pacifistas acreditando que tínhamos paz por causa disso, esquecendo que só a tínhamos devido aos lados contrários que mandam neste mundo
possuírem cada um armas atómicas. </span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 13.5pt;">E não é que ignorássemos as guerras que
ininterruptamente nasciam e continuavam sobre a Terra, as guerras
"normais" dos nossos tempos, aquelas a que estamos habituados e sobre
as quais temos sempre na ponta da língua as nossas abalizadas opiniões, as
nossas verdades e os nossos culpados do costume. As guerras que têm como razão dissensões
civis, regionais, religiosas ou étnicas que se costumam passar em locais
remotos, nem sempre fisicamente longe, mas sobre os quais nada sabemos nem nos
interessamos, até mesmo na Europa mas que já foram há mais de trinta anos, onde é
que isso já vai, e eram nos Balcãs "entre eles" e "lá com
eles". E aquelas que são causadas pela retaliação e invasão por parte de
grandes potências devido a ataques que lhe foram feitos e as provenientes da
eterna disputa de territórios de que a gente já nem se lembra de como principiaram,
como entre a Palestina e Israel. </span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0in;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 13.5pt;">Mas esta semana chegou a guerra. A Guerra
porque sim, porque um império resolveu invadir injustamente um vizinho mais fraco que não alinhava consigo e cujo
espaço ambicionava, como aconteceu nas duas guerras mundiais do sec. XX, como
aconteceu com Napoleão e como sabemos ter acontecido ao recuarmos por essa
história além. E ficámos sem palavras, sem justificações (os comentários do costume parecem gastos e sem sentido) porque as receitas velhas não se adequam.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 13.5pt;">Há dois anos a Pandemia deixou-nos chocados pela surpresa, tal o credo que professávamos com toda a fé, de que era uma questão
de tempo até </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 18px;">a ciência</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 13.5pt;"> e o progresso tecnológico nos fazerem vencer a
própria morte.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0in;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 13.5pt;">Hoje, esta guerra que escapa a todas as
explicações conhecidas, causa-nos, digo-o consciente do abalo que posso causar às almas sensíveis, mais perplexidade que horror. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 13.5pt; line-height: 107%;">Talvez
tenha chegado o tempo de abandonarmos as nossas verdades e recomeçarmos a ter
dúvidas. (MFM)<o:p></o:p></span></p></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-21732671147026765402022-02-23T14:03:00.003+00:002022-02-23T15:37:30.274+00:00Despu(dor)<p><br /></p><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjkWDkTybvJgvftsduD3al9hCXyeMx0dOMGuB_-13sLknXNVdm8N3jo22bq8Y-KWp7Gflt6OH8nReF4Qfzf32mASMjHF0bDB8Wi36faVVCTKLnh-j9OfTyTHj-d2bS48P_MG8ASJpOL-RuvvbWp_UwajZB47TNL-tOHL90zZKX6QLAq98NLec5lpqWs=s1000" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="700" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjkWDkTybvJgvftsduD3al9hCXyeMx0dOMGuB_-13sLknXNVdm8N3jo22bq8Y-KWp7Gflt6OH8nReF4Qfzf32mASMjHF0bDB8Wi36faVVCTKLnh-j9OfTyTHj-d2bS48P_MG8ASJpOL-RuvvbWp_UwajZB47TNL-tOHL90zZKX6QLAq98NLec5lpqWs=w448-h640" width="448" /></a></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px;"> <span style="font-family: inherit;"> </span></div><h1 style="text-align: left;"><b><span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;"><span style="color: #050505;"> </span></span><span style="font-family: georgia; font-size: x-large;"><i>Senhor, já que a dor é nossa<br /></i></span></span></b><span style="font-family: georgia; font-size: x-large;"><i><b style="background-color: white;"><span> E a fraqueza que ela tem,<br /></span></b><b style="background-color: white;"><span> Dá-nos ao menos a força<br /></span></b><span><b style="background-color: white;"> De a não mostrar a ninguém!</b></span></i></span></h1><div style="text-align: left;"><span style="color: #8000ff; font-family: Dancing Script; font-size: x-large;"><span style="background-color: white;"><i> </i></span></span><span style="color: #8000ff; font-family: Dancing Script; font-size: x-large;"><span style="background-color: white;"><i> </i></span></span><span><span style="font-size: medium;">Fernando Pessoa</span></span></div><div style="text-align: left;"><span><span style="font-size: medium;"><br /></span></span></div><div style="text-align: left;"><span><br /><span style="font-size: medium;"><br /></span></span></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> Nos nossos dias a quadra acima é um anacronismo. Estou mesmo em crer que se <i>o/a povinho/a</i> <i>woke </i>não fosse ignorante e a conhecesse já a teria acrescentado ao index, a queimar nas anunciadas próximas fogueiras, por descriminação às lágrimas e maleitas expostas. Mas, porque acredito que ainda há gente como eu que foi criada a ter pudor de mostrar o sofrimento e a lamber as feridas, as do corpo e as outras, sózinha, aqui a deixo </span>enquanto posso<span style="font-family: inherit;">. (MFM) </span></div></div>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-64431628696268188812022-01-26T11:34:00.002+00:002022-01-26T11:34:26.651+00:00Antecipei-me<p> </p>Nota Preambular - Se têm mais que fazer não leiam o que segue. Esperem pelo próximo <i>post</i> que é, de certeza, melhor. Este não passa de uma chocha peça de diário que a autora achou por bem pôr aqui, para cumprir calendário.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhGnZZ6gq1d124HMvLFEkmGOfb_f8wa-BOba1jAUrQqyl3YUCX44t39Hm4w27kr828eQeYocnD75PFjcjpIRVeUOZkVvmDegP4U1_zFcI_SdSmld5nnfDoVPUzDAJkVeKzrwzsLPpNHLUFXv6XcdZ8yusV13igZmCdNYF1ftFNq9-B8DhaHJRdm1-kp=s1140" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1140" data-original-width="764" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhGnZZ6gq1d124HMvLFEkmGOfb_f8wa-BOba1jAUrQqyl3YUCX44t39Hm4w27kr828eQeYocnD75PFjcjpIRVeUOZkVvmDegP4U1_zFcI_SdSmld5nnfDoVPUzDAJkVeKzrwzsLPpNHLUFXv6XcdZ8yusV13igZmCdNYF1ftFNq9-B8DhaHJRdm1-kp=w429-h640" width="429" /></a></div><br /><p></p><div class="separator" style="clear: both;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No domingo fui votar. Nem sempre voto e não me arrependo nada de quando não o faço, mas desta vez queria fazê-lo e vendo todos à minha volta a cair que nem tordos mercê do vírus, pus-me a temer, supersticiosamente, que o desgraçado ainda me ia impedir de contribuir para salvar a Pátria agora que isso se me tinha metido na cabeça, que corri a ver se o fintava. Consegui, agora pode o dito atacar-me à vontade que a asneira, ou não, já está feita.</div><div style="text-align: justify;">E lá estive na Cidade Universitária, calhou-me a secção de voto na Faculdade de Direito. Senti-me em festa. O que é a gente sair da rotina. Nesta minha vida, quase toda a votar, fi-lo apenas em três sítios. Uma monotonia tão grande que, aparte a primeira vez e o ano passado (em que me senti medievalmente empestada ou leprosa tal a enérgica -para ser simpática- patrulha higiénica a que fui, eu e todos, submetida-<i>mantém a distância, agora não entra, já pode entrar, chegue-se para trás, lava as mãos, não toca em nada, ajuste a máscara, lava as mãos …</i>), nunca me deixou recordações. Nem olhava à minha volta, punha a cruz (quando punha) e vinha-me embora. </div><div style="text-align: justify;">Desta vez, porque o lugar era outro e novo, porque o dia estava frio e lindo, o céu era o azul de Lisboa e a relva era verde, senti-me bem e reparei no que me rodeava. Todos conhecem a Faculdade de Direito de Lisboa, o hall de entrada do nosso presidente como ele já fez questão de mostrar ao país. É um edifício do Estado Novo (com um acrescento contemporâneo por detrás dele de valor arquitectónico assinalável que dá pena estar escondido) que, como todos as daquela época está construído de forma a a luz entrar magnificamente por ele dentro. Naquela manhã, então, estendia-se um tal esplendor de claridade por aqueles corredores largos afora que nem se dava conta dos quilómetros que se tinha que percorrer para alcançar, enfim, a mesa de voto pretendida. Lá, quase chegada, impunha-se a obrigatória e demorada fila. Não que houvesse qualquer obstáculo humano pelo caminho, a controleira fúria sanitária já está <i>out </i>e sabemos como este povo detesta estar fora de moda, acontece porém, como vi depois, que no voto antecipado há a acrescentar ao preenchimento do boletim de voto o metê-lo dentro do envelope branco, o qual segue para dentro de outro azul, que, por sua vez, se entrega na mesa onde lhe é colocado no rosto a nossa identificação e só então toda esta gorda papelada se introduz directamente na urna, que permanece aberta, pois não cabe na ranhura. E, claro, isto leva o seu tempo, o pessoal, os votantes e o da mesa, já tem a sua idade, o boletim de voto tem vinte (vinte!) siglas apertadinhas, é necessário pôr os óculos, procurar o que se quer e esperar que se tenha escolhido o quadradinho certo. Se houve engano, antes a Covid, caneco! </div><div style="text-align: justify;">Bom, eu falo nos votantes, mas está errado, foi <i>as </i>votantes, aqui seria um sitio onde a gente da ideologia de género diria que só havia <i>votantas</i>. Mercê da seriação alfabética a minha secção, a anterior e a seguinte era formada por Marias. E assim sendo, dada a ostracização a que este belo nome foi lançado durante décadas, depois do seu largo domínio, e por as suas novas detentoras ainda não terem chegado à maioridade, os senhores calcularão a média de idade das Marias em presença. Mas a verdade é que, havendo embora muitas amparadas por familiares, outras com bengalas e duas em cadeiras de rodas, em geral estávamos bem. Capazes mesmo de andar num virote de fila para fila por culpa do <i>excell</i>. Eu por acaso acertei logo à primeira na minha secção de voto por, nas últimas eleições, já ter passado pelo meu único vexame em votações. Depois de uma vida a pensar que sabia o abecedário, de fazer parte de listas, de pautas de exames, de concursos, do diabo a sete, sei lá!, e portanto de estar convencida que o meu nome era anterior, alfabeticamente, ao do das Maria do Rosário não é que sou mandada embora, já de cartão de cidadão na mão pronto a entregar, de uma mesa de voto por o meu lugar não ser ali? <i>Pois não era não senhora, a última pessoa daquela secção era a Maria do Rosário …. conforme estava escrito lá fora, não tinha eu lido?</i> Pois tinha e por isso ali estava, o F era antes do R, não era? Mas <i>qual R, o nome a seguir ao Maria era o D, não estava eu a ver?</i> Mas qual D? o do? mas isso era uma preposição, não era um nome, tentei eu ainda, agarrando-me aos meus resquícios de gramática. Aí o senhor, benza-o Deus, não teimou, apenas arrumou, informou-me que o computador era assim que ordenava as pessoas. E eu, sem argumentos face a tal pesadíssimo facto, fui-me para onde pertencia. E aprendi. Desta vez já eu sabia que estava atrás de todas as M. do… ,até à Maria do Zorro, se a houvesse. Mas nem todas as minhas congéneres estavam sabedoras desta alteração civilizacional e daí andarem indignadíssimas, obrigadas a passar do início de uma fila para o fim de outra, num corrupio pela Faculdade de Direito. Diga-se que o sítio até nem era mal-azado para resolver o caso, podia-se mesmo ir ali à frente, a Letras, pedir ajuda técnica, não fosse ser domingo.</div><div style="text-align: justify;">Outra coisa que reparei, ali nas filas do corredor e depois cá fora na Alameda da Universidade, foi que o povo não perfilhou esta modernice de antecipações. Sensato como é, o povo desconfia. Num país onde nada se faz sem atrasos nem delações, não parece lá muito sério nem legal, muito menos português, fazer-se uma coisa, ainda por cima antecipando-a, com o pretexto de se facilitar a vida às pessoas. Esta razão, então, o povo achou que é um atentado à nacionalidade, mesmo à identidade portuguesa. Não se manifesta porque, lá está, é sereno, e porque, claro, não acreditou. A razão para as antecipações ainda está para se saber, mas o bom povo, de pé atrás, não alinhou. Como é que eu sei que o povo estava ausente? Vendo e ouvindo, ora essa. A populaça é transparente e não se esconde, onde está mostra dignamente a sua presença. E pelo menos aqui na Cidade Universitária não estava, isso vos garanto eu, mesmo que à primeira vista o parecesse. Dou um exemplo. No corredor, enquanto esperava vi uma senhora distintíssima muito alta e muito velha, de belos cabelos louros e capa de caxemira creme com gola de raposa, que dir-se-ia estar acompanhada, não propriamente pela empregada, mas pela mulher que lá vai a casa fazer umas horas de limpeza por semana. Na conversa entre as duas, queixava-se esta última do frio enquanto tentava infrutiferamente juntar as duas bandas do esgaçado anoraque acolchoado sobre o peito, usando roupa que, com boa vontade, lhe terá servido três números abaixo há muito, muito tempo, e uns sapatos que o passar dos anos fizera confundir com os pés mostrando todas as protuberâncias destes. Mas nada mais errado do que confundir esta personagem com o pessoal doméstico da senhora da gola de pele, aposto com quem quiser que se trata de alguém que veio há cinquenta anos de Trás-os-Montes para Lisboa estudar Química e é agora professora emérita da Faculdade de Ciências. Ninguém como esta gente para mostrar que o hábito não faz o monge. Digo-vos eu que tenho experiência. Há anos deixei um colega sozinho a fazer as despesas de conversa com uma conhecidíssima sumidade ao tempo directora de uma Faculdade, porque não consegui parar de contar os buracos que as traças tinham feito na eslavaçada (aqui no sentido tomarense de ter sido lavada cem vezes mais do que a garantia permitia) e outrora branca <i>T-shirt</i> que a doutora trazia vestida.</div><div style="text-align: justify;">Em suma, e concluindo, por toda a Cidade Universitária, por uma vez, a burguesia imperou. </div><div style="text-align: justify;">Passeou pelo relvado com carrinhos de bébé e com os avós, jogou à bola com a prole, sentou-se no chão, bebeu água da garrafa e comeu um bolo, tal qual os sindicalistas no Primeiro de Maio. Como é igual esta humanidade! Também casais do mesmo sexo, sozinhos ou trazendo à trela pequenos bull-dogs, tomavam sol deitados na relva (sobre isto vão-me desculpar mas tenho que fazer um parêntesis e desabafar, digam o que disserem, mesmo quem tem preconceitos guarda-os para si, já ninguém hostiliza e a maioria aceita, por isso é mesmo necessário os meninos fazerem tanta questão em mostrar quem são, pondo os pés nus dentro das sapatilhas, debaixo das calças curtíssimas a ponto de ficarem com os tornozelos tolhidos e roxos de frio? Pela vossa saúde cresçam que já têm idade para ter juízo, percebam que o resto do mundo quer lá saber com quem se deitam mas que fica arrepiado só de ver os vossos pés gelados e calcem lá umas meias quentinhas!). Até aquela burguesia que a gente não vê todos os dias, que se fecha em casa, ou anda sei lá, pelo estrangeiro, pelas quintas ou assim, apareceu. Depois, aquela que pasta pelo Corte Inglês, pelo CCB e Gulbenkian era aos montes. Veio de carro como não podia deixar de ser, adoram andar de carro pela cidade ao domingo quando “não anda ninguém”, engarrafaram toda a Alameda e viram-se gregos para arranjar lugar, deixaram a avó entrevada à porta da Faculdade de Psicologia com os miúdos que andaram para deixar cair a senhora, foram pôr o carro no Campo Grande e andaram mais a pé do que se tivessem vindo directamente das Avenidas Novas onde moram. Peripécias que fizeram o casal discutir o que, espero eu, não os tenha perturbado a ponto de confundir a Iniciativa Liberal com o Livre ou vice-versa. A propósito, nada do que eu disse indicia o sentido de voto. Que esta gente terá o mesmo berço (mais geração ou menos geração a diferenciá-los) é inegável, que está ligada às mais variadas fichas ideológicas também. Há os conservadores puros, os liberais puros, os assim-assim, os socialistas, a “esquerdalhada” que costuma ser filha de conservadores e pai de jovens conservadores, as tias fúteis, as tias caridosas e empenhadas socialmente, os católicos, os intelectuais, as intelectuais, que costumavam votar só esquerda, mas parece que agora já não é bem assim, etc, etc. Toda uma panóplia de gente que constitui uma fatia da sociedade portuguesa que, coitada, na generalidade, não faz mal a ninguém, mas que é a mais gozada e maltratada por todos, incluindo pelos seus próprios membros, como é o caso, por ser dela que emana todo o mal que nos atravessa. Mas, como o hipotético bem parece que também não tem outro lugar de onde venha, que o Senhor inspire os escolhidos e nos guarde a todos nós. (MFM)</div><p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></p></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEja1QK1D4rccwSBqQN4s7YORZref58aP3H8OuYWuJzv-mpzJHKL0c10lrs8icUbAdeIo8nQHklC66974Twtv5kKndIS_lCwnNreMdXVGs3E6Qf6ZCHz94ybSJFgpmEJ9x-XVMvs3NQRWM-jhWhQkoRuTw5Cm5wx1CyI_WzZj7tjaNZzMKwItDfSJmAV=s241" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="241" data-original-width="168" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEja1QK1D4rccwSBqQN4s7YORZref58aP3H8OuYWuJzv-mpzJHKL0c10lrs8icUbAdeIo8nQHklC66974Twtv5kKndIS_lCwnNreMdXVGs3E6Qf6ZCHz94ybSJFgpmEJ9x-XVMvs3NQRWM-jhWhQkoRuTw5Cm5wx1CyI_WzZj7tjaNZzMKwItDfSJmAV=w446-h640" width="446" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiYxq5DezBltLtYElegVst-XgWYc7WIkRqL5V67Ag2YzuAbjyiDKFyU-Yn7EseKDxTrnJzuYgTsR9LcumHL5JX9GGM4WdQ1Kfmj8Jlwl6H5H4Gb5_D3XZe1nALcKAv7CRSVJLBU2rjoMcazSG2z4nI4F8ztTsDkDZLscAezOwRdTA9SoqktdLZcT2wX=s1280" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiYxq5DezBltLtYElegVst-XgWYc7WIkRqL5V67Ag2YzuAbjyiDKFyU-Yn7EseKDxTrnJzuYgTsR9LcumHL5JX9GGM4WdQ1Kfmj8Jlwl6H5H4Gb5_D3XZe1nALcKAv7CRSVJLBU2rjoMcazSG2z4nI4F8ztTsDkDZLscAezOwRdTA9SoqktdLZcT2wX=s320" width="240" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A sala do voto com o respectivo quadro<br />(todas têm um) alusivo aos fazedores <br />ou executores da Lei.</td></tr></tbody></table><br /><p><br /></p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5317552735280816338.post-86743044874304480462022-01-22T14:04:00.028+00:002022-03-06T12:34:35.277+00:00Paialvo<p><br /></p><div style="text-align: justify;">Paialvo é um dos meus pontos de passagem quando vou de Lisboa para Porto da Lage. Se quero evitar a velha estrada ferozmente curvilínea de Torres Novas, o caminho mais aprazível, que junta a alguma planura solitária do Ribatejo a beleza bucólica dos lugarzinhos de floridas casinhas bem arranjadas, é aquele que passa por Atalaia, Carrazede e Paialvo. Como os caminhos escolhidas pelas antigas gerações demonstram, a passagem por Tomar é absolutamente dispensável.</div><div style="text-align: justify;">Será essa razão pela qual apenas no sec. XIX, e apenas também por uma decisão administrativa, as localidades desta freguesia passaram a fazer parte do concelho de Tomar? Essa ou outra, o que me parece é que esta cidade e a ruralidade sob a sua administração (e aqui refiro-me a todo o concelho) não vivem exactamente no mesmo mundo, tendo os mesmos interesses e auferindo das mesmas regalias. Por motivos que têm a ver com a resolução de problemas administrativos e civicos (serviços camarários e mandar os filhos à escola, por exemplo) as populações não urbanas do concelho de Tomar recorrerem à sede deste por obrigação. De resto, para trabalhar, adquirir outros bens e até para nascer servem-se de concelhos vizinhos. Mercê do comboio, o Entroncamento é outro exemplo, e vias rodoviárias razoáveis inter-concelhos, outras cidades ficam mais à mão. E a cidade de Tomar não me parece que se esforce muito para inverter este estado de coisas e estreitar laços com as freguesias rurais. Não falando já noutros aspectos básicos, pensemos no turismo, com uma economia quase só assente neste, a câmara empenha-se fortemente na sua promoção na cidade mas descura completamente os arredores que apresentam potencial que outros concelhos, sem Convento de Cristo como bandeira, aproveitariam sem pestanejar. Tenho lido casos como <a href="https://www.mediotejo.net/tomar-trabalhos-arqueologicos-recomecaram-na-anta-de-vale-da-laje/">este</a> ou <a href="Ponte de Peniche (tomaracidade.blogspot.com)">ainda este </a>ou mesmo a nossa ribeira da Beselga que tem merecido alguma atenção no concelho de Torres Novas mas que está completamente descurada no de Tomar, quanto aos seus interesses histórico e ambiental, o seu leito é um imenso canavial que impede a simples visibilidade, quanto mais alguma observação monumental ou paisagistica, salvo nos locais onde os particulares limpam. São estes e algumas juntas de freguesia, os únicos que ainda se esforçam por manter viva a história das suas terras, honra seja feita ao blog <u><span style="color: #2b00fe;">conhecerfreguesialémdaribeiratomar</span> </u>e a e<a href="https://www.freguesiadepaialvo.pt/resenha-historica">ste site da junta de Paialvo</a> e acredito que haja outros de que não tenho conhecimento. Só me resta pedir que não esmoreçam, continuem e que outros mais se lhes venham juntar. (MFM)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhilUWUTNqUKDHO8iPOxnzR2ZXCbTMTqpTdSjxcgt8x3_XbLOZhdIsl0w_oJoJZZDuxDHjQ0ew5wVggBhyphenhyphenTmuOA6tDv8bR2ZAD5v8Z6SEN0T9qID9NQ3yuS_5sO30yce-UbFOpNkFX9OVI/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="320" data-original-width="215" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhilUWUTNqUKDHO8iPOxnzR2ZXCbTMTqpTdSjxcgt8x3_XbLOZhdIsl0w_oJoJZZDuxDHjQ0ew5wVggBhyphenhyphenTmuOA6tDv8bR2ZAD5v8Z6SEN0T9qID9NQ3yuS_5sO30yce-UbFOpNkFX9OVI/w429-h640/image.png" width="429" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: #f0f2f5; color: #050505; text-align: start;"><span style="font-size: x-small;">Aguarela de <a href="https://maganifico.blogspot.com/2013/12/breve-biografia-de-fernando-perfeito-de.html">Fernando Perfeito de Magalhães Vilas Boas </a> publicada em "Pelou<br />rinhos Portugueses" do mesmo autor e de Vasco da Costa Salema.</span></span></td></tr></tbody></table><br /><br /><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhchL5o9Oifsac_qSWHGFbU6h5D9Z_e2EeUqViLzUmbV5RghjbymJRQ1mZMN5CjyuVYuhi1p1G1xaLojnVitM4Z_i78H9CdmNk2RGbnhKDa4sb9tp-cP7YP6oXWm7y3VUx2AmSGCYcShs3uMhSY4q0gZG7QMGRMDdAlE5HFa_UUdN2yFVODBEhpoqod=s1534" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1534" data-original-width="1162" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhchL5o9Oifsac_qSWHGFbU6h5D9Z_e2EeUqViLzUmbV5RghjbymJRQ1mZMN5CjyuVYuhi1p1G1xaLojnVitM4Z_i78H9CdmNk2RGbnhKDa4sb9tp-cP7YP6oXWm7y3VUx2AmSGCYcShs3uMhSY4q0gZG7QMGRMDdAlE5HFa_UUdN2yFVODBEhpoqod=w484-h640" width="484" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjsE_JleDv0Iuqt88ZOzeBHhz-9g7y3rMEothbvW5upmUh6B3MYm8IzH0Dt4N3x_v8Vh9VAvsWMw7BMTQPhdHJBh0t46kbffU8p8q4r--Q0LhiuQt2qe3vulsmy9y_TQ6w_ltAzxe6luBeid-x5WX3DrcjVqxrRCBCcQFST2e95OOPxs2MsOh3gAmlU=s260" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="260" data-original-width="194" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjsE_JleDv0Iuqt88ZOzeBHhz-9g7y3rMEothbvW5upmUh6B3MYm8IzH0Dt4N3x_v8Vh9VAvsWMw7BMTQPhdHJBh0t46kbffU8p8q4r--Q0LhiuQt2qe3vulsmy9y_TQ6w_ltAzxe6luBeid-x5WX3DrcjVqxrRCBCcQFST2e95OOPxs2MsOh3gAmlU=w299-h400" width="299" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto de tempos idos. Hoje em dia este monumento <br />está restaurado assim como se encontram bem <br />recuperadas as casas à sua volta .<br /><br /></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj1Bx0rJP-_vN-mrRItykxFWl357bF49lFAQccR9LyMIoNT7Y1bMUsQxaFcFHG9eFSNXkD9cMco_ncj1tmZMaM8V82of2aL4T5TnRjBl8EuEcdxmeChy7lBh_DBq8fi3rxwp-bhlED1xRRBg21IqhFYx7GnJtYMW5nVGkpjrNxXg6zFwERX4GkE0D_o=s1387" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1387" data-original-width="1005" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj1Bx0rJP-_vN-mrRItykxFWl357bF49lFAQccR9LyMIoNT7Y1bMUsQxaFcFHG9eFSNXkD9cMco_ncj1tmZMaM8V82of2aL4T5TnRjBl8EuEcdxmeChy7lBh_DBq8fi3rxwp-bhlED1xRRBg21IqhFYx7GnJtYMW5nVGkpjrNxXg6zFwERX4GkE0D_o=w464-h640" width="464" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhq54VrPJ2HXC58Usr4yVvJu71JYY1Itr0Q59Yfk54gOK0YePHPqgKt5wuS83o06WgZ5PhHHrmNji_6huKcBlb3UdR1vJrfsU0dEev-M1lhQr4NYEGdFbBoVbNngeoATolIiBgfOxDxaDOBnXUldJ6TfgpGaNwTdbd6bVC61A9KnzzmZgO8pngcEAlo=s1339" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="937" data-original-width="1339" height="448" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhq54VrPJ2HXC58Usr4yVvJu71JYY1Itr0Q59Yfk54gOK0YePHPqgKt5wuS83o06WgZ5PhHHrmNji_6huKcBlb3UdR1vJrfsU0dEev-M1lhQr4NYEGdFbBoVbNngeoATolIiBgfOxDxaDOBnXUldJ6TfgpGaNwTdbd6bVC61A9KnzzmZgO8pngcEAlo=w640-h448" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nesta e na foto anterior:vindimas e procissão nos anos trinta do Sec. XX em Paialvo.</td></tr></tbody></table><br /><p>Nota: Imagens retiradas da net, sem alusão a identificação de autor.</p>Porto da Lagehttp://www.blogger.com/profile/05879727004214776948noreply@blogger.com0