Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

Si hortum in biblioteca habes deerit nihil
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2 de julho de 2012

Quando


Quando o meu corpo apodrecer e
eu for morta 
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de
bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.




Sofia de Melo Breyner (1919,2004)

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