A represa armazenou uns bons metros cúbicos de água. Uma boa piscina onde alguém veio tomar banho. Havia um senhor da terra, o Joaquim Tomás, um bom metalúrgico, com perto de quarenta anos que tinha construído um barquito de madeira para experiência de barco com motor. Levou o barquito para a represa. Foi uma brincadeira para os mais novos.
Uma bela noite quente houve malandrice. Alguém que estava por ali a observar quem andava a passear de barco ofereceu uma cerveja a quem conseguisse virar o barco para que o passageiro vestido de fato branco caísse na água. Dito e feito. Logo apareceu um voluntário que mergulhou e passou debaixo do barco.
Lá foi o homem de fato branco para dentro de água. Até houve uma grande salva de palmas da assistência.
Claro que o nosso amigo do fato branco não gostou nada do banho e abandonou o local. Não sei quem o levou a casa. Já lá vão 62 anos. A pessoa que ofereceu a cerveja, a que foi virar o barco e o do fato branco já todos três faleceram há muito. O autor da ideia (o João Pedro) era muito brincalhão. Há quem descreva esta história com todos os pormenores.
A mocidade desse tempo, os que estão vivos, já ronda os oitenta anos e mais. Os seus netos não imaginam o que eram os divertimentos numa aldeia. Tínhamos que os inventar. Nem uma bicicleta as raparigas possuíam. A nossa década de 1950 deixou marcas que ainda são recordadas com saudade!