Dias depois da publicação da trágica notícia, sai
no mesmo jornal uma pungente crónica em que o autor (que não necessita
apresentação) nos testemunha a eclosão do inferno vermelho naquela que, tudo fazia prever, seria mais uma noite calma de
aldeia, e nos
transporta ao horror arrepiante vivido pelas vítimas e a todos os
outros funestos incidentes do incêndio.
Espero que consigam ler apesar da má imagem que se
deve, segundo me explicaram, à defesa da saúde pública. Não percebi de que
forma, mas como aquela começa a ser a justificação para quase tudo nos
tempos que correm, e, à semelhança da fé noutros tempos e do futebol hoje
(segundo me dizem), qualquer dúvida sobre o assunto é vilipêndio, calei-me (a
velhice faz-nos aprender tudo!) MFM
Jornal "Cidade de Tmar", 29.05.1948 |