Costa é um nome comum em Portugal (consta ser o sexto apelido mais usado, depois de Silva, Ferreira, Pereira, Oliveira e Santos) e muito antigo também, pois já o era de D.Gonçalo da Costa, do solar da Quinta da Costa, Guimarães, senhor do Couto de Mancelos, cavaleiro de D. Afonso Henriques.
Talvez já então D.Gonçalo usasse o curioso brasão dos Costa que hoje conhecemos. Aquele que, ao primeiro olhar, parece ter costelas firmadas sobre o escudo vermelho. O que até viria a propósito dado que "Costa" em latim significa "costela lateral". Mas os heraldistas não não estão de acordo com esta visão tão simplista, segundo eles o que está representado não são costelas mas sim seis facas de sapateiro com lâmina curva e sem ponta, que tinham precisamente o nome de “costas”, e eram usadas, naturalmente, por quem tinha aquele ofício.
A ser assim, talvez D.Gonçalo não gostasse muito de divulgar esta versão da sua linhagem e tivesse antes querido que se soubesse que tinha costelas no peito em vez de sovelas de sapateiro ou lá o que é que era aquilo. No que teria razão. Eu, por mim, também preferiria.
Já o mesmo não digo dos Costa destes nossos últimos séculos, os quais com certeza, exultarão e terão toda a honra nos seus antepassados artesãos, sejam eles os confectores da bota alta do nobre e do sapatinho da burguesa, os das meias-solas de vão-de-escada ou, mais ainda, os sofridos e revolucionários operários das grandes fábricas de calçado. Refiro-me aos Costa da quadra abaixo e aos que lhes seguiram, muito nossos conhecidos, muito interveniente nas coisas cá do burgo, e, ao que se tem visto nas últimas semanas, muito amigos uns dos outros. Se dão ou não "cabo da gente" a doutrina divide-se. (MFM)
Um Costa matou o Rei
Outro Costa o Presidente
E um Costa que eu cá sei
Foi quem deu cabo da gente
Outro Costa o Presidente
E um Costa que eu cá sei
Foi quem deu cabo da gente
(A quadra acima apareceu espichada nas paredes de Lisboa na manhã sequinte a 14 de Dezembro de 1918, dia do assassinato de Sidónio Pais. Os Costas aludidos eram Alfredo Luís Costa e José Júlio da Costa, respectivamente assassinos do rei D. Carlos e do Presidente Sidónio, e Afonso Costa visto como o inspirador daqueles actos).
Nota: Á Wikipedia e quejandos da net, os meus agradecimentos pelas informações facultadas para a elaboração deste post.