1864-2014
Há 150 anos que os comboios passam por aqui. Foi precisamente a 7 de Junho de 1864 que se realizou, oficialmente, a primeira viagem naquela que se passava a chamar a Linha do Norte. Quatro comboios diários , dois em cada sentido, ligavam a partir daquele dia, Lisboa a Gaia.
Não existe, pelo menos não é público, qualquer estudo sobre a história da implantação do caminho-de-ferro no concelho de Tomar, com excepção do da cidade.
Um blog sobre Porto da Lage não podia deixar de procurar saber como se estabeleceu e desenvolveu o marco fundamental que deu identidade a esta localidade – a estação de caminho-de-ferro.
Logo no início do blog e depois mais amiúde, fomos publicando tudo o que encontrámos sobre a história da Estação de Paialvo- Porto da Lage.
Hoje, que se completam oficialmente os 150 anos da estação, como não temos nada a acrescentar, não porque não o haja mas porque não o sabemos, comemoramos singelamente a ocasião recordando o que fomos postando aqui.
A partir de recolhas dispersas, tentámos dar conta, do percurso desde 1856, quando se inaugurou o caminho de ferro em Portugal, até à decisão e construção da linha que haveria de passar por Porto da Lage, a futura Linha do Norte, publicando posts que foram retratando as vicissitudes por que passaram as populações e a evolução da própria estação até esta se tornar um importante centro por onde confluíam pessoas e mercadorias de uma vasta região.
A partir de extractos de actas da CMT, retirados dos Anais do Município de Tomar de Amorim Rosa, podemos acompanhar as discussões acerca de expropriações de terrenos, evolução das obras, construção de estradas de acesso e, já depois do funcionamento da linha, os pedidos para que a estação alargasse a sua importância e nela parassem comboios mais rápidos e com mais frequência. Vimos, até, como, no auge do grande tráfego de gente e comércio que vinha do Porto e Lisboa com destino ao centro do país, os passageiros eram disputados pelos cocheiros que os esperavam à saída do comboio, para os transportar para Tomar e outras localidades, a ponto de se estabelecer a violência.
Vimos também, como uma célebre viajante estrangeira fala dos nossos campos e da beleza das nossas uvas num livro que escreveu sobre a sua viagem a Portugal, e até como o rei ,e mesmo a rainha, e outros viajantes se apearam e partiram deste modesto cais .