Em 1580 Garcia da Orta foi julgado e condenado à fogueira por judaísmo. O já estar morto e enterrado desde 1568 não constituiu obstáculo à execucão da sentença. Foi-se à Sé de Goa, exumaram-se-lhe os restos mortais e ateou-se-lhes o fogo. Que, quando o exemplo urge e é preciso queimar a raiz, que ela arda e se purifique!
Lembrei-me deste facto, antigo de mais de 400 anos, ao ver a reacção que as fotos abaixo suscitaram numa publicação num site de velharias. Ardeu Tróia meus senhores! Os comentários foram de fazer gelar o sangue de uma boa pessoa, que era eu. Que, quanto aos outros, ardeu-lhes aquele líquido vermelho em cadeia ascensorial, cada vez mais fervente de comentário para comentário, em invenções de torturas retroactivas de todas as espécies contra os médicos que, em algum tempo, se atreveram a exercer "o trabalho de responsabilidade" de cigarro em punho. Uma comissão, já!, para apurar quem praticou tão nefandos crimes! E penas exemplares (muitos defendem antes, outros depois do apuramento dos factos) com lavaredas bem vivas que aqueçam e regozigem a alma de quem sofre com tamanhas iniquidades!
E depois de ler isto srs. drs. fiquei preocupada convosco e temerosa com o perigo que correis. Tende cuidado, eles "andem", "andem" mesmo aí! (MFM)
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