Esta água foi nascer/Naquela encosta do monte/Para vir dar de beber/A quem passar pela fonte
Si hortum in biblioteca habes deerit nihil
23 de fevereiro de 2022
Despu(dor)
Senhor, já que a dor é nossa
26 de janeiro de 2022
Antecipei-me
Nota Preambular - Se têm mais que fazer não leiam o que segue. Esperem pelo próximo post que é, de certeza, melhor. Este não passa de uma chocha peça de diário que a autora achou por bem pôr aqui, para cumprir calendário.
A sala do voto com o respectivo quadro (todas têm um) alusivo aos fazedores ou executores da Lei. |
22 de janeiro de 2022
Paialvo
Aguarela de Fernando Perfeito de Magalhães Vilas Boas publicada em "Pelou rinhos Portugueses" do mesmo autor e de Vasco da Costa Salema. |
Foto de tempos idos. Hoje em dia este monumento está restaurado assim como se encontram bem recuperadas as casas à sua volta . |
Nesta e na foto anterior:vindimas e procissão nos anos trinta do Sec. XX em Paialvo. |
Nota: Imagens retiradas da net, sem alusão a identificação de autor.
11 de janeiro de 2022
História de Encantar
A ponte depois das obras. |
Eng. Duarte Pacheco (1900-1943) "Pessoa eminentemente prática e de acção cuja interessante personalidade se caracteriza por uma robusta capacidade de trabalho e por um dinamismo que há muito o impuseram à consideração do país como um dos primeiros ministros da Revolução Nacional ..." |
Jornal "Cidade de Tomar" 6-10-1940 |
9 de janeiro de 2022
Opinião de um Portodalagense I
Mortalidade colateral (não-Covid) em 2021 (confirmação)
H. Carmona da Mota Janeiro 2022
Previa-se para 2021 um valor da mortalidade colateral (não-Covid) entre 11040 e 11880; foi de 10751 (97,4% do mínimo). Valores por milhão de habitantes (pM)
FIG 1 |
Tal como provei, em 2020 a mortalidade colateral (não-Covid) não foi excessiva e, como previ, também tal não aconteceu em 2021; foi mesmo muito inferior à de 2020 e até à de 2019. Os doentes não-Covid sobreviveram e o SNS tem resistido; até agora.
FIG.2 |
Nota: A figura 2 (que substituí por demasiado tosca) mostra as curvas dos valores históricos máximos (azul) (R2 = 0,9823) e mínimos (vermelho) (R2=0,9935).
O valor de 2021 foi inferior ao mínimo previsto tanto pela tendência (modelo de regressão quadrática) dos valores dos 13 anos anteriores como também ao que augurei, extrapolando dos valores mínimos históricos e assumindo que a mortalidade de 2021 seria baixa, dado que a de 2020 fora elevada (segunda tese).
O valor previsto não foi mau mas não suficientemente exacto pelo que houve que reavaliar a validade do raciocínio (a tese), os métodos usados ou os processos de contagem. A atribuição da causa de morte a pessoas susceptíveis (muito velhas e doentes) é difícil – morreram por Covid ou infectadas pelo SARS-Cov2 ?
Tudo serve de pretexto aos velhos para morrerem e, mesmo assim, dissimulam.
Augura Agustina, O Mosteiro.
Presumo que muitas mortes de velhos em lares (40% do total nos primeiros meses) tenham sido atribuídas à evolução fatal das doenças de base (atribuição muitas vezes feita pelos próprios lares) e que esse processo tenha vindo a ser corrigido. Auguro que provavelmente hipercorrigido com a massificação dos “testes” - mortes atribuídas à Covid por terem “testes” positivos; mortes que sempre teriam ocorrido – qualquer gota de água faz transbordar este co®po.
FIG.3 |
FIG.4 |
A ser assim, (Fig 3-4) o valor correcto da mortalidade colateral (não-Covid) de 2020 teria sido inferior (↓) ao oficial, aproximando-se do valor médio calculado pelo método da regressão (tendência) (Fig 5) ao passo que o de 2021 teria sido superior (↑), (Fig 4) aproximando-se do limiar previsto pelos dois métodos (Fig 1- 2).
FIG.5 |
Por fim, há que ter em conta que estes valores são sempre referidos à população portuguesa cujo número, nos últimos 4 anos tem vindo a aumentar por efeito da naturalização (R2= 0,9564) com uma proporção de velhos muito inferior à portuguesa.
FIG. 6 |
FIG.7 |
É a minha terceira tese que prego não na porta da igreja do meu castelo de Wittenberg mas à Porta Férrea da minha Universidade de Coimbra.
a) ter em conta a projecção da tendência histórica e não a média dos últimos 5 anos.
b) ter em conta a alternância de anos bons com anos maus.
c) ter em conta a dificuldade em, por vezes, distinguir causa de coincidência.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Camões
4 de janeiro de 2022
Inauguração do Ramal de Tomar -1928
Os Trabalhos
Testes na ponte sobre a Ribeira da Beselga |
Representação tomarense que foi a Belém convidar o Presidente da República para a inauguração. |
Chegada do Presidente da República e da sua Comitiva aos Paços do Concelho de Tomar. |
30 de dezembro de 2021
Bom Ano Novo
"Paisagem de Inverno com esquiadores e armadilhas de pássaros", Pieter Bruegel, o Velho |
A paisagem, "fofinha" de bilhete postal, bela, harmoniosa e superiormente pintada, retrata, ao que li de viés não tendo coragem para chegar aos pormenores, a montagem de uma cruel forma de apanhar pássaros. O início da tirada de Ricardo III na peça com o mesmo nome de W. Shakespeare, aparentemente um feliz anúncio de futuros dias radiosos, não é mais do que a forma escarninha de aquele anunciar sim, mas que se prepara para semear a discórdia como modo de obter o poder. Dois exemplos de duas obras-primas que nos aparecem muitas vezes, retirados do contexto, a significar o contrário do que originalmente queriam dizer.Virá daí, também, o génio das obras de arte? De podermos, a partir delas, “fazer as leituras" que quisermos?
Mas a que se deve toda esta conversa, tão despropositada quanto o estafado termo “fazer leituras”? Deve-se a eu ter achado que ficava bem pôr aqui uma paisagem cheiinha de neve para vos desejar um Bom Ano de 2022, como contraponto ao calor que se lembrou de nos acompanhar neste fim de ano. E então, lá fui procurar esta pintura de que sempre gostei, mas que nunca tinha estudado e depois, uma coisa leva a outra… E pronto, foi assim! Aprofundar as coisas não dá geralmente bom resultado. Desculpem. E façam por ter um Ano Novo com saúde, sem se preocuparem em demasia, lá está, sem irem muito ao fundo das coisas.. (MFM)
28 de dezembro de 2021
Nada de Novo Debaixo do Céu
Há trezentos anos certos reinava em Portugal El-rei D. João V, chegavam regularmente carregamentos de ouro do Brasil, construia-se o Convento de Mafra e a Gazeta de Lisboa anunciava o décimo aniversário da Senhora Infante Dona Maria, filha de Suas Magestades, que Deus os guarde, por cujo motivo houve beija-mão e gala no Paço. Mas aquele periódico, que recomendo a quem, como eu está farta do presente e que soube agora, graças à clarividência e generosidade do sr. Almirante, que o futuro ainda não se realizou (sic), declarações que ainda me empurraram mais para outra dimensão não sei qual mas qualquer uma diferente da habitada por estes índigenas, parafraseando quem já cá não está e faz muita falta, pois dizia eu, a Gazeta também nos dá notícias, naquele longínquo 5 de Dezembro de 1721, da peste que assola a França e do modo como a Grã-Bretanha dela se precavê. Leiam no original que é melhor e mais pitoresco. Mas se quiserem ortografia mais actual (embora não muito) aqui vai um excerto que nos mostra que, com excepção dos avanços científicos, não inventámos nada, mesmo nada, em França até já havia um Vice todo diligente como se quer! Ao contrário, retrocedemos. Onde está a vossa velha capacidade de planear, oh ingleses? Onde está o novo formulário de preces, como exigem as multidões carentes? (MFM)
.....El-rei querendo prevenir a comunicação do contágio nomeou a 20 deste mês (Outubro) um Tribunal composto dos membros do Conselho privado e dos médicos mais doutos desta cidade para ponderarem os meios mais convenientes de o evitar, e se expediram ordens para fabricar barracas na praia de Blackheath, junto a Greenwich, para se alojarem as tropas que devem impedir a comunicação com os Condados de Kent e de Essex, no caso que estas províncias, que são as mais vizinhas das costas de França, cheguem a padecer da desgraçada infecção. Este Tribunal se junta muitas vezes em conselho e tem proposto nele dar comissão a alguns cirurgiões e boticários para visitarem todos os corpos defuntos, em lugar das mulheres, que fazem esta função ao presente; e no caso que, não obstante todas as cautelas que se tomam, Deus seja servido afligir este reino com a calamidade da peste, se tem resoluto curar os infectos de um modo mui diferente do que até agora se usou na Europa, e em lugar de fechar ou tapar de pedra e cal as casas infectadas se levarão os doentes ao Piornal de Blackhear que é um sitio mui alto onde se armarão barracas para os curar e tratarão deles cirurgiões e boticários na forma de um Regimento feito no Colégio dos Médicos. Por ordem do Conselho se publicou um novo formulário de preces, que se deve ler em todas as Igrejas para implorar a Misericórdia de Deus para que nos preserve de semelhante castigo.
19 de dezembro de 2021
Feliz Natal
10 de dezembro de 2021
Opinião de um Portodalagense
Do Expresso:
"A questão do aumento ou não da mortalidade não-covid desde o início da pandemia é abordada neste artigo pelo médico e professor de pediatria (reformado) do Hospital Pediátrico da Universidade de Coimbra Henrique Carmona da Mota"
Expresso | Não houve mortalidade colateral (não covid) excessiva em Portugal no ano 2020
Imagem retirada do artigo. |
5 de dezembro de 2021
10 de junho de 2021
Camões e Esta Raça de Gente.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís de Camões
2 de junho de 2021
La Chair Anglaise
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… Em Inglaterra os porcos engordam na ceva do arsénico. Que fibras de raça aquela! É que a carne dum bretão diverge muito da carnadura da restante Europa. O antropólogo Topinard observou que a mortandade nos hospitais ingleses, em seguimento às operações cirúrgicas, era muito menor que a dos hospitais franceses. O sábio Velpeau, consultado pela Academia de Medicina, respondeu que «la chair anglaise et la chair française n’etaient la même». E não dá a razão da diferença, porque a não sabia o grande biólogo. Eu, na observância do ditame do Espírito Santo, pela boca do Eclesiástico — «não escondas a tua sabedoria» —, elucidarei o sr. Velpeau. A razão, a científica é esta: emborcações de bebidas ácidas, e mormente de cerveja, combatem, como coadjuvantes do ácido fénico, a gangrena; ora, o inglês, abeberado de cerveja, é refractário à podridão dos hospitais. Como se vê, desta causa tão óbvia um antropólogo é capaz de espremer assunto para volumes recheados de coisas abstrusas sobre etnografia, climatologia, morfologia, mesologia, o diabo.
Além da cerveja, a fibrina do
porco, saturado de arsénico, entretecida na fibrina do inglês seu compatriota,
faz dele um Mitrídates para os sais de chumbo diluídos no vinho do Porto*.
O inglês não pode morrer por
ingestão alcoólica. Se quer suicidar-se com instrumento líquido, tem de
asfixiar-se, afogar-se no tonel como o lendário lord. Ele é imortal,
absorvendo; e só pode morrer - absorvido. Estranho animal! E é senhor das águas
e das melhores garrafeiras!
O destino, pela tuba sonorosa de
Camões, disse ao inglês: Entre no reino d’água o rei do
vinho. (Os Lusíadas, Canto VI)
Que litros de porto
envenenado se calculam eficazes para degenerar um bretão até à dispepsia e às
agonias da morte?
Vinho do Porto, Processo de uma bestialidade inglesa