No entardecer da terra
O sopro do longo Outono
Amareleceu o chão.
Um vago vento erra,
Como um sonho mau num sono,
Na lívida solidão.
Soergue as folhas, e pousa
As folhas, e volve, e revolve,
E esvai-se inda outra vez.
Mas a folha não repousa,
O vento lívido volve
E expira na lividez.
Fotografias de J.Alegria |
Eu já não não sou quem era;
O que eu sonhei, morri-o;
E até do que hoje sou
Amanhã direi, quem dera
Volver a sê-lo!... Mais frio
O vento vago voltou.
Fernando Pessoa, in Poesias
Um vago vento erra,
ResponderEliminarErrare humanum est
Se até o vento erra.
Lá em baixo, na fonte, lê-se:
ResponderEliminarEsta água foi nascer... (o lema deste blog)
Desta ermida poderá dizer-se também que
Estes noivos vieram casar...
Eu conto: ele foi o primeiro bebé aqui baptizado; andou por muitos mundos mas, de vez em quando, vinha a casa dos avós.
Anos depois, já casado, decidiu vir aqui, a esta capela de Stº Avô, confirmar o seu casamento com a sua noiva, uma princesa da Escócia.
Quero crer que o casarão assombrado onde os avós viviam, com quartos fechados e barracões sombrios, tê-lo-à preparado para a magia escocesa. Mas devo ter treslido Walter Scott.