Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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23 de outubro de 2019

Nicolau Dias



Em post anterior falei em Nicolau Dias, meu 11.º avô. Mostro agora como se desenvolveu a sua geração até chegar ao meu avô. Quatrocentos anos, onze gerações de homens e mulheres, descendentes directos, povoando as margens da Ribeira da Beselga!











Linha laranja: limite provável da comenda da Beselga; CN-Casal do Negro; CB-Casal da Belida


Nicolau Dias terá vivido, segundo os registos paroquiais, na Beselga, Ribeira, Além da Ribeira ou na Comenda do Saldanha, como era designada popularmente, ao tempo, a Comenda da Beselga, cujo comendador era frei António de Saldanha, a qual se estenderia por um território localizado predominantemente na margem esquerda da ribeira da Beselga, e numa estreita faixa da direita, entrando mesmo em Assentis. Nicolau terá nascido, quando muito, em 1530 (não teria mais de quarenta anos quando morreu pois tinha filhos muito pequenos e a viúva Benedita Mendes, voltou a casar em 1572, com Simão Luís, de São Silvestre,  e  tornou a ser mãe). 
Será, ele mesmo, um colono vindo de fora com destino a povoar estas terras abandonadas, ou já descenderá dos foreiros que amanhavam as terras da Comenda da Beselga, em 1504?
Até ao inicio do sec.XVI  as localidades referenciadas naquele território são Beselga, Ribeira ou Além da Ribeira, Casal do Negro, Paço ou Paço da Ribeira, no que diz respeito às situadas na freguesia da Madalena. As mais referidas, nos livros da Madalena, pertencentes à freguesia de S. Silvestre da Beselga (não há livros de assentos paroquiais desta freguesia), são a Ponte e o casal de S.Silvestre. 
Viviam também por ali com as suas famílias, Jerónimo Alves, o gaio e Pero Jorge filho de Jorge Anes galego, que poderão ter dado origem aos futuros casais dos Gaios e dos Galegos. Em 1574 Jorge Fernandes, de alcunha o frade,  morador na Beselga, casa com Catarina Jorge, belida de alcunha, e, em 1609 já surge a referência, num casamento, ao casal da velida. 
Hoje em dia, todas essas localidades ainda existem, com excepção dos casais do Negro e da Belida, que, embora desaparecidos, ainda estão identificados na memória das gentes. (MFM)