Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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19 de abril de 2020

José da Graça II - Testemunho.




«Eu conheci o Sr José da Graça e muitos dos seus 10 filhos. Muitos deles  após a Escola Primária - onde foram meus colegas - vivem agora na Grande Lisboa; as primas gémeas são a melhor referência pois vivem perto da Mãe Gracinda, uma das filhas do Sr. José da Graça.






Trabalhei nos escritórios da Fábrica, durante umas férias. Lembro-me do Sr. Zé da Graça como ajudante de motorista. Este era o benfiquista Sr. Pombo, que tinha uma teoria imbatível em relação à condução sob os efeitos do álcool. Ora ambos só transportavam Álcool do figo.Dentro dos estomagos não iam figos. 

Aqui vem a lenda. O Sr Pombo achava que os acidentes eram devidos não ao excesso de álcool mas a pequena quantidade deste. Com pouco vêm-se duas estradas e é difícil saber qual a certa. Com excesso vêm-se 3 estradas e todos sabem que a do meio é a certa. Por isso se diz no meio está a virtude....


Eu lembro-me da mais velha, a Maria dos Anjos, que trabalhou lá em casa. Era uma moça bonita e despachada. Esteve um pintor de tabuletas a trabalhar no escritório cedido pelo Dr. Mota e ali ele pintava nomes no vidro para os diferentes clientes. Era muito boa pessoa mas tinha uma perna bastante mais curta o que o obrigava a ter uma sola muito mais grossa que a outra. De qualquer maneira  eles apaixonaram-se, casaram e foram para perto da Nazaré.... 

Perdi o contacto. Julgo que agora a Mª dos Anjos regressou ao Paço da Comenda.»

                                                    

                                                                                              Augusto Carmona da Mota