Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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9 de novembro de 2016

VII A Arte de Bem Cavalgar Sobre Um Selim


Desenho de Maria Keil
Em simultâneo com a arte de bem cavalgar em toda a sela, aprendi a arte de bem pedalar em qualquer selim, sem mestre. 
Biciclo não havia, nem sonhar. Só as famílias abastadas de agregados reduzidos tinham possibilidade de agraciar os filhos com estes brinquedos. Que fazer? Quando me deslocava a Tomar em missão própria ou em serviço, montava na garrana. Umas vezes seguia pela estrada nacional, em macadame, outras vezes ia pelos caminhos dos pinhais.
Estacionava o animal no parque gratuito com serviço de substituição de ferraduras na entrada da cidade e seguia a cumprir com a missão. 
Quando porventura me encontrava com o meu primo mais velho que eu ano e meio, o tal que me disse para empurrar a pedra, íamos a uma das duas oficinas que reparavam e vendiam ou alugavam biciclos. Escolhíamos o mais condescendente com o tempo de aluguer. Cinquenta centavos – cinco tostões – era o custo por um quarto de hora. 

e aí íamos nós a pedalar pelas ruas da cidade,
nessa época sem automóveis






















Entregávamos a moeda, pagamento adiantado, e aí íamos nós a pedalar pelas ruas da cidade, nessa época sem automóveis. O meu primo era já “pedalista” consumado, ao passo que eu ainda mal me equilibrava. Precisava de mais treino.
Acabada a velocipedia e realizados os afazeres de que havia sido incumbido, regressava a casa pelos mesmos meios e caminhos como tinha ido. (IMT)

(continua)