Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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27 de junho de 2014

Tempo de Banhos



Ir a banhos, no Verão, não é coisa só de agora. O sec.XIX trouxe a moda para as classes altas e a facilidade dos transportes rapidamente a democratizou. Em Porto da Lage ia-se para a estância balnear da região, passar uma temporada ou fazer um breve pic-nic de domingo. Mas, quem podia, ia mesmo mais longe. 
Conta a lenda que se partia, depois das colheitas, em galeras puxadas a bois, carregadas com todos os tarecos necessários para a permanência mensal na Figueira da Foz. Mas, com todo o respeito pela lenda, por alma de quem é que alguém escolhia ir saracotear por montes e vales, quando tinha precisamente o comboio à porta?  Se era para ir "por terra", de galera, não ficaria a Nazaré mais perto? Pois eu tenho para mim que as minhas inteligentes ascendentes, pois eram sobretudo mulheres, deixavam os homens com os seus afazeres, entrando assim logo de férias, embarcavam na estação local,  atreladas a todas as suas inúmeras crianças e pertences e lá iam até Alfarelos de onde saltavam, num pulinho, a engolfarem-se no areal da Figueira. Onde prestariam o seu mergulho diário auxiliadas pelo banheiro, só quem precisasse, por razões de saúde, evidentemente.(MFM)





Postal enviado, da Figueira da Foz, por Maria José Rosa Mota a seu filho João em Agosto de 1930





No Agroal 1957, fotografia cedida por A.V.Miguel



E com este me fico.Desejo bons banhos, para quem for de banhos, para quem não for que passe o tempo da forma que mais goste, e
até um dia destes(MFM).