Falámos hoje com o criminoso Francisco Jorge da Silva de 25 anos [filho de Júlio Jorge da Silva e de Maria da Conceição, natural de Paços, concelho de Torres Novas], que nos afirmou que usava a arma, da qual tem a respectiva licença em virtude de andar constantemente ameaçado por um ex-sócio, José Anastácio Henriques, que o Francisco Silva acusa de o ter burlado.
- Esse homem anda sempre armado de pistola, diz a toda a gente que me há-de dar um tiro e mais: - quando me encontra na estrada e vem a cavalo, atravessa o animal no meio do caminho, dirigindo-me os maiores insultos;
"tudo se podia ter evitar, se não fosse a teimosia da mãe da Purificação. Lamento muito o que se passou tanto mais que pertenço a uma família honesta que nunca soube o que era uma cadeia. Quando disparei os tiros fui tomado de uma loucura que não sei nem posso descrever. Quis suicidar-me e lamento bastante que no carregador não tivesse, pelo menos, uma bala, para assim acabar com a vida. Sempre era uma coisa mais limpa. Ao menos dava uma prova que sei o que é uma paixão!...
Eu era provocado até pelo cunhado da Purificação*, que me tinha um ódio de morte, a pontos mesmo de me ter agredido há tempos".
In Diário de Notícias, 8.12.1926, pag.2 (títulos da responsabilidades deste blog)
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Capela de S.Silvestre onde Maria da Purificação ouviu missa pela última vez. |
*Francisco Rosa, casado com a irmã Maria e também primo, filho de um irmão da mãe, António Sousa Rosa.
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