Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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4 de maio de 2013

Recordações da Nossa Aldeia


                                                            (continuação)



O tio João Mota anota assim, no seu registo diário a partida
dos "sobrinhos estudantes" em 4.11.1956.
Neste Verão organizaram uma récita e um passeio ao Agroal. Quando regressámos desse passeio o Dr. Henrique Mota viu-nos chegar, foi ter connosco e abordou um assunto interessante: organizarmos um arraial popular na margem da ribeira junto ao açude. Ouvimos mas ninguém fez caso. Passou o Outono, o Inverno, entrou a Primavera e quando nos aproximámos de Junho o Dr. Henrique Mota voltou ao assunto do arraial popular.




 O grupo mais activo uniu-se e toca a trabalhar. Levantou-se uma muralha de terra para reter a água que ainda corria da queda do açude; fizemos uma pista com terra barrenta amassada com palha; ficou como se fosse uma eira para debulha de cereais.




A autora destas linhas a "amassar" a terra para fazer a pista de dança. Curiosa maneira de trabalhar, de gravata e calça afiambrada, o companheiro, lá atrás, até parece queixar-se de pingos nas calças
  
Ora estava feito o espaço para quem quisesse dançar.
Tivemos bailaricos aos fins-de-semana, Santo António, São João e São Pedro, mais uns domingos de Julho. Havia barraquinhas para comer e beber. De Randufas, Torres Novas, vinha o Francisco Honório ainda rapaz novo tocar com o seu acordéon as músicas da época que nós pedíamos. Este Francisco Honório era pai dos elementos do actual popular conjunto FH5 de Tomar.
Eram divertimentos simples e modestos mas para a época era uma alegria.

(continua)

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