Saída Para a Missa
... a manobra correu mal e lá vai tudo parar à ribeira.... * |
Não sei ao certo que idade tinha um rapazinho que este ano completa 79 anos. Calculo que esta facto aconteceu em 1941 ou 1942. Seria Primavera porque a ribeira não levava muita água. Era Domingo, horas de sair de casa na charrette a caminho de Cem Soldos para participar na Missa das 9h 30m como foi habitual durante largos anos.
Quem queria ir à missa? Era a tia Anita Rosa Mota, mãe do sr. João Narciso e avó do Henrique António Narciso (teria talvez oito anos e tal). A senhora era casada com o meu tio António (da Quinta) pessoa muito cuidadosa com os animais e muito competente para conduzir um cavalo, macho ou uma junta de bois. Não sei dizer por que razão o tio António não tomou a seu cuidado preparar a charrette e o cavalo com os seus arreios para atrelar o animal. A casa de habitação tinha um pátio calcetado onde se atrelava o cavalo e as pessoas subiam para a charrette. Para sair, passavam por um túnel de baixo da casa, um espaço que vinha dar à estrada, fechado pelo portão. Contava, quem viu o acidente, que a avó e o neto vinham em cima da charrette quando saíram do portão. Ao lado da entrada segue a ribeira. Nesta data a Câmara ainda não tinha feito as obras que agora existem. Em frente do portão havia, do lado da ribeira, um murete com dois ou três metros de comprimento e 50 cm de altura. Penso que a charrette vinha de marcha atrás. A manobra correu mal e lá vai tudo parar à ribeira.
Lembro-me que quando cheguei lá a casa com a minha mãe, o Henrique estava embrulhado num cobertor com a cabeça molhada e a avó estava a ser tratada pelo irmão Henrique (médico) e tinha sangue na cabeça. Não me lembro de ver o tio António, nem sei se o cavalo ficou ferido e a charrette ficou inteira. Se o Henrique se lembra só ele pode corrigir-me. As pessoas (10) que ali moravam já todos faleceram, bem como os pais do Henrique que não moravam ali.
Quem teria sido o culpado da aventura frustrada só o neto, a avó e o marido da avó saberiam.
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