Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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24 de dezembro de 2016

Natal

Neste tempo de incertezas, ou de certezas cada vez mais assustadoras, resta-nos a esperança e a memória, do que vivemos ou do que ansiámos ter vivido. 
Que se cumpra o BEM que aguardamos há dois mil anos é a prece habitual da época, mas nunca, como hoje, ela foi tão necessária. Junto-me assim, com toda a humildade, à oração comum e rogo para que consigamos permanecer unidos nos valores fraternos e solidários da nossa civilização e repudiemos o medo como o nosso pior inimigo.
No aconchego e inocência que a quadra suscita, não consegui arranjar nada mais eloquente do que o pequeno texto de Ilídio que aqui reponho. Que ele vos transporte à magia da vossa infância ou aos idílicos Natais com que alguma vez sonharam!

Um Bom Natal para todos. O melhor ano de 2017! M.F.M


....Natal quando o menino Jesus entra aqui em casa pela chaminé e vem deixar nos sapatos que lá deixamos uma simples peça de roupa ou um tosco brinquedo. 


Neste tempo as minhas duas irmãs mais velhas fazem uns doces de abóbora com farinha e outros de massa de pão distendida. 

Depois de fritos à lareira são polvilhados com algum açúcar e canela. Estas “iguarias” são preparadas na noite que antecede o dia de Natal. 





Na manhã seguinte é dia santificado vamos todos à missa menos o meu pai, que por norma, nunca vai a alguma. É oficiada na igreja de S. Silvestre, às nove horas, que fica perto se formos por atalhos.
Quando a missa termina, o padre dá o menino a beijar no pezinho. As pessoas vão em fila, um por um, dão o beijinho no pé do menino que o sacerdote limpa com um paninho impregnado de álcool e depositam uma moeda, nem todos, numa bandeja pousada numa mesa. Dizem as pessoas mais velhas para iludir os inocentes infantis que o dinheiro oferecido se destina à compra das prendas que o menino fará para vir depositar no sapatinho, no próximo Natal.
Não compreendo que haja todos os anos um menino Jesus. Os meninos só nascem uma vez. Perguntei à minha mãe mas não me respondeu(IMT)

1 comentário:

  1. A magia da nossa infância e as interrogações desconcertantes duma criança. Não importa a época nem o meio social. A pergunta que o meu pai colocou à minha avó, ficou sem resposta. Que as novas gerações consigam encontrar a sua e legar uma mensagem de optimismo e esperança, são os meus votos a todos.
    Feliz Natal.
    LMT

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