Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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19 de novembro de 2019

O blog da avó




Estive outro dia a falar com um dos meus netos sobre o blog. A iniciativa foi dele, queria saber o que  fazia eu na net. Perante a sua reacção à palavra blog tive a certeza do que eu já desconfiava. Os blogs são uma coisa ultrapassada, pertencentes à pré-história da rede, assim como as disquetes o são para os computadores, fósseis, ninguém nascido neste século sabe o que são. Mas lá lhe expliquei e ele, rapaz esperto, fazendo transferências e adaptando para os interesses actuais e os seus em particular (é um youtuber em potência - fã de um tal unspekable - embora sem grandes perspectivas futuras próximas, coitado, devido às chamadas “restrições parentais”) percebeu. Leu posts, ele é um interessado por Porto da Lage, interroga-se porque é que as pessoas não arranjam as casas velhas em vez de fazerem novas, piores que as primeiras e, sobre isso, já delineou um plano de intervenção "para quando crescer" diz ele. Gostou do tema, apoiou-me. A sua cabeça, que ainda frequenta, parcialmente, o mundo das fadas, aceita com toda a naturalidade que uma avó alimente dinossauros. Mas a coisa mudou de figura depois de, de olhos brilhantes de entusiasmo, perguntar:
- Quantos seguidores tem, avó?
Seguidores? Desconheço, acho que nenhum. Aí é que já não, a cabecinha dele já não me conseguiu acompanhar. Como é possível que ninguém me siga e, a ser assim, para que serve o seu blog avó?

Que pena ter desapontado o meu menino! Nunca ele soubesse que a avó tem um blog! (MFM)





3 comentários:

  1. Trem de Ferro Manuel Bandeira / Café com pão / Café com pão / Café com pão / Virgem Maria / que foi isto maquinista? / / Vou mimbora voou mimbora / Não gosto daqui / Nasci no sertão / Sou de Ouricuri / / Ôo… / / Vou depressa / Vou correndo / Vou na toda / Que levo / / Muita gente / Muita gente / Muita gente…

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  2. Sr. Anónimo, não percebemos a relação com o post mas acreditamos que haverá alguma. Está publicado, seja feliz!

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  3. MFM escreveu “Como é possível que ninguém me siga” e eu fiz um trocadilho com um poema de MB, “ Muita gente / Muita gente / Muita gente”; pretendi ser simpático, mas não consegui.

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