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9 de maio de 2012

Porto da Lage e o Vereador Faustino


1912 -22 de Abril- por proposta do vogal Faustino, o condutor de trabalhos foi mandado fazer o orçamento para a obra de reparação da ponte pública sobre a Ribeira da Beselga, no lugar de Porto da Lage.

1912- 18 de Novembro - sob proposta do vereador Faustino foi aprovado que reconhecendo a necessidade de se proceder á reparação da ponte sobre a ribeira de Porto da Lage, na freguesia da Madalena, se execute a obra procurando-se primeiro obter dos proprietários limítrofes quaisquer donativos com o fim de nela serem empregados. Declarou ainda que na inspecção que a ela fizera, fora acompanhado pelo empregado Técnico da Camara.

1916- 20 de Novembro- ponte sobre a ribeira de Porto da Lage- o vereador Manuel Mendes Godinho Júnior pediu a sua reconstrução, ao que o vereador Faustino disse que se ia fazer.

Infelizmente não foi possível apurar quem fosse o vereador Faustino. 
Vê-se assim Porto da Lage impossibilitado de colocar aqui alguma biografia que atestaria, estamos certos, a dedicação do ilustre autarca à causa pública. Seria a nossa forma de nos mostrarmos gratos pela sua visita e pela boa vontade demonstrada. É certo que a ponte ainda não teria seria reconstruída por aqueles tempos (só o foi em 1933) mas, mais uma vez, estamos certos, não foi por falta de empenho de Sua Excelência!
Não queremos, porém, deixar de prestar uma homenagem, singela homenagem, àquele edil.
Em sua memória aqui se deixa a beleza de imagens de obras de arte, que têm como tema a razão de ser do seu pelouro. Ei-las ao longo dos tempos e das várias escolas e correntes artísticas

                                          Hans Lautensack, Landscape with a Portrait of Albrecht
                                                        Dürer, 1553



                                             Canaleto, A velha Ponte de Walton, 1754


                                                    Walter Greaves, Ponte de Hammersmith  em dia de corrida
                                                        de barcos, c. 1862
                

                                         Vincent van Gogh, A Ponte de Trinquetaille, 1888



                                           Childe Hassam, Dia de Inverno na Ponte de Brooklin, 1892


Paul Cezanne, Ponte sobre o Marne em Creteil c.1894

Edvard Munch, Quatro raparigas na ponte, 1902

Andre Derain, Ponte de Londres, 1906


                                                 Andre Derain, Charing Cross Bridge, 1906



                                            L.S.Lawry, Canalbridge, principio do sec.XX


Picasso, Paisagem com ponte, 1909
                                   


                                         Martin Lewis, Trabalhadores nas docas de Brooklin, 1916


                                                 Joseph Stella, A ponte de Brooklin, 1917




                                                      Claude Monet, Ponte japonesa, 1922




                                          Frances Hodgkins The weir, 1925



                                            Iackov Chernicov, Fantasias da Arquitectura, 1925-1933



Hiroshi Yoshima, Kameido Bridge, 1927



                                                       Rolf Nesh, Elb Bridge, 1932

   

                                                 Gino Scipione, A ponte dos Anjos, 1935


                                                    Milton Avery, Ponte para o mar, 1937


                                             Andreias Feininger, Ponte de Brooklin, 1940


                                              Dali, O buraco do sonho, 1945



                                          Johann Berthelsen, Brooklyn Bridge with New York skyline



                                                 Anthony Derret Johnson, Berwick Bridges, 2006

                                            Luc Tuymans,  Bridge, 2009



Fonte:A.M.T. 1901-1925
, pags.296, 314, 414

7 de maio de 2012

Caminho PL-Paialvo, Já estará reparado?

1876 -17 de Março- foi aprovado um pedido da junta da paroquia de Paialvo, para que a contribuição braçal com respeito aquela freguesia fosse aplicada no conserto da estrada desde o lugar de Paialvo até a estação de caminho de ferro de Porto da Lage

                                                   Claude Monet, A caçada, 1876
                                         
1878 -1 de Marco- a Junta da Paróquia de Paialvo requereu e foi-lhe concedida a finta de braçal para reparar os caminhos de Paialvo para o lugar de Porto da Lage (estação dos caminhos de ferro).

                                         Alfred Sisley, Mercado de Marly, 1877
                     
1878 - 12 de Abril- tornando-se de reconhecida utilidade pública a construção de uma estrada municipal de 3.ª classe que ligasse o lugar de Paialvo em um ponto qualquer com a estrada de Tomar à estação de caminho de ferro de Paialvo, propunha que se procedesse ao reconhecimento do terreno a percorrer, sendo encarregado desse serviço o empregado técnico da câmara

                                           Edgard Degas, Lavadeiras, 1878

1878- 23 de Setembro  -Foi autorizado o empregar-se na reparação do caminho de Paialvo à estação de caminho de ferro o imposto do serviço braçal dos lugares de Paialvo, Vila Nova, Carrascal, Carrazede, Bexiga, Delonga, Casal de Baixo e Casal João de Deus, da Freguesia de Paialvo; e dos lugares de Cem Soldos, Poços, Sobreiras, Gaios, Porto Mendo, Caniçal, Corujo e Marmeleiro, da Freguesia da Madalena.

   Edouard Manet,Rapariga no Jardim de
Bellevue 1880



                                            Henri de Toulouse-Lautrec, Nas Corridas, 1899
                        
1905- 11 de Maio- caminho vicinal de Porto da Lage a Paialvo - a comissão distrital aprovou o projecto e orçamento deste caminho vicinal.
1905- 23 de Junho- caminho de Porto da Lage a Paialvo - a câmara anunciou a arrematação das terraplanagens e obras de arte entre os perfis 0 e 42 na extensão de 834M,93 sendo a base de licitação a quantia de 210$242 réis
                                             Edvard Munch, de Thuringewald c.1905.

 1905- 23 de Junho- caminho de Porto da Lage a Paialvo - a câmara anunciou a arrematação das terraplanagens e obras de arte entre os perfis 0 e 42 na extensão de 834M,93 sendo a base de licitação a quantia de 210$242 réis.

1905- 27 de Julho- caminho vicinal de Porto da Lage a Paialvo – a câmara arrematou por 210$000 réis as terraplanagens e obras de arte entre os perfis 0 e 42 na extensão de 834M,93, a João Nunes Cartaxo do Outeiro de Pai Mouro, por 197$000 réis.
                                           
                                                        Paul Cezanne, Château noir, 1905

1906- 8 deFevereiro - caminho vicinal de Porto da Lage a Paialvo - a câmara anunciou a arrematação do pavimento entre os perfis 0 e 42 na extensão de 834M,93 deste caminho sendo a base de licitação a quantia de 300$000 réis.
1906- 1 de Março- caminho vicinal de Porto da Lage a Paialvo - a câmara  arrematou a José Ferreira, de Ceras, por 299$000 a construção do pavimento entre os perfis 0 e 42 na extensão de 834M. 
                                           Henry Matisse, Paisagem em Colliore, 1905

1906- 9 de Agosto- caminho vicinal de Porto da Lage a Paialvo - a câmara  pagou a José Ferreira, de Ceras, por conta desta obra 100$000.
1906- 4 de Outubro- caminho vicinal de Porto da Lage a Paialvo –foi presente a nota de expropriações a fazer com a construção deste caminho, que importava 65$000 réis.
                                                        Pablo Picasso, Ma jolie, 1909

1910- 21 de Novembro- caminho vicinal de Porto da Lage a Paialvo – pagar a Manuel Ramalhete Júnior, dos Pouzos, 100$000 por conta das obras de terraplanagens e obras de arte  neste caminho.
1911- 11 de Setembro- caminho de Porto da Lage a Paialvo – a junta da paróquia de Paialvo, em vista desta câmara ter de mandar proceder ao alargamento deste caminho, pede que se faça dando a maior largura no dito caminho. A câmara ficou inteirada.
                                                Kandinsky, Composição IV, 1911

1912- 12 de Agosto- caminho vicinal de Porto da Lage a Paialvo- o presidente da comissão administrativa de Paialvo pede à Camara para mandar proceder com urgência à reparação deste caminho, pois se aproxima a estação invernosa.
1914- 23 de Março- caminho vicinal de Porto da Lage a Paialvo- pagou-se a José António das Neves, do Casal de Baixo, seu arrematante, 50$00 pela obra de empedrado e alinhamento entre os perfis 42 e 93.

                                                     Mondrian, Árvore Cinzenta, 1911
1917- 1 de Outubro- a câmara deliberou mandar consertar o caminho publico de Porto da Lage a Paialvo.

1920- 7 de Julho- antiga estrada real- a junta de Paialvo pede que se façam nesta antiga estrada, as reparações indispensáveis, podendo contar com o auxílio do povo.

                                                 Juan Miro, Carnaval de Arlequim, 1925

1925- 3 de Agosto - caminho de Porto da Lage a Paialvo - o condutor de obras foi mandado proceder ao orçamento da sua reparação
.
                                      
                                                      Paul Klee, Madrugada em Ro, 1927





Fonte: A.M.T, vol 1870-1900: fls104,147, 244; vol 1901-1925: fls. 94,99, 101, 113, 115, 126, 267, 308, 352, 427, 505, 590.

6 de maio de 2012

Dia da Mãe


Maria José de Sousa Rosa,  filha de Manuel de Sousa Rosa, nasceu em Assentis a 18 de Novembro de 1864.  Ela e o  marido, Augusto Pereira da Motta, foram dos primeiros habitantes de Porto da Lage, na era pós-estação de Paialvo.
Aqui  nasceram oito dos seus dez filhos. Uma mãe de Porto da Lage.

Maria José de Sousa Rosa (1864 - 1938)

5 de maio de 2012

Água Potável


                                                   Paul Signac, Mulheres no poço, 1895  
                                     

 
 
Por este chafariz?

11 de Setembro de 1922- "vários habitantes
 do lugar de Porto da Lage (freguesia da
  Madalena) pediram para esta povoação
ser abastecida de água potável".
( A.M.T. 1901-1925, fls.54)

                                                                         



                           

O Fim?

"O Ramal de Tomar foi inaugurado oficialmente no dia 24 de Setembro de 1928 e estiveram presentes as seguintes personalidades, que saíram no comboio presidencial de Lisboa-Rossio às 9 horas e cinquenta minutos: o presidente da República, General Carmona, o ministro do Comércio, o presidente do Conselho de Administração, Sr. Rui Úrica, o secretário-geral adjunto, engenheiro António Cabral, o director-geral, engenheiro Ferreira Mesquita e vários generais. O comboio chegou à estação de Tomar pelas 12 horas".  de Tomar a cidade
               


                  

Aaron Harry Gorson, River Bridge, 1921


4 de maio de 2012

Porto da Lage, 1927

                            


                                 Le Depart des Poilus, mural exposto na Gare de L'Est em 1914, restaurado em 2005.



No Guia de Portugal, 1927:
 
Paialvo, Venda de sanduiches na estação. Camionetas de carreira a quase todos os comboios e trens de aluguer para Tomar, por uma estrada desinteressante e monótona, mal conservada: olivais, agaves. Na última curva do caminho, bela vista da cidade, coroada pelo castelo enegrecido e pelo convento dos Templários, enquanto a seus pés se estende a planura verdejante do Nabão.(Guia de Portugal, vol.II, pag.454, ed. Gulbenkian 1991)




Zoltan Klie, Estação de Comboio em Paris, 1929








Outros Rápidos

15 de Outubro de 1903 - A Câmara solicitou aos Caminhos de Ferro a Paragem na Estação de Payalvo do rápido ascendente de Lisboa ao Porto.


                                         George d'Espagnat La gare de Banlieue, 1895


Tivadar Csontvary Kosztka A estação de leste à noite, 1902



Lucien Wells, Railway Bridge, 1907

1 de maio de 2012

Pausa*



Marc Chagall, Eu e a aldeia, 1911


Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho... )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

Álvaro de Campos, in "Poemas"

  Giorgio de Chirico, Mistério e Melancolia de
uma rua, 1914


*nos horarios dos comboios, estações de todas as categorias e nas gentes (o Senhor as tenha conSigo) que já não sofrem as neuras de feriados chuvosos