Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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14 de março de 2012

Gervásio Lobato em Porto da Lage em 1885


"Finalmente, como tudo passa n'este mundo, passaram-se os vinte minutos d'espera do Entroncamento e d'alli a coisa d'um quarto d'hora chegavamos a antiga estação de Payalvo, agora tão abreviada por Thomar que ate Ihe tirou o seu velho nome, e apeavamo-nos a correr.
A estação é pobre e modestissima.
A porta, - do outro lado - estacionam tres char-a-bancs medonhos, cremos que ainda da epocha dos templarios, e onde uns conductores mal vestidos accomodavam os passageiros com o mesmo carinho como que em Nantes se accomodavam sardinhas em latas.



char-a-banc
Com menos ainda, porque os fabricantes das conservas fazem certo capricho em que as suas sardinhas fiquem bem acariciadinhas e os homens do char-abancs importavam-se pouco com isso.
Gragas a Deus, e a um barbeiro da travessa da Victoria nós tinhamos mandado prevenir o Prista, o dono do melhor hotel de Thomar, para que enviasse à estação umas carruagens.
Essas carruagens são boas, commodas, tem bom

gado e fazem excellente serviços

A estrada da estação de Payalvo a Thomar é uma bella estrada real, cheia de excellentes pontos de vista, mas parece que não tem fim.
E comprida como o demónio, o caminho da estação à cidade, e ao cabo de boa meia hora de andar a bom andar, chegamos à cidade
".[extracto do artigo "Três dias em Thomar" publicado na revista "O Occidente"-1885] 

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