Imagem de Sta Margarida existente na capela dos mesmo nome, situada na localidade dos Gaios, Freguesia da Madalena, Tomar. |
Amorim Rosa, na sua "História de Tomar" refere, ao enumerar as capelas existentes na Freguesia da Madalena em 1570, a "Ermida de Sta Margarida nos Gaios, termo da Comenda do Paúl".
Nas minhas pesquisas de baptizados e casamentos na Madalena, os registos mais antigos destes eventos realizados naquela ermida, que encontrei, remetem-nos para 24 de Janeiro de 1654 e 5 de Setembro de 1657, ver abaixo, o que não será de espantar pois aqueles Sacramentos eram celebrados habitualmente na Igreja Matriz e só sob "licença do Sr. Prelado" (como é dito no segundo casamento) eram excepcionalmente realizados fora daquela.
Nada sabemos sobre o edifício ou edifícios onde funcionou a capela até àquele construído por volta dos anos 30 do século 20 o qual foi substituído pelo actual na década de oitenta do mesmo século. Segundo me disseram antigos paroquianos que, por sua vez, o ouviram a seus avós, a ermida que antecedeu a dos anos trinta era tão pequena e tão baixa que um homem em pé alcançava facilmente o tecto com uma mão, estendendo um braço. De igual modo ignoramos que tipo de imagens existiram ao longo dos anos no interior das diversas construções, embora todos se lembrem, desde sempre, da que representa o orago da capela, ninguém sabe exactamente a sua origem, correndo, no entanto, que teria sido, a última senhora da quinta que, tendo ficado viúva e deixado a quinta, a teria oferecido à capela.
A ser esta oferta verdadeira não se conhece, no entanto, de que se senhora ou quinta se trata. Por aqui existiram a quinta da Belida e a de Porto da Lage e, nesta última, senhoras viúvas poderiam ter sido a do Desembargador Raimundo de Sousa, por volta de 1830, ou a mulher de João Manuel de Sousa, no final do sec.XIX, as quais foram, respectivamente, avó e mãe do célebre Dr. Sousa. A favor desta tese estará o facto de a Quinta de Porto da Lage possuir no inicio do sec. XIX um oratório, onde teriam casado alguns filhos do Desembargador, o qual teria naturalmente algumas alfaias religiosas nas quais se incluiria a imagem de Santa Margarida. Será?
Nas pesquisas que efectuei na Biblioteca de Tomar nada encontrei sobre esta ou outras situações similares que digam respeito a inventário religioso do concelho. A própria imagem de Santa Margarida é ignorada e a que aqui consta foi tirada, com a qualidade visível, pela autora destas linhas que, debalde, procurou outra. Perdoe-se-me a ousadia e a imodéstia à conta da boa vontade e do serviço público que presto. Se, espero que não, um dia destes a santa desaparecer do altar e, simultâneamente, uma nova imagem setecentista surgir por aí num antiquário, pode ser que alguém, por acaso, vislumbre leves parecenças com esta e vá saber porquê. (MFM)
Também na tribuna da igreja matriz de Assentiz há/havia uma pianha em que está/estava Santa Margarida (relatório pároco, 1758) Óscar Mota
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