Aguarela de Roque Gameiro |
Novas dissensões civis acontecem em Portugal durante e
depois dos governos de Cabral, até que a Regeneração vem trazer alguma serenidade
e progresso ao país por um período de 18 anos.
Nos cerca de cinquenta anos que se sucedem até ao final da Monarquia, não deixam de haver reformas e contra-reformas no sistema educativo, muitas ideias pedagógicas são mesmo precursoras e inéditas mas raras vezes, ou nunca, saem do papel, devido, sempre, à pouca duração dos governos e ao facto de, querendo cada um mostrar-se melhor que o anterior, revogar a reforma já iniciada e legislar logo outra, que não tem tempo para pôr em vigor. Era (?) assim. Destaca-se neste período a criação do primeiro ministério dedicado exclusivamente à Educação- o Ministério da Instrução Pública, sob a responsabilidade de D. António da Costa mas que durou apenas dois meses, a criação do «Método de Leitura Repentina», por parte do poeta Castilho que deu bastante polémica e a Cartilha Maternal que, pelo contrário, teve a aprovação nacional e que tornou o seu autor, João de Deus, também pelos seus dotes de poeta, um herói nacional.
O número de analfabetos em Portugal em 1878 era de 82,4%. Na Suécia, pela mesma época, em 1881, era de 0,4%, na Noruega 0,08%, na Dinamarca 0,36%. A Alemanha apresentava 0,51%, a Inglaterra e a Escócia 1%. Todos estes países protestantes, o que leva Agostinho dos Santos, autor do livro Educação e Ensino, Porto 1911, no qual estes números são apresentados, a atribuir a responsabilidade da elevada taxa de analfabetismo, nos países católicos, à Companhia de Jesus. No entanto, nesses países e na mesma época, a taxa era bem menor do que em Portugal: 68% em Espanha, 42% em Itália, 38% na Áustria, 28% na Irlanda e 17% na Bélgica.
Nos anos setenta do sec. XIX já a escola teria entrado nos hábitos dos meninos mais afortunadas da freguesia da Madalena, como nos indica o mapa seguinte.
15.06.1879
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Talvez alguns daqueles meninos tenham feito parte dos que fizeram exame no Concelho de Tomar em 1882 e,quem sabe, até mesmo, dos vinte e seis que foram aprovados e tanto orgulho deram à sua terra. De registar que, das 3 meninas submetidas a exame, todas passaram. Para que vejam!Se mais houvesse mais teriam sucesso!
10.03.1885 |
(continua)
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