Si hortum in biblioteca habes deerit nihil

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6 de fevereiro de 2016

O Eterno Carnaval

Coisas que nunca mudam.
Mais de um século passado e, helas! continua o divertido Carnaval e uns milhões de criaturas anónimas e esforçadas a puxarem (leia-se sustentarem) pelo/o Orçamento.



Desenho publicado no jornal A Paródia, de Rafael Bordalo, 18 de Fevereiro de 1903

4 de fevereiro de 2016

Há 120 anos - Chaimite


Imagem da gravura retirada daqui

Em Dezembro de 1895, os portugueses terminavam em sucesso a chamada  Campanha de África  com a prisão de Gungunhana em Chaimite, Gaza, Moçambique. Quando, em Janeiro, a notícia se soube em Portugal o povo exultou, as  festas sucederam-se e Mouzinho de Albuquerque foi aclamado como verdadeiro herói.
Eis como se passaram os acontecimentos em Tomar:
5.01.189


Francisco Henriques Duarte, natural dos Calvinos
- Casais,segundo a imprensa tomarense dos anos 40 do 
sec.XX, tinha sido um antigo soldado de Mouzinho
 nas campanhas de África.



2.02.1896


  

6 de janeiro de 2016

Dia de Reis



...Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns magos vindos do Oriente. E perguntaram: «Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.» Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele. E, reunindo todos os sumos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta:
E tu, Belém, terra de Judá,
de modo nenhum és a menor entre
as principais cidades da Judeia;
porque de ti vai sair o Príncipe
que há-de apascentar o meu povo de Israel.»
Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e pediu-lhes informações exactas sobre a data em que a estrela lhes tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: «Ide e informai-vos cuidadosamente acerca do menino; e, depois de o encontrardes, vinde comunicar-mo para eu ir também prestar-lhe homenagem.» Depois de ter ouvido o rei, os magos puseram-se a caminho. E a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino,parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no; e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonhos para não voltarem junto de Herodes, regressaram ao seu país por outro caminho. (Evangelho segundo São Mateus)



Adoração dos Reis Magos (1501-1506) Vasco Fernandes, Francisco Henriques





Adoração dos Magos, 1828, Domingos Sequeira
Nota: Os quadros acima, da autoria de pintores portugueses notáveis, têm a particularidade de poderem vir a dar que falar. O segundo, de certeza, por ser objecto da louvável iniciativa, pouco habitual em Portugal, de promoção de uma campanha de recolha de fundos para a sua aquisição a um particular a fim de passar a fazer parte de espólio do MNAA; o primeiro, o ter a originalidade de representar o  "Rei Baltazar" na figura de um índio. Desconfio que  Lula da Silva desconhece a pintura (estou-me a referir a esta!)  mas temo que tenhamos que nos preparar para a eventualidade de  alguém, por esconsos motivos anti-lusitanos, o prevenir. Só estou a avisar! (MFM)

4 de janeiro de 2016

Amadurecer em Dezembro



Veio de Lisboa, no vaso onde o pequeno caroço se fez árvore. Em Porto da Lage já ultrapassa em altura, ameaçando-lhe o espaço, a companheira cerejeira, ora despida, e dá frutos, comíveis, pela segunda vez (a primeira foi em Maio último) - em Dezembro.




Fotografia de JJM tirada em 27-12-2015.


Isto há de querer dizer alguma coisa. As causas, tirando as estafadas e os culpados do costume(aquecimento global, constrangimentos fascisto-neoliberais do governo póstumo, banco de Portugal, caturrices condizentes com as vestimentas egípcias do presidente cessante, leviandades demagógicas do  presidente  próximo previsto, etc, etc.), estão, no momento, ainda envoltas nas brumas da surpresa. Estou certa que, num dia do ano que se inicia, exclamaremos quais Arquimedes - Eis a razão dela ter amarelecido!! E, quem sabe, não andaremos, ao pescoço, com qualquer - Je suis .... relacionado com o caso? Deus sabe.
Entretanto, vivamos 2016 o melhor que podermos, quisermos e nos deixarem! (MFM)


22 de dezembro de 2015

Bom Natal

O Natal é sobretudo memória. A memória do que foi ou deveria ter sido (quem nunca inventou passados?), de tempos calorosamente aconchegantes em que nós éramos o centro da ternura e reinava o prazer da antecipação! As sensações e sentimentos daquela noite, uma vez, mesmo há muito, vividas, apoderaram-se de nós, moldaram-nos a alma e voltam ano após ano, a fazer-nos reviver a alegria e expectativa de então, mesmo que já não haja razões para isso. Por isso o Natal pode ter tanto de felicidade como de dor. Felizes aqueles de nós em quem a memória dos Natais de antanho tem eco no Natal presente. Não consigo imaginar nada mais triste do que o contrário.
 Como era (é) pagã a Consoada da nossa infância! São os sentidos que no la trazem de volta: o cheiro da malha do casaco da  avó quando nos esborrachava contra si, a abóbora doce a derreter-se na boca, proveniente do pastel da massa do coscorão, a macieza da toalha de mesa de ver a Deus! Apenas os olhos e os ouvidos retiveram pouca coisa, muitas vozes, a falarem ao mesmo tempo, envoltas em mais luz que o habitual. E como permanece ainda tão vivo aquele sentimento omnipresente em toda a época, especialmente naquela noite das noites: a ansiedade da espera, a impaciência pela lenta passagem das horas que impedia a chegada do grande momento.
Que a magia natalícia não seja só nostalgia, é o que eu desejo a todos os que fizeram o favor de me acompanhar durante este ano. Que o vosso Natal presente seja cheio de harmonia e esperança. (MFM)

E,até um dia destes....
Bom ano de 2016!

Noite de Natal










Esperando o Natal


Manhã de Natal

Imagens: Reproduções de aguarelas de Carl Larsson (1853 – 1919

1 de dezembro de 2015

Festejando o Primeiro de Dezembro (há cem anos)


Mais um exemplo de como os factos (aqui históricos) deixam de ser aquela coisa objectiva que supostamente são para estarem ao serviço de freguês do momento. Em baixo, o fervor da exaltação do "Aniversário da nossa independência" pela República Velha, a da carbonária e da formiga branca. Hoje, os intitulados herdeiros desta facção pouco ligam à data, senão desprezam, "estas práticas nacionalistas e patrioteiras" e são os sucessores dos que se  bandearam com a corte espanhola que, agora a comemoram. Assim correm os tempos. Mas eu, pobre inocente que venho e sou do povo, ainda vou acreditando que este "torrão querido" é para preservar e que, mesmo tendo perdido (se é que alguma vez a tivemos) a pureza da nossa alma heróica, há-de continuar a ser uma Pátria, a minha Pátria. (MFM)


1-12-1915

2 de novembro de 2015

Reflexão em Dia dos Fiéis Defuntos - O Contrato

.....

Trinco da porta caindo
Sobre a partida de alguém...
Oh, quantos vão e não voltam?!
São os que a morte lá tem!

António Sardinha (1888-1925)


Constantin Brancusi, O beijo, 1909
Eu, que só entendo que as coisas se alterem se for para melhor, e que por isso me dizem ser conservadora (o que em Portugal não é bem visto e faz com que os meus próximos temam pela minha reputação), tenho-me interrogado sobre recentes hábitos dos meus contemporâneos. 
Um deles, assunto muito sério e melindroso, é a crescente cavalgada para a cremação dos corpos. O que leva cada vez mais pessoas a tomarem essa decisão? Conheci uma jovem mãe de família que, prestes a deixar-nos, escolheu ser cremada e não ter funeral – porque sabia que o marido e os miúdos não iam aguentar todo aquele cerimonial e, mais, seria um peso para eles saberem que tinham uma campa para cuidar. E assim foi, o corpo foi entregue à agência funerária mal o hospital o libertou e nunca mais houve rastos dele. A presença física da morte foi afastada, desconheço, acho que ninguém saberá dizer, de que forma esta circunstância alterou, ou não, a dor da ausência. 
Penso que a resposta, pelo menos uma delas, para a minha interrogação, estará na decisão desta minha querida amiga: afastar o sofrimento, o sacrifício, o que incomoda, daqueles que amamos. Na única situação da nossa existência em que é impossível intervirmos, expulsamos os vestígios da dor, na tentativa de fingirmos que a partida definitiva não aconteceu. Não nos confrontarmos com o cadáver e depois, com os restos mortais que sabemos enterrados num local determinado, traduz, quanto a mim, o medo imenso que a gente dos nossos dias tem, e que os nossos antepassados desconheciam, de nos depararmos com o inevitável: a nossa condição de mortais.
Os nossos avós, que sofriam e se sacrificavam muitíssimo mais do que nós pois a vida era mais dura em todos os aspectos, aceitavam a dor como parte dela, e, dentro daquela, a dor maior - a da morte. Não acredito que sofressem menos ao perder alguém, a diferença consistia em não repudiarem esse sofrimento.Conheciam também, e esta será outra resposta à minha pergunta inicial,o seu papel no ciclo da vida, certamente por estavam mais próximos da natureza. Tinham verdadeira consciência da sua dependência da terra, o que hoje é impensável e ignorado. Esquecemos que a terra é a nossa dimensão, que a pisamos todos os dias, que nela nos transportamos, nela respiramos, dela nos alimentamos.  Estes antigos versos das planícies alentejanas, nascidos da terra prenhe do pão que matava a fome, mostram a inter-dependência dos nossos antepassados  com a terra-mãe que nos alimenta em vida e à qual alimentamos em morrendo.

Eu sou devedor à terra
A terra me está devendo
A terra paga-me em vida
Eu pago à terra em morrendo

Um testemunho belíssimo da consciencialização do contrato entre o Homem e a Natureza. Que eu consigo entender, o resto não. (MFM)




24 de outubro de 2015

Quero Um Cavalo de Várias Cores

Para o meu P., elegante e garboso do alto da sua montada exibindo, com o belo sorriso desdentado dos sete anos que completa hoje, que não precisa de se agarrar a uma "estrelinha no céu",como recomendava o seu bisavô Z.M., para se manter firme e solto no seu galope, pois já é um grande cavaleiro. Que Deus permita, meu querido, que o teu caminho seja aquele que a tua fantasia e o teu coração bondoso prevêem. (MFM)


Esboço de Leonardo da Vinci
Quero um cavalo de várias cores,
Quero-o depressa, que vou partir.
Esperam-me prados com tantas flores,
Que só cavalos de várias cores
Podem servir.

Quero uma sela feita de restos
Dalguma nuvem que ande no céu.
Quero-a evasiva - nimbos e cerros -
Sobre os valados, sobre os aterros,
Que o mundo é meu.

Quero que as rédeas façam prodígios:
Voa, cavalo, galopa mais,
Trepa às camadas do céu sem fundo,
Rumo àquele ponto, exterior ao mundo,
Para onde tendem as catedrais.

Deixem que eu parta, agora, já,
Antes que murchem todas as flores.
Tenho a loucura, sei o caminho,
Mas como posso partir sozinho
Sem um cavalo de várias cores? 
  Reinaldo Ferreira (1922,1959)

19 de outubro de 2015

Feira de Santa Iria


Começou por estes dias a Feira de Santa Iria em Tomar*. Velhinha de muitos anos, se calhar muitos mais que os oficiais pois estas feiras são, geralmente, de origem medieval e imagino que, com este ou outro nome, haveria feira em Tomar desde a sua existência como burgo. As feiras anuais,  locais de encontro e de troca de mercadorias, associadas quase sempre a festas religiosas, tiveram  importância económica inquestionável como espaço de livre comércio de mercadores de terras distantes (quase sempre itinerantes que percorriam distâncias difíceis de imaginar por caminhos ainda mais inimagináveis nos dias de hoje) e de escoamento de produtos agrícolas excedentes, dos termos das vilas. O caso de Tomar é exemplar desta situação, precisamente pela época do ano em que se realiza  pois "na feira" se vendiam os produtos agrícolas típicos da região acabados de colher e de preparar, os frutos secos, noz, amêndoa e figos, ao mesmo tempo que se compravam os utensílios em uso na agricultura mas produzidos pela industria,  as enxadas e outras alfaias, as longas varas de "varejar" as oliveiras, vindas de locais longínquos, e as mantas "da azeitona", tudo destinado a preparar a grande safra da região que se seguia imediatamente à feira - a produção de azeite. 
E como sempre na vida, à responsabilidade das obrigações se associa "a das devoções", também na feira, para além do negócio, se verificaria a alegria e a folia.  Embora na nossa fantasia persistam os malabarismos e acrobacias dos saltimbancos medievais como os eternos entretenimentos das feiras, estes terão variado de acordo com o uso das épocas, pelo que, nos finais de XIX, se podia apreciar o circo gymnastico, mais o artista japonez que fazia prodígios na corda suspensa e a sempre presente touradaentre outros. 
Na minha memória da feira que vem dos finais dos anos sessenta do século XX, dominam os divertimentos com maior ou menor tecnologia e sofisticação, desde os simples carroceis às arrepiantes montanhas russas, sempre com os "carrinhos de choque" presentes, as farturas e as intragáveis bolas de açúcar cor-de-rosa que eu tinha anualmente de recordar que detestava, recebendo anualmente a resposta, absolutamente infundada - mas o ano passado adoraste! Digamos que as minhas lembranças da feira são ... sufocantes. Associo sempre "a feira" a muito calor e uma necessidade indescritível de sombra e de beber muita água! Há bem mais de quarenta anos arrastávamos-nos, eu e a minha irmã, pelos passeios infindáveis com mãe, tias e primas "pelas barracas", de belos casacos compridos assertoados com luminosos botões, debaixo de um sol radioso que os reflectia e de um calor de Agosto que nos fazia estufar debaixo de tanta lã, pois estreava-se invariavelmente uma roupita nova pela feira, sempre própria para o Inverno que aí vinha, pois então!?, não importando nada se o Verão se tinha ou não já recolhido.
Nos documentos que, como vem sendo hábito, vamos buscar à Memória Digital de Tomar, para nos ajudarem a entender como em épocas atrás se viam acontecimentos que ainda hoje vivemos, podemos observar como, desde a morte anunciada do "orgulho dos nossos avós" em  1937 até à "fénix temporariamente a ressurgir" vinte anos depois, era "a feira" nos finais de XIX, nas noticias da qual se denota uma imensa preocupação, como se diria agora, seguritária. Veja-se as referências "às ocorrências dignas de menção" ou "criminais de importância" que incluem sempre os meliantes, até com os respectivos nomes,  habitualmente postos "à sombra" nestes dias. Seria ainda uma herança medieval de quando se interrompiam guerras para que as feiras decorressem em segurança e os mercadores se deslocassem em paz? (MFM)









24-10-86
28.09.1890

19-10-90












20.09.1891

23.10.1892

30.09.1894



25.10.1896



24.10.1897

18.10.1937


16-10-1955





20.10.1957


Algo que não havia no meu tempo - a evocação do martírio da Santa com o lançamento de pétalas ao rio.
É bonito e tocante. Mas é novo ou foi recreado de acontecimentos já esquecidos pelos nossos avós?


* Há pelo menos mais uma Feira de Santa Iria a decorrer agora em Faro.

13 de outubro de 2015

13 de Outubro - Aniversário do Passamento de Gualdim Pais







Há 120 anos, em Abril, o tomarense Vieira Guimarães, que agora conhecemos por nome de casa, mas que foi médico, professor liceal e historiador, sugeria no periódico A Verdade que se comemorasse o sétimo centenário do "passamento" de Gualdim Pais em 13 de Outubro desse ano. Assim aconteceu, nomeou-se uma comissão com as mais gradas figuras da terra, fez-se uma subscrição popular para a construção de uma estátua ao fundador da cidade, organizou-se uma exposição industrial do concelho, ao jeito do que se fazia mundialmente à época, alindou-se a cidade, encheram-se os hotéis, lançou-se fogo de artifício, a estátua, essa, ficou para ... 45 anos depois. Acabou por ser inaugurada no tempo da "outra senhora", que se seguiu ao tempo imediatamente a seguir, com  acompanhamento da Legião Portuguesa e toda a circunstância que a época obrigou, passando o patriota, irmão, confrade, quiçá camarada, Gualdim Pais dos tempos de liberdade da monarquia, ao respeitável D.Gualdim Pais que o Estado Novo tratou de integrar nas comemorações dos centenários.
Ilustramos aqui os preparativos da efeméride de que A Verdade, como grande órgão impulsionador, foi dando conta ao longo do ano de 1895. Ficamos a saber que Ramalho Ortigão, na qualidade de membro da Comissão dos Monumentos Nacionais, visitou acompanhado por outros elementos da mesma comissão a arruinada igreja de Santa Maria dos Olivais e que todos concordaram com a necessidade de obras de reparação daquele curioso e notável monumento, que foram realizados convites a outras cidades e localidades para assistirem à gloriosa festa em honra do herói único e consensual,  Pelo meio não podiam faltar as diatribes políticas contra a Câmara, o governo e até a Misericórdia. Nem o pobre do Santo António se salvou, convertido, diziam,  nas comemorações do respectivo centenário (pelos vistos era moda) em protector de jesuítas e reaccionários de toda a casta. Mas no fim, todos se uniram em torno do grande patriota,  a Câmara cedeu o espaço para a grande exposição concelhia e o governo cedeu quilos de bronze para a construção da futura estátua em honra do homem a quem tanto deve a nossa terra. (MFM)



28.04.1895

23.06.1895

25.08.1895



8.09.1895




29.09.1895

13.10.1895


"ornamentação da rua Serpa Pinto para os festejos de D.Gualdim Pais ...



27.10.1895




                          ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, QUARENTA E CINCO ANOS DEPOIS ...............................




Montagem e colocação da Estátua de Gualdim Pais no local onde está hoje, Julho de 1940




Cidade de Tomar, 14.07.1940


Imagens de recortes de imprensa e fotografias retirados de Memória Digital de Tomar.

7 de outubro de 2015

O Último Conde de Tomar



Falámos, no outro dia, a propósito da passagem do marquês de Tomar pela Estação de Payalvo e, consequentemente por Porto da Lage, no seu neto, o último conde de Tomar. Era uma figura muito querida e respeitada na cidade, segundo ouvi dizer a quem com ele privou. Desses, já hoje poucos estão connosco. O Coronel Vasco da Costa Salema num dos seus livros (1) fala-nos dele nestes termos:






O 2.º Conde de Tomar, António Bernardo da Costa Cabral,
pai do 3.º conde, referido nestes artigos. Faleceu em
19.03.1905,  segundo notícia no Occidente






A  "Cerca do Conde" ficava por trás das casa à esquerda, derrubadas depois da aquisição pelo Estado,a fim de construir o largo actual. As duas casas da direita, ao cimo, ainda hoje lá estão

As velhas casas vistas de frente, segundo um desenho do arq. Costa Rosa.




O decurso das obras no Largo, já sem as velhas casas.



A construção do muro da Cerca




A cerca já vedada com o grande muro e enormes portões (provenientes de umarmazém da Alfândega de Lisboa reestruturado). Nasce um novo largo, ao cimo da Rua da Graça, ainda sem a estátua do Infante D. Henrique.


A Estátua do Infante D.Henrique inaugurada em 1960.




A imponente entrada da Cerca que hoje conhecemos.
Eu nasci aqui ao lado. Posso dizer que este portão me viu crescer, literalmente. As fotografias eram-nos tiradas aqui, ao longo dos anos, todos em fila, com o portão como fundo. Um dia destes vou lá tirar uma para colocar ao lado da dos quinze anos. Assim consiga convencer os meus irmãos!


(1) Coisas e Loisas de Tomar,Coronel Vasco da Costa Salema, Empresa Editora Cidade de Tomar, Lda, Tomar, 1993