Continuando o tema do último post sobre a Quinta de Porto da Lage trago hoje aqui a apresentação gráfica possível (quero dizer, dentro das minhas possibilidades- feita por mim!) da quinta, tendo como base os mapas por satélite google.
A primeira imagem representa o desenho do limite total da quinta e dos restantes terrenos propriedade de João Manuel de Sousa, este teria também terrenos do lado de "lá" da linha do caminho de ferro, que não estão aqui assinalados por não serem considerados importantes, neste caso.
A segunda é uma imagem aproximada de parte de terrenos da quinta e de outros, que deram origem à "parte urbana" de Porto da Lage.
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Através desta figura podem ver-se as construções originais da quinta, o moinho e a casa de morada da quinta (casa dr. Sousa) que teriam outras pelo meio, como podemos ver neste post . O edifício seguinte seria, novo ou aproveitamento de anterior, aquele onde se instalou a CUF na data ainda lá inscrita 1877?. Vieram depois, após a venda da quinta, as casa de Manuel Sousa Rosa Júnior (contou-me há anos a Isaura Rosa que a sua seria a primeira casa de PL, segundo lhe tinham dito no licenciamento de obras da Câmara Municipal, seria a primeira a ser licenciada?) e de Augusto Mota, que continuarão sós até 1893, data em que serão acompanhados pela taberna de Faustino dos Santos, a qual foi instalada numa construção pré- existente.
Estava, portanto, certo o Dicionário Postal e Chronographico do Reino de Portugal ao referir como três o número de fogos existentes em Porto da Lage em 1894.
No inicio do século XX mais construções surgem: outras duas casas de filhos de MSR e a casa de Mendes Godinho construída no local (ou próximo) do Moinho, que será a única a não pertencer à família de MSR em todo o território da antiga quinta, durante muitos anos.
Nesta década faz-se notar também em Porto da Lage um casal que vai tendo vários filhos - os Sousa Orfão, o qual, pela localização das casas actuais desta família, se deve ter instalado na zona denominada na figura como C.
A partir de meados da segunda década de XX assiste-se ao crescimento da povoação, a rua principal começa a tomar forma com a construção de casas destinadas à nova geração, filha dos donos das primeiras.
Pelos anos trinta os baixos das casas já são, nalguns casos, destinados a comércio, a pequenas industrias (sapateiro, latoeiro) e serviços, enquanto se assiste à edificação de casas destinadas a arrendamento e ao alindamento das já existentes, integrando portões que ostentam letras com iniciais dos nomes dos proprietários e datas.
Em 1928 tem início o funcionamento do ensino primário, o que significará não só a existência de crianças suficientes na localidade em idade escolar, como o reconhecimento da centralidade de Porto da Lage como um futuro centro educativo da freguesia. Apesar de, precisamente nesse ano, a estação de Paialvo ter deixado de ser a principal via de acesso a Tomar, não parece, no meu ponto de vista, que Porto da Lage tenha perdido algo da sua vitalidade e crescimento com esse facto. A fábrica do álcool e a consolidação da localidade como centro comercial da região, contribuíram, mais do que a estação, para o fulgor de Porto da Lage, de cuja vida social já falaram como ninguém, neste blog, Dulcinda e Ilídio Teixeira, que durou até ao fim dos anos sessenta e que tanta nostalgia traz ainda a tanta gente. (MFM)
...continua ...
Estava, portanto, certo o Dicionário Postal e Chronographico do Reino de Portugal ao referir como três o número de fogos existentes em Porto da Lage em 1894.
No inicio do século XX mais construções surgem: outras duas casas de filhos de MSR e a casa de Mendes Godinho construída no local (ou próximo) do Moinho, que será a única a não pertencer à família de MSR em todo o território da antiga quinta, durante muitos anos.
Nesta década faz-se notar também em Porto da Lage um casal que vai tendo vários filhos - os Sousa Orfão, o qual, pela localização das casas actuais desta família, se deve ter instalado na zona denominada na figura como C.
A partir de meados da segunda década de XX assiste-se ao crescimento da povoação, a rua principal começa a tomar forma com a construção de casas destinadas à nova geração, filha dos donos das primeiras.
Anais do Município de Tomar
de Amorim Rosa, vol. 1901-1925
"1906 - 4 de Outubro - a
câmara deliberou proceder a pequenas reparações no caminho público de Porto da
Lage (fls. 130)
1907 -7 de Fevereiro - o
vereador João Mendes Godinho foi autorizado a proceder às reparações do caminho
público de Porto da Lage (fls. 137)
1908 - 20 de Fevereiro - a
câmara deliberou proceder à reparação do caminho público de Porto da Lage ao
Paço até à quantia de 50$000 réis (fls.180)
1918 - 20 de Maio - a
junta da Madalena pediu com urgência, a reparação da estrada que passa por
dentro do lugar de Porto da Lage e que vai desde a estrada de macadame até à
ribeira da Beselga. (fls. 443)"
Pelos anos trinta os baixos das casas já são, nalguns casos, destinados a comércio, a pequenas industrias (sapateiro, latoeiro) e serviços, enquanto se assiste à edificação de casas destinadas a arrendamento e ao alindamento das já existentes, integrando portões que ostentam letras com iniciais dos nomes dos proprietários e datas.
Em 1928 tem início o funcionamento do ensino primário, o que significará não só a existência de crianças suficientes na localidade em idade escolar, como o reconhecimento da centralidade de Porto da Lage como um futuro centro educativo da freguesia. Apesar de, precisamente nesse ano, a estação de Paialvo ter deixado de ser a principal via de acesso a Tomar, não parece, no meu ponto de vista, que Porto da Lage tenha perdido algo da sua vitalidade e crescimento com esse facto. A fábrica do álcool e a consolidação da localidade como centro comercial da região, contribuíram, mais do que a estação, para o fulgor de Porto da Lage, de cuja vida social já falaram como ninguém, neste blog, Dulcinda e Ilídio Teixeira, que durou até ao fim dos anos sessenta e que tanta nostalgia traz ainda a tanta gente. (MFM)
...continua ...